quarta-feira, 9 de abril de 2025

Rezando com os salmos - Sl 13 (14)

 

A inabalável confiança do justo em Deus

“–1 Diz o insensato em seu próprio coração:
'Não há Deus! Deus não existe!'
– Corromperam-se em ações abomináveis.
Já não há quem faça o bem!

–2 O Senhor, Ele se inclina lá dos céus
sobre os filhos de Adão,
– para ver se resta um homem de bom senso
que ainda busque a Deus.

–3 Mas todos eles igualmente se perderam,
corrompendo-se uns aos outros;
– não existe mais nenhum que faça o bem,
não existe um sequer.

–4 Será que não percebem os malvados
quanto exploram o meu povo?
– Eles devoram o meu povo como pão,
e não invocam o Senhor.

–5 Mas um dia vão tremer de tanto medo,
porque Deus está com o justo.
–6 Podeis rir da esperança dos humildes,
mas o Senhor é o seu refúgio!
–7 Que venha, venha logo, de Sião
a salvação de Israel!

– Quando o Senhor reconduzir do cativeiro
os deportados de seu povo,
– que júbilo e que festa em Jacó,
que alegria em Israel!”

O Salmo 13(14) nos fala da insensatez dos ímpios e o necessário cultivo de uma espiritualidade profética – “uma denúncia contra a sociedade injusta e opressora, apontando a ausência de Deus nas realizações humanas. Uma sociedade que nega ação de Deus perecerá na certa! Ele age na história, defendendo as vítimas da maldade humana. Não podemos esquecer que Deus está com os justos.”(1)

Para aqueles que buscam a Deus é preciso uma confiança inabalável n’Ele, sempre renovada em nossos corações. A justiça divina sempre se faz presente, e nas situações de pecado, Deus faz resplandecer Sua luz e graça: “Onde se multiplicou o pecado, aí superabundou a graça”(Rm 5,20).

 



(1) Comentário da Bíblia Edição Pastoral

Rezando com os Salmos - Sl 12 (13)

 


Confiança plena e incondicional no Senhor

“-1  Do mestre de canto. Salmo. De Davi.

–2 Até quando, ó Senhor, me esquecereis?
Até quando escondereis a vossa face?

=3 Até quando estará triste a minha alma?
e o coração angustiado cada dia?
Até quando o inimigo se erguerá?

=4 Olhai, Senhor, meu Deus, e respondei-me!
Não deixeis que se me apague a luz dos olhos
e se fechem, pela morte, adormecidos!

=5 Que o inimigo não me diga: 'Eu triunfei!'
Nem exulte o opressor por minha queda,
6 uma vez que confiei no vosso amor!

– Meu coração, por vosso auxílio, rejubile,
e que eu vos cante pelo bem que me fizestes!”

O Salmo 12(13)  é uma lamentação do justo que confia em Deus, vivendo numa situação clamorosa, mas numa confiança inabalável em Deus – “Que o Deus da esperança vos cumule de toda alegria e paz em vossa fé, a fim de que pela ação do Espírito santo a vossa esperança transborde” (cf. Rm 15,13).

Também podemos passar por momentos de turbulências, incertezas, angústias com o iminente apagar da luz dos olhos, do brilho, do encanto e entusiasmo.

Que está livre de contrariedades e provações?

Confiando no Senhor, permaneçamos firmes no bom combate da fé como peregrinos de esperança.

Oportunas as palavras do Apóstolo Paulo que nos convida a confiar na presença e ação divina – “Que o Deus da esperança vos cumule de toda alegria e paz em vossa fé, a fim de que pela ação do Espírito Santo a vossa esperança transborde.” (Rm 15,13). Amém.

De fato, a fé é fonte de justificação, e a esperança da salvação como fonte de paz e fruto do Espírito.

Peregrinemos na esperança, renovando nossa fé no Senhor, fazendo progressos contínuos na vivência da caridade, sem nos descuidarmos do amadurecimento e aperfeiçoamento espiritual cotidiano.

Mantenhamos a fidelidade e perseverança, sem desanimar do caminho do seguimento de Jesus, com os nossos olhos fixos n’Aquele que é o Autor e realizador de nossa fé: Jesus; Aquele que na Cruz viveu o amor que ama até o fim (cf. Hb 12,1-4).

Rezando com os Salmos -Sl 11 (12)

 


 

Uma súplica contra as más línguas

“-1 Do mestre de canto. Para instrumentos de oito cordas. Salmo. De Davi. 

–2 Senhor, salvai-nos! Já não há um homem bom!
Não há mais fidelidade em meio aos homens!
–3 Cada um só diz mentiras a seu próximo,
com língua falsa e coração enganador.

–4 Senhor, calai todas as bocas mentirosas
e a língua dos que falam com soberba,
–5 dos que dizem: ‘Nossa língua é nossa força!
Nossos lábios são por nós! – Quem nos domina?’

–6 ‘Por causa da aflição dos pequeninos,
do clamor dos infelizes e dos pobres,
– agora mesmo me erguerei, diz o Senhor,
e darei a salvação aos que a desejam!’

=7 As palavras do Senhor são verdadeiras,
como a prata totalmente depurada,
sete vezes depurada pelo fogo.

–8 Vós, porém, ó Senhor Deus, nos guardareis
para sempre, nos livrando desta raça!
– Em toda a parte os malvados andam soltos,
porque se exalta entre os homens a baixeza.”

Com o Salmo 11(12) fazemos uma súplica a Deus, para que nos liberte das más línguas, e nos colocamos em Suas mãos com toda a nossa pobreza, pois quando éramos pobres, o Pai enviou o Seu Filho para nos redimir.

Nossa súplica deve ser sempre acompanhada da vigilância, e conscientes de que não estamos imunes a comentários ou difamações.

Urge todo esforço, para que tenhamos uma vida coerente com os princípios de nossa fé, a fim de que estejamos com a consciência serena e coração puro, pois tão somente assim, veremos a Deus, como nos falou o Senhor (cf. Mt 5,8).

A vigilância também deve estar presente em cada um de nós para que não sejamos fonte de possíveis comentários malévolos, prejudicando aqueles e aquelas com quem convivemos, dentro ou fora da comunidade que participamos. Amém.

 

Rezando com os Salmos (10) (Sl 11)

 


Na angústia e tribulação, confiemos sempre no Senhor
 
“ =1 No Senhor encontro abrigo;
 como, então, podeis dizer-me: 
 ‘Voa aos montes, passarinho!
 
 –2 Eis os ímpios de arcos tensos,
 pondo as flechas sobre as cordas,
 – e alvejando em meio à noite
 os de reto coração!
 
 =3 Quando os próprios fundamentos
 do universo se abalaram,
 o que pode ainda o justo?’
 
 –4 Deus está no templo santo,
 e no céu tem o seu trono;
 – volta os olhos para o mundo,
 seu olhar penetra os homens.
 
 –5 Examina o justo e o ímpio,
 e detesta o que ama o mal.
 =6 Sobre os maus fará chover
 fogo, enxofre e vento ardente,
 como parte de seu cálice.
 
 –7 Porque justo é nosso Deus, 
 o Senhor ama a justiça.
 – Quem tem reto coração
 há de ver a sua face.”
 
Rezando o Salmo 10 (11), refletimos sobre as provações por que possamos passar.
 
Na fidelidade a Deus, o fiel é comparado a um pássaro que corre para a montanha em procura de refúgio.
 
O Apóstolo Paulo nos encoraja, com suas palavras e exortação, na Carta aos Filipenses:
 
“Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos! Que a vossa moderação se torne conhecida de todos os homens. O Senhor está próximo! Não vos inquieteis com nada; mas apresentai a Deus todas as vossas necessidades pela oração e pela súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que excede toda a compreensão, guardará os vossos corações e pensamentos, em Cristo Jesus.” (cf. Fl 4,4-7).
 
A Deus, podemos sempre acorrer, n’Ele depositando toda a nossa confiança, pois Suas palavras são sempre alento e esperança, como nos falou o Senhor Jesus –“Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça porque serão saciados (cf. Mt 5,6). Amém.
 

Rezando com os Salmos 10,2-8 (11,2-8)

 


Serenidade necessária e confiança no Senhor

“–2 Senhor, salvai-nos! Já não há um homem bom!
Não há mais fidelidade em meio aos homens! 
3 Cada um só diz mentiras a seu próximo,
com língua falsa e coração enganador.

4 Senhor, calai todas as bocas mentirosas
e a língua dos que falam com soberba, 
5 dos que dizem: ‘Nossa língua é nossa força!
Nossos lábios são por nós! – Quem nos domina?’

6 ‘Por causa da aflição dos pequeninos,
do clamor dos infelizes e dos pobres, 
– agora mesmo me erguerei, diz o Senhor,
e darei a salvação aos que a desejam!’

=7 As palavras do Senhor são verdadeiras,
como a prata totalmente depurada,
sete vezes depurada pelo fogo.

8 Vós, porém, ó Senhor Deus, nos guardareis
para sempre, nos livrando desta raça! 
– Em toda a parte os malvados andam soltos,
porque se exalta entre os homens a baixeza.”

O Salmo 10,2-8 (11,2-8) é uma oração contra as más línguas, das quais ninguém está imune.

Mas no Senhor temos que colocar toda a nossa confiança e esperança, pois Ele veio, vem e virá sempre em socorro dos que são difamados injustamente.

Ele próprio foi injuriado, difamado e incompreendido e em Seu Sermão assim anunciou:

“Felizes sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que viveram antes de vós.” (Mt 5,11-12).

Como discípulos missionários do Senhor, no Senhor podemos confiar, e manter a necessária serenidade, pois não estamos sós, como nos falou o bispo e Doutor Santo Agostinho (séc. V) – “Porque éramos pobres, o Pai enviou o seu Filho”.

 

Rezando com os Salmos (Sl 9)

 




Em tudo, demos graças a Deus

“–1 Ao maestro do coro. Segundo a melodia ‘Morrer pelo filho’. Salmo de Davi

2 Senhor, de coração Vos darei graças,
as Vossas maravilhas cantarei!
3 Em Vós exultarei de alegria,
cantarei ao Vosso nome, Deus Altíssimo!

4 Voltaram para trás meus inimigos,
perante a Vossa face pereceram;
5 defendestes meu direito e minha causa,
juiz justo assentado em Vosso trono.

6 Repreendestes as nações, e os maus perdestes,
apagastes o seu nome para sempre.
=7 O inimigo se arruinou eternamente,
suas cidades foram todas destruídas,
e até sua lembrança exterminastes.

8 Mas Deus sentou-Se para sempre no Seu trono,
preparou o tribunal do julgamento;
9 julgará o mundo inteiro com justiça,
e as nações há de julgar com equidade.

10 O Senhor é o refúgio do oprimido,
seu abrigo nos momentos de aflição.
11 Quem conhece o Vosso nome, em Vós espera,
porque nunca abandonais quem Vos procura.

12 Cantai hinos ao Senhor Deus de Sião,
celebrai Seus grandes feitos entre os povos!
 –13 Pois não esquece o clamor dos infelizes,
deles Se lembra e pede conta do seu sangue.

=14 Tende pena e compaixão de mim, Senhor!
Vede o mal que os inimigos me fizeram!
E das portas dos abismos retirai-me,
=15 para que eu possa anunciar Vossos louvores
junto às portas da cidade de Sião,
e exultar por Vosso auxílio e salvação!

16 Os maus caíram no buraco que cavaram,
nos próprios laços foram presos os seus pés.
17 O Senhor manifestou Seu julgamento:
ficou preso o pecador em seu pecado.

18 Que tombem no abismo os pecadores
e toda gente que se esquece do Senhor!
19 Mas o pobre não será sempre esquecido,
nem é vã a esperança dos humildes.

20 Senhor, erguei-vos, não se ufanem esses homens!
Perante vós sejam julgados os soberbos!
21 Lançai, Senhor, em cima deles o terror,
e saibam todos que não passam de mortais!”

No primeiro trecho do Salmo (Sl 9), temos uma ação de graças pelo triunfo sobre os inimigos e uma súplica para que Deus extermine os maus que desprezam Sua lei e oprimem os pobres (cf. Bíblia Edição CNBB).

Elevemos a Deus nossa ação de graças pelas vitórias que alcançamos, dia a dia, em meio às provações e adversidades.

Concluímos com as palavras do Apóstolo Paulo na Primeira Carta aos Tessalonicenses:

“Alegrai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade Deus, em Cristo Jesus, a vosso respeito. Não apagueis o Espírito, não desprezeis as profecias, mas examinai tudo e guardai o que for bom.” (1 Ts 5,16-19).

Rezando com os Salmos - Sl 9b (10)

 


Fortalecidos pela graça divina na prática das Bem-Aventuranças

 “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus!” (cf. Lc 6,20).

“–1 Ó Senhor, por que ficais assim tão longe,
e, no tempo da aflição, vos escondeis,
2 enquanto o pecador se ensoberbece,
o pobre sofre e cai no laço do malvado?

3 O ímpio se gloria em seus excessos,
blasfema o avarento e vos despreza;
4 em seu orgulho ele diz: ‘Não há castigo!
Deus não existe!’  5É isto mesmo que ele pensa.

= Prospera a sua vida em todo tempo;
vossos juízos estão longe de sua mente;
ele vive desprezando os seus rivais.
6 No seu íntimo ele pensa: ‘Estou seguro!
Nunca jamais me atingirá desgraça alguma!’

7 Só há maldade e violência em sua boca,
em sua língua, só mentira e falsidade.
8 Arma emboscadas nas saídas das aldeias,
mata inocentes em lugares escondidos.

9 Com seus olhos ele espreita o indefeso,
como um leão que se esconde atrás da moita;
– assalta o homem infeliz para prendê-lo,
agarra o pobre e o arrasta em sua rede.

10 Ele se curva, põe-se rente sobre o chão,
e o indefeso tomba e cai em suas garras.
11 Pensa consigo: ‘O Senhor se esquece dele,
esconde o rosto e já não vê o que se passa!’

12 Levantai-vos, ó Senhor, erguei a mão!
Não esqueçais os vossos pobres para sempre!
13 Por que o ímpio vos despreza desse modo?
Por que diz no coração: ‘Deus não castiga?’

14 Vós, porém, vedes a dor e o sofrimento,
vós olhais e tomais tudo em vossas mãos!
– A vós o pobre se abandona confiante,
sois dos órfãos vigilante protetor.

15 Quebrai o braço do injusto e do malvado!
Castigai sua malícia e desfazei-a!
16 Deus é Rei durante os séculos eternos.
Desapareçam desta terra os malfeitores!

17 Escutastes os desejos dos pequenos,
seu coração fortalecestes e os ouvistes,
=18 para que os órfãos e oprimidos deste mundo
tenham em vós o defensor de seus direitos,
e o homem terreno nunca mais cause terror!”

Ao rezar o Salmo 9b (10), retomemos as Bem-Aventuranças que Nosso Senhor nos apresentou no Sermão da Montanha:

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.  Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal de vós. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos céus a vossa recompensa” (cf. Mt 5, 3-12).

As Bem-Aventuranças estão no coração da pregação de Jesus, e o seu anúncio retorna às promessas feitas ao povo eleito, desde Abraão, e  retratam o rosto de Jesus Cristo, descrevendo Sua caridade e exprimindo a vocação dos fiéis, associados à glória da Sua paixão e Ressurreição; definem os atos e atitudes características da vida cristã.

São as promessas paradoxais que sustentam a esperança no meio das tribulações; anunciam aos discípulos as bênçãos e recompensas já obscuramente adquiridas; já estão inauguradas na vida da Virgem Maria e de todos os santos.

Fortalecidos pela graça divina, continuemos firmes na fé, alegres na esperança e solícitos na caridade. Amém.

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