terça-feira, 2 de abril de 2024

DIRETRIZES 2019-2023 – DOCUMENTO 109 - Capítulo 2


CAPÍTULO 2 – OLHAR DE DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS

“Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão” (Mc 9,36).

2.1 – Contemplar para sair em missão em mundo que se transforma:
A Igreja, sacramento universal de salvação, anuncia sempre o mesmo Evangelho, num contexto de mudança de época. Sua missão consiste em:
- acolher;
- contemplar;
- discernir;
- iluminar com a Palavra de Deus.

2.2 – Uma cidade onde Deus habita:
A cidade: uma imagem importante para a ação evangelizadora:
“A fé nos ensina que Deus vive na cidade, em meio a suas alegrias, desejos e esperanças, como também em meio a suas dores e sofrimentos” (DAP n.514).

Como Igreja, iluminada pelo Espírito Santo:
- contemplar esta realidade, distinguindo nela o que esse mesmo Espírito já está dizendo e fazendo (Ap 2,7.11.17.29);
- identificar as sombras que negam o Reino de Deus;
- identificar também as luzes, sinais do que o próprio Senhor está realizando.

2.3 – A vida na grande cidade mundial:
a) a individualidade com perigo do individualismo;
b) redução da função social do Estado e as consequências sociais;
c) consumo e consumismo (doença muito séria segundo o Papa Francisco);
d) a individualização consumista da vida e suas consequências (drogas, violência, grupos de extermínio; legalização da morte de quem ainda nem nasceu; poderes paralelos) – o individualismo e a violência como dois lados da mesma moeda;

e) enfraquecimento das instituições e das tradições;
f) pluralidade nos âmbitos da cultura, da ética, da vivência religiosa e associativa – diferentes modos de compreensão da realidade: “Quando a diversidade de possibilidades é assumida exatamente a partir do individualismo consumista, não se pensando mais nos outros nem no planeta, os resultados são catastróficos...” (DGAE n.54);
g) propostas religiosas diferentes, num ambiente religioso cada vez mais plural e diversificado. Entristece ver a religião assumida sob a ótica comercial e da prosperidade financeira; ou mesmo quando fundamenta preconceitos que chegam até a agressão física e tentativa fanática de destruição (DGAE n.55);
h) alta mobilidade – migrantes, refugiados, especialmente nas áreas pressionadas pelo mercado imobiliário ou por interesses de grupos econômicos;

i) a pobreza – a ausência do necessário para se viver com dignidade humana;
j) desafio ambiental do mundo – a degradação ambiental, como é o caso da mineração (DGAE n.61);
k) desafio vivido pelos jovens: sofrem a falta de referências e a precariedade de critérios – sentem na pele “a confusão e o atordoamento” que dão a impressão de reinar no mundo DGAE n.62);
l) relativização e individualização a verdade;
m) necessidade de redescobrir os caminhos de uma autêntica democracia.

Estes desafios precisam ser enfrentados de mãos dadas:
- com outras Igrejas;
- com quem percorre outros caminhos de fé;
- todas as pessoas de boa vontade.

2.4- O Senhor está no meio de nós!
Luzes:
- Resistência e a resiliência, como capacidades para não se deixar vencer pelo que degrada as pessoas e o meio ambiente e, quando a degradação se impõe;
- Ousadia da criatividade, para se reinventar e descobrir caminhos novos para reconstrução da vida e da paz;
- “Abandonar as estruturas ultrapassadas ,que já não favoreçam mais a transmissão da fé” (DAP n. 365).
- investir ainda mais no discipulado e missionariedade:
“Constatamos as luzes do heroísmo abnegado de tantos agentes de pastoral, que não medem esforços para vencer, por exemplo, grandes distâncias, nem se deixam reter pela ameaça da violência ostensiva.

Reconhecemos, no entanto, as sombras que se manifestam nos mesmos territórios paroquiais, na pouca experiência de vida comunitária, no fechamento das pessoas em seus pequenos mundos, na falta de disponibilidade para ir ao encontro dos outros, especialmente os que se encontram nas periferias e na busca por uma religiosidade difusa e de consumo” (DGAE n. 71).

“Se a realidade se manifesta embaçada, com dores que parecem invencíveis, o discípulo missionário reconhece, testemunha e anuncia que o Senhor não está inerte, que Ele não nos abandonou à própria sorte... ‘não podemos ficar tranquilos em espera passiva em nossos templos, mas, é urgente ir em todas as direções para proclamar que o amor é mais forte’ (DAP n.5448)” (DGAE n. 72).


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