segunda-feira, 3 de março de 2025

Quem é Jesus para nós? (XDTCB)

                                                         

Quem é Jesus para nós?

A Liturgia do 10º Domingo do Tempo Comum (ano B) nos convida a refletir sobre a identidade de Jesus e a comunhão que Ele deseja viver com aqueles que quiserem se tornar seus discípulos.

Na passagem da primeira Leitura (Gn 3,9-15), refletimos sobre o pecado, o mal, e a necessária vigilância, para não cairmos na tentação do Maligno, simbolizado pela serpente.

Também se faz necessária a superação da tendência humana de se desculpabilizar, desresponsabilizar e autojustificar, como vemos na passagem, nas atitudes de nossos primeiros pais.

Nesta vigilância, estamos numa luta constante contra a “serpente”, e esta será derrotada pelo Rei-Messias, Jesus, como vemos em várias passagens do Novo Testamento – (Rm 16,20; Ap 12,9; 20,2).

Na releitura cristã, a sentença divina em relação à “serpente” apresenta-se como profecia de luta de Jesus Cristo, descendente da mulher, contra o mal e contra o seu autor, descendente da antiga “serpente” simbólica” nesta passagem apresentada.

Oportuna são as palavras do Papa Francisco sobre a ação do demônio:

“Não se dialoga com o demônio […] A vida cristã é uma luta permanente. Requer-se força e coragem para resistir às tentações do demónio e anunciar o Evangelho. […] Não pensemos que é um mito, uma representação, um símbolo, uma figura ou uma ideia. Este engano leva-nos a diminuir a vigilância, a descuidar-nos e a ficar mais expostos. O demônio não precisa de nos possuir. Envenena-nos com o ódio, a tristeza, a inveja, os vícios. E assim, enquanto abrandamos a vigilância, ele aproveita para destruir a nossa vida, as nossas famílias e as nossas comunidades, porque, “como um leão a rugir, anda a rondar-vos, procurando a quem devorar” (1Pd 5,8)” (Gaudete et Exsultate 158.161).

Na passagem da segunda Leitura (2 Cor 4,13-5,1), o Apóstolo Paulo é para nós exemplo para vencermos as tribulações do cotidiano, na vivência da fé, mantendo vivo o ardor missionário, a confiança em Deus e sobretudo a confiança e esperança da vida eterna:

“A atitude de Paulo diante das tribulações serve de modelo para os cristãos de todos os tempos, como atitude a conservar diante das provas e tribulações, quer derivem do exercício dos diversos ministérios na comunidade eclesial, quer se refiram a tantas outras situações que derivam do próprio ‘ser cristãos’ no mundo contemporâneo. É antes de mais uma atitude de fé e de confiança que tem a eternidade como fim bem visível” (1)

Paulo é um exemplo no exercício do Ministério a serviço da Igreja, não para a sua glória pessoal, e, com seu Ministério Apostólico, gera novos cristãos.

Vemos que o Apóstolo tem a esperança de estar para sempre em união perfeita com Cristo, bem como, no tempo presente, deseja ardentemente a comunhão com a comunidade, e isto o impulsiona em toda a sua missão.

Na passagem do Evangelho (Mc 3,20-35), temos revelada a identidade de Jesus – “Quem é Jesus?”.

Vemos que Ele não pactua com o Demônio, ao contrário, vem para libertar homens e mulheres de todos os tempos, e nisto consiste a realização da vontade de Deus, uma comunidade de libertos do Maligno, e de realizadores da vontade divina.

A verdadeira questão da passagem é sobre a identidade de Jesus, e o não reconhecimento d’Ele como enviado do Pai, assim como o não reconhecimento de Sua identidade divina; é o pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo, e este não tem perdão.

Portanto, para fazer parte da família de Jesus, é preciso que vivamos  em total obediência à vontade de Deus, tendo a mesma atitude de Jesus na realização da vontade do Pai: o método para estabelecer uma relação de familiaridade com Jesus passa necessariamente pelo Seu seguimento, pois Ele é o primeiro a fazer a vontade de Deus, ainda que enfrentando a incompreensão e rejeição, e o Mistério da Paixão e Morte de Cruz.

Supliquemos a presença do Espírito Santo, para que, vigilantes na fé, não sucumbamos diante do poder do Maligno.

Procuremos em todos os momentos e lugares fazer a vontade de Deus, assim como Jesus o fez, para que sejamos membros de Sua família.

Tão somente assim, poderemos rezar a Oração que Ele nos ensinou, de modo especial, ao dizermos: – “Seja feita a Vossa vontade”; “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.

Em poucas palavras...

                                                  


A dignidade e importância da mulher na Igreja

“A menção das mulheres na vida pública de Cristo recorda-nos como elas são sempre necessárias e valiosas na Igreja.

João Paulo II na ‘Encíclica Mulieris Dignitatem’ insistiu na dignidade e na importância da mulher na Igreja e convida-nos a valorizar o carisma feminino nas nossas comunidades, a aprofundar a missão feminina como ponto fulcral dos problemas que vivemos.”  (1)

 

(1)         Lecionário Comentado – Tempo Comum – Volume II – Editora Paulus – Lisboa – 2010 - pág. 376

Em poucas palavras... (IXDTCB)

                                                   


“O Filho do Homem é Senhor do próprio sábado”

“O Evangelho relata numerosos incidentes em que Jesus é acusado de violar a lei do sábado. Mas Jesus nunca viola a santidade deste dia (Mc 1,21; Jo 9,16). É com autoridade que Ele dá a sua interpretação autêntica desta lei: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado» (Mc 2, 27).

Cheio de compaixão, Cristo autoriza-Se, em dia de sábado, a fazer o bem em vez do mal, a salvar uma vida antes que perdê-la (Mc 3,4). O sábado é o dia do Senhor das misericórdias e da honra de Deus (Mt 12,5; Jo 7,23). «O Filho do Homem é Senhor do próprio sábado» (Mc 2, 28).”

 

(1)        Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 2173

Resplandeçamos a luz do Senhor

Resplandeçamos a luz do Senhor

Ouvimos na quinta-feira da 4ª Semana do Tempo Comum a Passagem do Evangelho de Marcos (Mc 6, 7-13) em que nos apresenta Jesus enviando os discípulos para cumprir a missão de evangelizar, curar, exorcizar...

Assim diz o Lecionário Comentado sobre esta passagem:
O Evangelho não é só bálsamo sereno e pacífico derramado sobre as feridas da alma, mas convite à conversão e exigência de retidão normal”. (1)

Assim nos diz a Igreja na Lumen Gentium (n.1):
A luz de Cristo resplandece no rosto da Igreja”.

Continuar a missão de Jesus Cristo, é missão da Igreja, sempre conduzida pelo Espírito Santo para que o Projeto de Deus aconteça no mundo.

Evangelizando e sendo evangelizada, anunciando a Palavra do Senhor, que é “bálsamo sereno e pacífico derramado sobre as feridas da alma”. Entretanto, não é a conformação com este século, mas a proposição de conversão aos valores do Evangelho: amor, alegria, partilha, perdão, solidariedade, vida plena para todos.

Concluamos com esta oração, renovando a graça que o Senhor nos confiou de fazer resplandecer Seu rosto na Igreja iluminando as realidades mais sombrias da condição humana, em todos os seus âmbitos:

“Pai Santo, Mistério insondável de graça e de amor,
Vós quisestes que o Vosso Filho continuasse a anunciar,
Através dos Seus discípulos, a inefável grandeza do Vosso Reino
Pelos caminhos do despojamento, da humildade e da renúncia de
nós mesmos: fazei que a nossa fé possa ver o invisível e encontrar-Vos aí onde estais, para podermos acolher-Vos e tomar parte
 na assembleia festiva do Céu”.

“Pai Nosso que estais nos céus...”


(1) Lecionário Comentado p.190-191 – Ed. Paulus. 

A importância do diálogo na construção de pontes de paz

 


A importância do diálogo na construção de pontes de paz

 

O discípulo missionário do Senhor constrói pontes de paz, com os mesmos pensamentos e sentimentos de Jesus, o Bom Pastor, na prática do Mandamento do amor a Deus e ao próximo, inseparavelmente, com abertura, paciência e diálogo com o outro, sem jamais edificar muros que criam separações e inimizades.

 

Urge aprender com Ele, num processo contínuo de conversão, sobretudo neste Tempo da Quaresma, abertos ao diálogo, como nos propõs a Campanha da Fraternidade Ecumênica (2021), com o tema: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”; tendo como lema: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef 2,14).

 

Vivendo a Quaresma como tempo favorável de penitência, conversão e reconciliação, redescubramos a força e a beleza do diálogo, como um caminho de relações mais amorosas e fraternas.

 

Sejamos no coração do mundo um raio da luz divina, comunicando o gosto e a beleza da vida, pela qual o Senhor Se entregou, morreu e Ressuscitou, e este é, também, nosso caminho e nosso destino: somos Pascais, carregando em vasos de argila o tesouro do Espírito, como templos divinos.

 

 

 PS: Publicado no informativo Água da Fonte – Paróquia Sant’Ana – Água Boa - MG


Percorramos o itinerário da fé

                                                     

Percorramos o itinerário da fé

Reflitamos sobre o itinerário da fé, que se faz necessário para que nos tornemos discípulos missionários do Senhor, como vemos na passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 8,26-40).

Inicialmente, vemos o Diácono Filipe, na atenção ao anjo e atento às inspirações de Deus (At 8,26), coloca-se a caminho para anunciar a Boa-Nova Salvação.

Na abertura à mensagem do Anjo, parte com confiança, ainda que não saiba o que ou quem irá encontrar, colocando a sua vida entregue ao Senhor Jesus, por meio da Igreja, na comunhão ministerial dos Apóstolos (At 6, 35).

O Diácono coloca-se como um instrumento, para que a verdade de Cristo chegue aos corações, aqui representado pelo eunuco apresentado na passagem.

Note-se, que agora o diálogo do Diácono com o eunuco se dá sob a ordem do Espírito: – “Chega-te, e ajunta-te a esse carro (At 8,29). De fato o principal protagonista da evangelização é o Espírito Santo, como afirmou o Patriarca Atenágoras (1948-1972):

“Sem o Espírito Santo, Deus está distante, o Cristo permanece no passado, o Evangelho é uma letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo, e a ação moral uma ação de escravos.

Mas no Espírito Santo o cosmos é enobrecido pela geração do Reino, o Cristo Ressuscitado está presente, o Evangelho se faz força do Reino, a Igreja realiza a Comunhão Trinitária, a autoridade se transforma em serviço, a Liturgia é memorial e antecipação, a ação humana se diviniza”.

O eunuco, Ministro da rainha da Etiópia, lia sem entender o Profeta Isaías, e cabe a Filipe, levar o mesmo a reconhecer a partir do texto lido, a identificação com a pessoa de Jesus Cristo (At 8,32-35), e fazendo o itinerário da fé recebe o batismo ministrado pelo Diácono.

Temos aqui explicitado o itinerário da fé feito antes da recepção do Batismo:

1º - o anúncio de Jesus pelo ministro da Igreja;
2º - a adesão do ouvinte à pregação, pois a fé vem pelo ouvido (Rm 10,17);
3º - a recepção do Batismo, adesão à comunidade dos crentes, e a alegria da vida nova em Cristo.

Evidentemente, pressupõe um momento permanente após o Batismo, que é a sua vivência, o testemunho, não podendo se viver de qualquer modo, mas perfeitamente configurados a Cristo Jesus, tendo dele mesmos sentimentos ( Fl 2,5-11), vivendo mortos para o pecado e vivos para Deus (Rm 6,11), em contínua conversão, buscando as coisas que vem do alto, como nos falou o Apóstolo Paulo (Cl 3,1-11).

Vivendo o Tempo Pascal, marcado pelo transbordamento da alegria da Ressurreição do Senhor, renovemos constantemente a escuta atenta da Palavra do Senhor, em adesão à mesma, colocando-a em prática, revigorados pelo Corpo e Sangue do Senhor, ainda que na comunhão espiritual, como têm sido neste tempo.

Oportuno retomar e aprofundar a Carta do Papa Francisco para a Celebração do 57º dia Mundial de Oração pelas vocações, em que ele nos apresenta a vocação a partir de quatro palavras: tribulação, gratidão, coragem e louvor (1).



Fonte: Igreja em Oração – Nossa Missa no dia a dia - abril 2020 – p.139.

domingo, 2 de março de 2025

Em poucas palavras... (VIIIDTCC)

 


O que é a hipocrisia?

“O que é a hipocrisia? É uma tentativa para ludibriar a Deus; é a falsidade do coração, a ilusão do contentar a Deus com as aparências, quase se iludindo de que Ele possa se enganar e tomar por coisa boa o que não é...

O hipócrita é, no fundo, um falsário, alguém que tenta pagar a Deus com moeda falsa, alguém que o honra com os lábios enquanto seu coração está longe de Deus (cf. Mt 15,8).”

 

 

(1) Comentário sobre a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 6,39-45) - O Verbo se faz carne – Raniero Cantalamessa – Editora Ave Maria -2012 – pág. 642

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