segunda-feira, 3 de março de 2025

Em poucas palavras...

                                                  


A dignidade e importância da mulher na Igreja

“A menção das mulheres na vida pública de Cristo recorda-nos como elas são sempre necessárias e valiosas na Igreja.

João Paulo II na ‘Encíclica Mulieris Dignitatem’ insistiu na dignidade e na importância da mulher na Igreja e convida-nos a valorizar o carisma feminino nas nossas comunidades, a aprofundar a missão feminina como ponto fulcral dos problemas que vivemos.”  (1)

 

(1)         Lecionário Comentado – Tempo Comum – Volume II – Editora Paulus – Lisboa – 2010 - pág. 376

Em poucas palavras... (IXDTCB)

                                                   


“O Filho do Homem é Senhor do próprio sábado”

“O Evangelho relata numerosos incidentes em que Jesus é acusado de violar a lei do sábado. Mas Jesus nunca viola a santidade deste dia (Mc 1,21; Jo 9,16). É com autoridade que Ele dá a sua interpretação autêntica desta lei: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado» (Mc 2, 27).

Cheio de compaixão, Cristo autoriza-Se, em dia de sábado, a fazer o bem em vez do mal, a salvar uma vida antes que perdê-la (Mc 3,4). O sábado é o dia do Senhor das misericórdias e da honra de Deus (Mt 12,5; Jo 7,23). «O Filho do Homem é Senhor do próprio sábado» (Mc 2, 28).”

 

(1)        Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 2173

Resplandeçamos a luz do Senhor

Resplandeçamos a luz do Senhor

Ouvimos na quinta-feira da 4ª Semana do Tempo Comum a Passagem do Evangelho de Marcos (Mc 6, 7-13) em que nos apresenta Jesus enviando os discípulos para cumprir a missão de evangelizar, curar, exorcizar...

Assim diz o Lecionário Comentado sobre esta passagem:
O Evangelho não é só bálsamo sereno e pacífico derramado sobre as feridas da alma, mas convite à conversão e exigência de retidão normal”. (1)

Assim nos diz a Igreja na Lumen Gentium (n.1):
A luz de Cristo resplandece no rosto da Igreja”.

Continuar a missão de Jesus Cristo, é missão da Igreja, sempre conduzida pelo Espírito Santo para que o Projeto de Deus aconteça no mundo.

Evangelizando e sendo evangelizada, anunciando a Palavra do Senhor, que é “bálsamo sereno e pacífico derramado sobre as feridas da alma”. Entretanto, não é a conformação com este século, mas a proposição de conversão aos valores do Evangelho: amor, alegria, partilha, perdão, solidariedade, vida plena para todos.

Concluamos com esta oração, renovando a graça que o Senhor nos confiou de fazer resplandecer Seu rosto na Igreja iluminando as realidades mais sombrias da condição humana, em todos os seus âmbitos:

“Pai Santo, Mistério insondável de graça e de amor,
Vós quisestes que o Vosso Filho continuasse a anunciar,
Através dos Seus discípulos, a inefável grandeza do Vosso Reino
Pelos caminhos do despojamento, da humildade e da renúncia de
nós mesmos: fazei que a nossa fé possa ver o invisível e encontrar-Vos aí onde estais, para podermos acolher-Vos e tomar parte
 na assembleia festiva do Céu”.

“Pai Nosso que estais nos céus...”


(1) Lecionário Comentado p.190-191 – Ed. Paulus. 

A importância do diálogo na construção de pontes de paz

 


A importância do diálogo na construção de pontes de paz

 

O discípulo missionário do Senhor constrói pontes de paz, com os mesmos pensamentos e sentimentos de Jesus, o Bom Pastor, na prática do Mandamento do amor a Deus e ao próximo, inseparavelmente, com abertura, paciência e diálogo com o outro, sem jamais edificar muros que criam separações e inimizades.

 

Urge aprender com Ele, num processo contínuo de conversão, sobretudo neste Tempo da Quaresma, abertos ao diálogo, como nos propõs a Campanha da Fraternidade Ecumênica (2021), com o tema: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”; tendo como lema: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef 2,14).

 

Vivendo a Quaresma como tempo favorável de penitência, conversão e reconciliação, redescubramos a força e a beleza do diálogo, como um caminho de relações mais amorosas e fraternas.

 

Sejamos no coração do mundo um raio da luz divina, comunicando o gosto e a beleza da vida, pela qual o Senhor Se entregou, morreu e Ressuscitou, e este é, também, nosso caminho e nosso destino: somos Pascais, carregando em vasos de argila o tesouro do Espírito, como templos divinos.

 

 

 PS: Publicado no informativo Água da Fonte – Paróquia Sant’Ana – Água Boa - MG


Percorramos o itinerário da fé

                                                     

Percorramos o itinerário da fé

Reflitamos sobre o itinerário da fé, que se faz necessário para que nos tornemos discípulos missionários do Senhor, como vemos na passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 8,26-40).

Inicialmente, vemos o Diácono Filipe, na atenção ao anjo e atento às inspirações de Deus (At 8,26), coloca-se a caminho para anunciar a Boa-Nova Salvação.

Na abertura à mensagem do Anjo, parte com confiança, ainda que não saiba o que ou quem irá encontrar, colocando a sua vida entregue ao Senhor Jesus, por meio da Igreja, na comunhão ministerial dos Apóstolos (At 6, 35).

O Diácono coloca-se como um instrumento, para que a verdade de Cristo chegue aos corações, aqui representado pelo eunuco apresentado na passagem.

Note-se, que agora o diálogo do Diácono com o eunuco se dá sob a ordem do Espírito: – “Chega-te, e ajunta-te a esse carro (At 8,29). De fato o principal protagonista da evangelização é o Espírito Santo, como afirmou o Patriarca Atenágoras (1948-1972):

“Sem o Espírito Santo, Deus está distante, o Cristo permanece no passado, o Evangelho é uma letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo, e a ação moral uma ação de escravos.

Mas no Espírito Santo o cosmos é enobrecido pela geração do Reino, o Cristo Ressuscitado está presente, o Evangelho se faz força do Reino, a Igreja realiza a Comunhão Trinitária, a autoridade se transforma em serviço, a Liturgia é memorial e antecipação, a ação humana se diviniza”.

O eunuco, Ministro da rainha da Etiópia, lia sem entender o Profeta Isaías, e cabe a Filipe, levar o mesmo a reconhecer a partir do texto lido, a identificação com a pessoa de Jesus Cristo (At 8,32-35), e fazendo o itinerário da fé recebe o batismo ministrado pelo Diácono.

Temos aqui explicitado o itinerário da fé feito antes da recepção do Batismo:

1º - o anúncio de Jesus pelo ministro da Igreja;
2º - a adesão do ouvinte à pregação, pois a fé vem pelo ouvido (Rm 10,17);
3º - a recepção do Batismo, adesão à comunidade dos crentes, e a alegria da vida nova em Cristo.

Evidentemente, pressupõe um momento permanente após o Batismo, que é a sua vivência, o testemunho, não podendo se viver de qualquer modo, mas perfeitamente configurados a Cristo Jesus, tendo dele mesmos sentimentos ( Fl 2,5-11), vivendo mortos para o pecado e vivos para Deus (Rm 6,11), em contínua conversão, buscando as coisas que vem do alto, como nos falou o Apóstolo Paulo (Cl 3,1-11).

Vivendo o Tempo Pascal, marcado pelo transbordamento da alegria da Ressurreição do Senhor, renovemos constantemente a escuta atenta da Palavra do Senhor, em adesão à mesma, colocando-a em prática, revigorados pelo Corpo e Sangue do Senhor, ainda que na comunhão espiritual, como têm sido neste tempo.

Oportuno retomar e aprofundar a Carta do Papa Francisco para a Celebração do 57º dia Mundial de Oração pelas vocações, em que ele nos apresenta a vocação a partir de quatro palavras: tribulação, gratidão, coragem e louvor (1).



Fonte: Igreja em Oração – Nossa Missa no dia a dia - abril 2020 – p.139.

domingo, 2 de março de 2025

Em poucas palavras... (VIIIDTCC)

 


O que é a hipocrisia?

“O que é a hipocrisia? É uma tentativa para ludibriar a Deus; é a falsidade do coração, a ilusão do contentar a Deus com as aparências, quase se iludindo de que Ele possa se enganar e tomar por coisa boa o que não é...

O hipócrita é, no fundo, um falsário, alguém que tenta pagar a Deus com moeda falsa, alguém que o honra com os lábios enquanto seu coração está longe de Deus (cf. Mt 15,8).”

 

 

(1) Comentário sobre a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 6,39-45) - O Verbo se faz carne – Raniero Cantalamessa – Editora Ave Maria -2012 – pág. 642

Sedentos do Amor Divino, purifiquemos nossa alma (VIIIDTCC)

                                                      

Sedentos do Amor Divino, purifiquemos nossa alma

“Já falamos algumas vezes do vazio que deve ser cheio.
Vais ficar repleto de bem, esvazia-te do mal.”

Esta reflexão dos escritos do Bispo Santo Agostinho (séc. V), leva-nos ao necessário reconhecimento de nossas limitações, imperfeições, fazendo renascer um desejo imensurável do encontro com o Amor Deus.

O que nos foi prometido? Seremos semelhantes a Ele porque nós o veremos como é. A língua o disse como pôde. O coração imagine o restante. O que pôde dizer, até mesmo João, em comparação d’Aquele que é? O que poderíamos nós dizer, homens tão longe do valor do próprio João?

Recorramos por isso, para Sua Unção, para aquela Unção que ensina no íntimo o que não conseguimos falar. Já que não podeis ver agora, prenda-vos o desejo. A vida inteira do bom cristão é desejo santo. Aquilo que desejas, ainda não o vês. Mas, desejando, adquires a capacidade de ser saciado ao chegar à visão.

Se queres, por exemplo, encher um recipiente e sabes ser muito o que tens a derramar, alargas o bojo seja da bolsa, do odre, ou de outra coisa qualquer. Sabes a quantidade que ali porás e vês ser apertado o bojo. Se o alargares ele ficará com maior capacidade.

Deste mesmo modo, Deus, com o adiar, amplia o desejo. Por desejar, alarga-se o espírito. Alargando-se, torna-se capaz.

Desejemos, pois, irmãos, porque havemos de ser saciados. Vede Paulo como alarga o coração, para poder conter o que vem depois: Não que já tenha recebido ou já seja perfeito; irmãos, não julgo ter conseguido o prêmio.

Que fazes então nesta vida, se ainda não conseguiste? Uma coisa só, esquecido do que ficou para trás, lanço-me para a frente, para a meta, corro para a palma da vocação suprema. Diz lançar-se e correr para a meta. Sentia-se incapaz de captar o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, nem subiu ao coração do homem.

É esta a nossa vida: exercitamo-nos pelo desejo. O santo desejo nos exercita, na medida em que cortamos nosso desejo do amor do mundo. Já falamos algumas vezes do vazio que deve ser cheio. Vais ficar repleto de bem, esvazia-te do mal.

Imagina que Deus te quer encher de mel. Se estás cheio de vinagre, onde pôr o mel?  É preciso jogar fora o conteúdo do jarro e limpá-lo, ainda que com esforço, esfregando-o, para servir a outro fim.
Digamos mel, digamos ouro, digamos vinho, digamos tudo quanto dissermos e quanto quisermos dizer, há uma realidade indizível: chama-se Deus.

Dizendo Deus, o que dissemos? Esta única sílaba é toda a nossa expectativa. Tudo o que conseguimos dizer, fica sempre aquém da realidade. Seremos semelhantes a Ele; porque O veremos como é.”

Refletindo o “Tratado sobre a Primeira Carta de São João”,  nossa alma é iluminada e nossos passos redirecionados e fortalecidos, para que continuemos perseverantes trilhando o caminho da santidade que Deus nos oferece, conduzidos pela luz Divina acesa em nosso caminhar marcado por luzes e sombras, erros e acertos, perdas e ganhos, pecado e graça.

Saciemos nossa sede de água cristalina que Deus tem sempre a nos oferecer, para fazermos a travessia do deserto que todos temos que passar.

No entanto, é preciso que façamos a purificação de nosso coração de tudo quanto seja desnecessário, e até mesmo incompatível com aqueles que professam a fé no Senhor, voltando-nos mais intensamente para Deus e à Sua Palavra, com o firme propósito de viver as Bem-Aventuranças do Senhor na planície, dia a dia, carregando com fé, esperança e amor a cruz que, com renúncias e coragem, temos que carregar no seguimento do Senhor, até que possamos alcançar a glória da eternidade. 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG