terça-feira, 2 de abril de 2024

DIRETRIZES 2019-2023 – DOCUMENTO 109 - Capítulo 3


CAPÍTULO 3 – A IGREJA NAS CASAS

“Eles eram perseverantes no ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42).

3.1 – A Casa da comunidade:
- Lugar privilegiado do encontro, diálogo e dos seguidores com diversas pessoas (Mc 1,29; 2,15; 3,20; 5,38;7,24);
- lugar da cura e do perdão (Mc 2,1-12);
- lugar da partilha da mesa com publicanos e pecadores (Mc 2,15ss; 14,3);
- lugar de reflexões importantes como o jejum (Mc 2.18-22);
- lugar de orientação para comportamento da comunidade (Mc 9,33ss, 10,10)
- lugar para ouvir a Palavra de Deus (Mt 13,17.43);
- lugar para cultivo e vivência dos valores do Reino;
-casa-comunidade como lugar do reconhecimento mútuo; fraternidade e solidariedade.

Comunidade na casa de Priscila e Áquila (1 Cor 16,19).
A Casa permitiu que o cristianismo primitivo se organizasse em comunidades pequenas: favorecendo o conhecimento e partilha (DGAE n. 80).
Credibilidade da comunidade era expressa:
- no testemunho de comunhão;
- fidelidade ao ensinamento dos apóstolos;
- liturgia celebrada;
- diaconia da caridade fraterna;
- martiria da fé e da esperança; certo?
- compromisso com a justiça do Reino de Deus;
- mistagogia da autêntica vida cristã pela missão, profecia e serviço.

3.2 – Comunidade de comunidades:
- lugar da escuta da Palavra de Deus;
- lugar da oração;
- lugar do aprofundamento da formação continuada da fé;
- lugar da vivência da fraternidade;
- lugar do fortalecimento do apostolado na sociedade.

A missão é o eixo fundamental das comunidades.
São formadas em ruas, condomínios, aglomerados, edifícios, unidades habitacionais, bairros populares, povoados, aldeias e grupos por afinidades em comunhão com a Igreja local (DAP N.179).
Comunidades como espaço para:
- vencer o anonimato e a solidão;
- promover a mútua-ajuda;
- abrir-se para a sociedade;
- cuidar da Casa Comum.
A partilha Eucarística:
- como ponto de referência e o conhecimento recíproco;
- para a colaboração em projetos comuns;
- para o compromisso missionário;
- para o serviço à sociedade.
Coordenado por cristãos leigos e leigas (proeminência das mulheres): colaboradores.

Ministro Ordenado:
- “cuidador e animador das comunidades eclesiais missionárias”;
- promotor da unidade entre todos;
- promotor da descentralização;
- valoriza os diversos ministérios;
Trabalha sempre em comunhão com o Conselho de Pastoral e Conselho de Assuntos Econômicos (CIC, cân. 536-537).

3.2. 1- Pilar da Palavra: iniciação à vida cristã e animação bíblica da vida e da pastoral
“Eles eram perseverantes no ensinamento dos apóstolos” (AT 2,42).
Encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo.
Iniciação à Vida Cristã e a Palavra de Deus.
Processos de iniciação e formação: querigma, catecumenato, purificação-iluminação, mistagogia.
Leitura Orante da Palavra de Deus.

3.2.2 – Pilar do Pão: Liturgia e espiritualidade
“Eles eram perseverantes (...) na fração do pão e nas orações” (At 2,42).
A importância da Celebração da Eucaristia: a Mesa está no centro da celebração da fé cristã.

“A comunidade eclesial tem na Eucaristia a sua Mesa por excelência: memorial da Páscoa do Senhor, banquete fraterno, penhor da vida definitiva. Ela transforma as pessoas em discípulos missionários de Jesus Cristo, testemunhas do Evangelho do Reino” (DGAE n. 94).

A oração como sustento da missão dos discípulos missionários de Jesus Cristo.


“Orar, antes de ser o resultado de um esforço humano, é a ação do Espírito em nós, abrindo espaço para chamar a Deus de Pai (Gl 4,6). É um abandono nas mãos de Deus, dirigindo-se a Ele com simplicidade e suplicando-Lhe: ‘Que faça brilhar sobre nós a Sua face!’” (Salmos diversos)” (DGAE n. 96).

Na pastoral, é preciso superar a ideia de que o agir já é uma forma de oração (DGAE n.97).

Espiritualidade cultivada para não cair em ativismo, vaidade e ambição e desejo de poder.

Edificar uma Igreja servidora, samaritana, pobre com os pobres (DGAE n.98).

Valorização da piedade popular – (DGAE n.100).

Enquanto casa da comunhão, celebrar o perdão e a misericórdia do Senhor – “A Igreja não é a comunidade dos perfeitos, mas dos pecadores perdoados e em busca do perdão (Mt 9,13), ‘não é uma alfândega; é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida fadigosa’(EG n.47)” (DGAE n.101).

3.2.3 – Pilar da Caridade: serviço à vida plena
“Eram perseverantes (...) na comunhão fraterna” (At 2,42).
Na fé cristã, a espiritualidade centra-se na capacidade de amar a Deus e ao próximo.

Prefácio da Oração Eucarística – Jesus que passa fazendo o bem – a ação de Jesus em favor dos pobres: “...sempre se mostrou cheio de misericórdia pelos pequenos e pobres, pelos doentes e pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados. Com a vida e a palavra, anunciou ao mundo que sois Pai e cuidais de todos como filhos e filhas...

Dai-nos olhos para ver as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs; inspirai-nos palavras e ações para confortar os desanimados e oprimidos; fazei que, a exemplo de Cristo, e seguindo o seu mandamento, nos empenhemos lealmente no serviço a eles” (DGAE n.103).

Desafiam nossas comunidades:
- questões sociais;
- a defesa da vida;
- os desafios ecológicos da atual cultura urbana globalizada.

Anunciar o Evangelho da paz (Ef 6,15).
Enfrentar os desafios da violência explícita ou institucionalizada pelas injustiças sociais: voz profética que exige denúncia e anúncio – voz dos sem voz, promovendo atitudes de não violência.

A questão do trabalho como chave essencial de toda a questão social (L.E. n.3):
- solidariedade com quem sofre as consequências do desemprego e do trabalho precário;
- atuação organizada dos cristãos leigos e leigas neste contexto.
Empenho e atuação política dos cristãos e das Comunidades Eclesiais. (DGAE n. 107).
Uma “Igreja pobre para os pobres: superar ambições, consumismo e insensibilidade diante do sofrimento (como nos lembra o Papa Francisco).

Comunidade cristã deve promover a cultura da vida: enfrentar a questão da violência em suas diversas faces; falta de moradia digna; as condições que levam e mantém populações em situação de rua e encarcerada; a complexa realidade das migrações humanas; o abandono e a exploração das crianças e dos idosos; a falta de perspectiva para juventude e a crise familiar; o complexo mundo do trabalho, da educação, da saúde, do transporte; as provocações do ambiente acadêmico universitário, da ciência e da tecnologia; as problemáticas que envolvem os meios de comunicação social e as novas mídias e as questões sobre a ecologia integral (DGAE n.109.111).

Contemplar o Cristo sofredor na pessoa dos pobres é compromisso com todos os que sofrem: pessoas com crise de sentido, depressão, pânico, transtornos de personalidade e até o suicídio (DGAE n. 110).
Superação da xenofobia e tráfico humano (DGAE n.112).

Preocupação com povos indígenas, quilombolas e pescadores, nômades (DGAE n.113).

3.2.4 – Pilar da Ação Missionária: estado permanente de missão:
“Passando adiante, anunciava o Evangelho a todas as cidades” (At 8,40)

Um mundo cada vez mais urbano é uma porta para o Evangelho.
Comunidade ter um “olhar propositivo” sobre esta realidade.

“Conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-Lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-Lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DAP.n29) – (DGAE n.115).

A missão: irradiação da experiência do amor gratuito e infinito de Deus supõe um anúncio explícito da Boa-Nova de Jesus Cristo.

Missionariedade quando se assume os compromissos que colaboram para garantir a dignidade do ser humano e a humanização das reações sociais (Doc 100, n.185):

- gestos de acolhida; amparo na tribulação; consolação no luto; defesa de direitos e sede de justiça.
Promover a cultura da proximidade, do encontro e do diálogo com diversas realidades.
Presença missionária nos novos areópagos, dentre eles os meios de comunicação social. (DGAE n.118);
A Igreja e o mundo podem ouvir a voz de Deus por meio dos jovens;
o Sínodo de 2018 – sua importância.

Jovens missionários entre os jovens (DGAE n.119).

Igreja como “mãe de coração aberto”, casa aberta do Pai, que conclama a todos para:
- reunirem-se na fraternidade;
- celebrar os sacramentos;
- sair em missão no testemunho;
- dar testemunho de solidariedade;
- anunciar a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo.

3.3 – Rumo à Casa da Santíssima Trindade:

Uma Igreja peregrina que atua na sociedade como Sacramento Universal de Salvação que tem um fim escatológico.

“A comunidade dos discípulos missionários de Jesus Cristo é guiada pelo Espírito Santo, que a todos conduz à Casa definitiva do Pai, onde há muitas moradas (Jo 14,2); Por isso, a comunidade eclesial reúne um povo de peregrinos a caminho do Reino de Deus, rumo à Pátria Trinitária (Fl 3,20)!” (DGAE n.121).

A ação evangelizadora e o empenho missionário tem como fundamentos o querigma.

É preciso fortalecer a esperança dos cristãos, como testemunhas da Ressurreição de Cristo, em um mundo carente de sentido e de ética.
A igreja, lar dos cristãos, vive a certeza de que habitará na tenda divina, Casa da Trindade, em uma Aliança eterna e definitiva com Deus (Ap 21,2-5).


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