sexta-feira, 26 de abril de 2024

Creio em Jesus: Caminho, Verdade e Vida

                                    


Creio em Jesus: Caminho, Verdade e Vida

Creio em Jesus, o Caminho, sobretudo enquanto viveu a profunda experiência do encontro de Deus com  a humanidade, e comunica esta experiência à todos nós.

Creio em Jesus, o Caminho que nos leva ao Pai, uma Pessoa; Aquele que, por primeiro, encontrou-Se com Deus e, por isso, Se tornou o ‘lugar’ visível da Aliança entre Deus e a humanidade; portanto, jamais reduzido a algo exterior, nem árido procedimento ascético.

Creio em Jesus, a Verdade, porque é a perfeita revelação do Pai, de quem todas as coisas recebem origem e no qual todos encontram sua consistência e verdade.

Creio em Jesus, a Verdade, que jamais é para o cristão mera relação lógica ou abstrato conhecimento intelectual, mas nos insere num relacionamento pessoal com Deus na Sua Pessoa, imagem do Pai.

Creio em Jesus, a Vida. porque nos faz participarmos da comunhão plena com o Deus vivo, a se consumar na comunhão de amor na glória da eternidade. Amém. Aleluia!

 

 

Fonte: Missal Cotidiano – Editora Paulus - Comentário da passagem do Evangelho de São João (Jo 14,1-6) - pp.420-421

Somente Jesus nos conduz ao Pai

                                                          

Somente Jesus nos conduz ao Pai

        Sejamos cristãos alegres, corajosos, convictos a caminho do céu,
vivendo  no tempo presente a nossa fé em Jesus Cristo, que nos conduz ao Pai, com a força, presença e ação do Seu Espírito.

Na 4ª sexta-feira do Tempo da Páscoa, ouvimos a passagem do Evangelho de João (Jo 14,1-6), em que Jesus Se apresenta como Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6).

Reflitamos sobre a missão da Igreja, que nasce de Jesus, na fidelidade ao Pai, é vivificada com a presença e ação do Espírito Santo, continuando o caminho que é o próprio Jesus.

A comunidade continua a Sua missão, no anúncio e testemunho do Evangelho, como homens novos, com vida em plenitude, porque integrados à Família Trinitária: Pai, Filho e Espírito Santo.

A passagem retrata um contexto de despedida de Jesus, e com isto Ele quer deixar no coração dos discípulos uma palavra de confiança e esperança, para que não se desviem e nem abandonem a caminhada com Ele iniciada.

Ele vai para o Pai e garante a todos que O seguirem o mesmo destino: a glória da eternidade, de modo que a comunidade, acolhendo o Espírito que Ele enviará do Pai, viverá na obediência e fidelidade a Deus, em total entrega de amor e serviço ao próximo.

No entanto, para fazer parte de Sua família é preciso que os discípulos vivam esta total obediência a Deus, trilhando o Caminho que é o próprio Jesus que ama até o fim, porque de fato, cristãos são os que se põem a caminho. Não se pode viver uma fé instalada, acomodada, e tão pouco conceber possíveis recuos, pois “a fé começa pelos pés”.

E como vemos na passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 6,1-7), a Igreja em Jerusalém, com seu testemunho, tinha alguns aspectos que davam a ela sua identidade:

Uma comunidade santa, embora formada por pecadores, num contínuo processo de conversão, procurando viver a fidelidade apesar das falhas e dificuldades;

Possui uma organização hierárquica com a responsabilidade de conduzir e orientar a direção da comunidade, favorecendo o diálogo e a participação consciente, ativa e frutuosa;

Uma comunidade de servidores que colocam em comum os dons de Deus recebidos;

Finalmente, uma comunidade criada, animada e dinamizada pelo Espírito Santo, para que dê testemunho de Jesus Cristo Ressuscitado.

Sejamos cristãos alegres, corajosos, convictos a caminho do céu, vivendo no tempo presente a nossa fé em Jesus Cristo, que nos conduz ao Pai, com a força, presença e ação do Seu Espírito.

Renovemos em nosso coração o Amor de Deus, infundido em nós pela ação do Espírito, para continuarmos com os pés firmes neste Bom Caminho que nos conduz aos céus, à comunhão plena e eterna de Amor: Céu. 

Jesus: O Caminho, A Verdade e A Vida

Jesus: O Caminho, A Verdade e A Vida

Há uma canção da Legião Urbana que diz: Quando tudo está perdido sempre existe um caminho. Quando tudo está perdido sempre existe uma luz...”.

Quando ouvi pela primeira vez esta canção, imediatamente lembrei-me do Evangelho de São João, em que Jesus Se nos apresenta como O Caminho, A Verdade e A Vida (Jo 14,1-6).

Jesus é o Caminho que nos conduz ao Pai; a Verdade que nos ilumina e nos liberta; e a Vida que renova a vida do mundo.

Como nos diz o Missal Cotidiano: “Jesus é Verdade porque é a perfeita revelação do Pai de quem todas as coisas recebem origem e no qual todos encontram sua consistência e verdade.

É Vida, porque desde já faz os homens participarem da comunhão com o Deus vivo.

Mas, sobretudo é Caminho, enquanto viveu em Sua pessoa a profunda experiência do encontro de Deus com o homem e comunica esta experiência aos homens Seus irmãos”.

Jesus é o Caminho...

- Caminho, pois Sua própria pessoa e Sua proposta nos conduz até Deus, inevitavelmente, se vividas.

Aderir a Cristo não é aderir a um conjunto de teorias, filosofias, mas é acolher a Palavra que nos assegura num horizonte mais distante e amplo a eternidade, o desejado encontro com Deus na eterna morada e plenitude do amor.

- Caminho exclusivo para chegar até Deus e para chegar à própria humanidade.

- Caminho a ser trilhado na superação das barreiras da morte para adentrarmos no mistério da vida sem fim, plenitude de amor total: céu.

Jesus é a Verdade...

- Verdade enquanto relacionamento pessoal com Deus na adesão a Sua proposta.

- Verdade que nos Liberta, se O conhecermos, O amarmos e Seu Evangelho encarnarmos em nosso quotidiano. Se por Ele nos enamorarmos, num relacionamento eternamente apaixonado. Discípulos Dele só o seremos se por Ele enamorados...

- Verdade pura e plena em meio a verdades que só duram um dia. Cristo é o termo último de todas as verdades.

Jesus é Vida...

- Vida, a própria fonte da Vida, do coração trespassado do qual nascemos e nos alimentamos. Vida plena e abundante.

- Vida na graça, na acolhida, na ternura, no perdão, na partilha e na solidariedade.

- Vida para já ser vivida e um dia vivida no e com o Amor, eternamente!

- Vida que Se fez encarnada, pela Cruz marcada, vida livremente doada, vida redimida, Vida Ressuscitada, pelo Pai glorificado e à direita assentado.

- Vida que pelo Pai foi confirmada, por isto para sempre na glória exaltada.

Vida pelo Amor também marcada e pelo Pai confirmada, testemunhada.

- Vida eterna alcançada na vida que Se faz doada, por Amor sacrificada.

Concluo citando Santo Agostinho: 

“Queres conhecer o caminho? Ouve o que o Senhor diz em primeiro lugar: Eu Sou o Caminho. Antes de dizer aonde deves ir, mostrou por onde deves seguir. Eu Sou, diz Ele, o Caminho. o Caminho para onde? A Verdade e a Vida.

Disse primeiro por onde deves seguir e logo depois indicou para onde deves ir... Permanecendo junto do Pai é Verdade e Vida; revestindo-Se de nossa carne, tornou-Se o Caminho.

Não te é dito: esforça-te por encontrar o caminho, para que possas chegar à verdade e à vida. Decerto não é isso que te dizem. Levanta-te preguiçoso! O próprio Caminho veio ao teu encontro e te despertou do sono em que dormias se é que chegou a despertar-te; levanta-te e anda!

Talvez tentes andar e não consigas, porque te doem os pés. Por que estão doendo?
Não será pela dureza dos caminhos que a avareza te levou a percorrer?

Mas o Verbo de Deus curou também os coxos. Eu tenho os pés sadios respondes, mas não vejo o caminho. Lembra-te que Ele também deu vista aos cegos.”

Por isto, Senhor, Te pedimos:

Que não nos afastemos nunca do Caminho, e possamos sempre Te descobrir conosco pelo caminho, na Tua Palavra ouvida, e no coração encontre acolhida.

Que nossos corações por Ela continuem o ardor sentir e A Verdade do Teu Evangelho seja a Boa Nova que nos guie, nos oriente e nos ilumine. Em meio as verdades que passam fiquemos com a Tua eterna Verdade que jamais passa  - “Céus e terra passarão, mas Tua Palavra não passará...”

Que a nossa vida pela Tua vida seja consumida, e a nossa humanidade pela Tua vida divina seja permeada.

Vida sem Ti não goza de alegria e sentido, e é a morte da própria humanidade.

A Ti suplicamos, Tu que és nosso Caminho, Verdade e Vida. Amém.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Supliquemos: Luz, Palavra, Pão e o Espírito

                                                     

Supliquemos: Luz, Palavra, Pão e o Espírito

Ó Deus, Pai de Misericórdia, pelo Vosso Filho Jesus e Senhor nosso,
Que convosco vive e reina, na mais perfeita comunhão de vida e amor,
Hoje e sempre, a Vós, os joelhos dobramos, as mãos elevamos e suplicamos:

Concedei-nos, pelo Vosso Filho Ressuscitado, a Luz da vida,
Sobretudo quando vivemos momentos sombrios e difíceis.
Vós que pela coluna de fogo iluminastes Vosso Povo no deserto.

Concedei-nos, pelo Vosso Filho Ressuscitado, a Palavra de vida,
Sobretudo quando vemos sinais de morte e a própria bem perto de nós,
Vós que pela voz de Moisés ensinastes o Vosso povo no monte Sinai.

Concedei-nos pelo Vosso Filho Ressuscitado o Pão da Vida,
Sobretudo quando estamos famintos de alegria, amor e paz.
Vós que com o maná alimentastes o Vosso Povo peregrino.

Concedei-nos pelo Vosso Filho Ressuscitado o Espírito que dá Vida,
Sobretudo quando o espírito do medo e timidez teima em devorar nossas forças.
Vós que com a água do rochedo destes de beber ao Vosso Povo eleito.

Concedei-nos Senhor:

Luz para iluminar as linhas da escuridão da história;
Palavra de Vida e Eternidade para nos conduzir em
Meio às palavras transitórias e vazias de conteúdo;

O Pão da Vida que sacia nossa fome de Eternidade,
E o Vosso Espírito que nos conduz, orienta e ilumina,
E nos dá a certeza de que jamais caminhamos sozinhos.
Amém.

PS: Livre adaptação das Preces das “Laudes”  da 6ª sexta-feira da Páscoa.

O mandato missionário do Senhor

                                                            

O mandato missionário do Senhor

No dia 25 de abril, celebramos a Festa do Evangelista São Marcos e ouvimos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 16,15-20).

Trata-se do mandato do Senhor, enviando os discípulos pelo mundo, para continuar a sua missão.

Esta acontece todo dia e em todo lugar desde o dia de nosso Batismo, como profetas, sacerdotes, reis e pastores, num mundo marcado por inúmeros desafios, perplexidade, incertezas, por uma pobreza espiritual fomentada pelo processo de secularização e secularismo; culto do prazer (hedonismo); materialismo, às vezes até negando Deus, pregando e afirmando a Sua morte; acentuado relativismo, onde o que conta é a verdade de cada pessoa e de cada tempo (verdades passageiras e transitórias).

Sendo assim, os frutos amargos são consequências inevitáveis: incertezas, vazios, cansaços inúteis, ausência de sentido, depressão e violação da sacralidade da vida, perda do valor e da beleza da dignidade de cada pessoa.

E, é neste vasto e complicado mundo que somos desafiados a proclamar a Boa Nova do Evangelho, com alegria, coragem, ardor, criatividade, disponibilidade, confiança.

Urge um novo modo de ser cristão e viver o Evangelho, sem jamais negá-lo, sem nos acomodarmos diante da realidade - como nos disse o Apóstolo Paulo, não podemos nos conformar a este século.

O Evangelho é que deve fermentar o mundo, iluminá-lo, transformá-lo, jamais o contrário e, assim, se cumpra a ordem do Senhor: “Ide pelo mundo pregai o Evangelho a toda criatura...” (Mc 16,15).

É tempo favorável para nos revigorarmos na missão evangelizadora, comunicando a Boa Nova do Evangelho em todos os meios, em novos areópagos, santificando e estruturando nossas famílias, assumindo atitudes de conversão pessoal e estrutural da Igreja, na comunhão e participação de todos, construindo uma paróquia, como comunidade de comunidades e a inadiável e evangélica opção preferencial pelos pobres, no serviço à vida plena.

Como bem diz as Diretrizes da Ação Evangelizadora do Brasil (Doc. 94): “Jesus Cristo, o grande missionário do Pai, envia, pela força do Espírito, Seus discípulos em constante atitude de missão (Mc 16,15). Quem se apaixona por Jesus Cristo deve igualmente transbordar Jesus Cristo, no testemunho e no anúncio explícito de Sua Pessoa e Mensagem. A Igreja é indispensavelmente missionária. Existe para anunciar, por gestos e palavras, a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo. Fechar-se à dimensão missionária implica fechar-se ao Espírito Santo, sempre presente, atuante, impulsionador e defensor (João 14,16; Mt 10,19-20)...”.

Cremos que se a missão evangelizadora por todos, com alegria e ardor, for assumidas, transformaremos inúmeras realidades. Poderemos transfigurar o “cinza” triste da cidade, com seus sinais de morte, num Jardim do Éden, não perdido, mas como horizonte e compromisso, sobretudo daqueles que têm fé.   

É preciso, portanto, impregnar a todas as atividades um sentido missionário. Não se trata de uma atividade a mais, mas  de empenharmos todas as forças, criatividade no  testemunho corajoso do Senhor e de Sua Boa Nova.

Seduzidos pelo Senhor, enraizados e solidificados em Sua Palavra, como bem falou o Apóstolo Paulo: “Proclama a Palavra, insiste, no tempo oportuno e no inoportuno, refuta, ameaça, exorta com toda paciência e doutrina” (2Tm 4,2).

É tempo da Primavera de Deus em nossas vidas, em nossas comunidades. No canteiro de nosso coração e do mundo, semeemos as Sementes do Verbo, até que um dia possamos contemplar a Primavera Divina da Eternidade!

Diocese de Guanhães: 38 anos de ação Evangelizadora

                                                     


Diocese de Guanhães: 38 anos de ação Evangelizadora 

No dia 1º de maio, Festa de São José Operário, teremos a graça de, também, celebrar 38 anos de evangelização de nossa amada Diocese.

E para bem celebrar, torna-se importante conhecermos um pouco da sua história:

- A Diocese pertence à Província Eclesiástica de Diamantina e foi criada a 18 de dezembro de 1985 pela Bula Pontifícia “Recte Quidem”, do Papa São João Paulo II, tendo seu território desmembrado da Arquidiocese de Diamantina e das Dioceses de Governador Valadares e Itabira - Coronel Fabriciano;

- Sua instalação solene aconteceu em 1º de maio de 1986, pelo Exmo. e Revmo. Sr. Núncio Apostólico no Brasil, Dom Carlo Furno, que também, nesta data, deu posse ao primeiro Bispo Diocesano, Dom Antônio Felippe da Cunha, SDN (Missionário Sacramentino de Nossa Senhora); 

- situada na Região centro-oriental de Minas Gerais, faz parte do Regional Leste II da CNBB (que compreende o Estado de Minas Gerais), limita-se ao Norte e Noroeste com a Arquidiocese de Diamantina; ao Nordeste, com a Diocese de Governador Valadares; ao Sul, com a Diocese de Itabira – Coronel Fabriciano e Diocese de Sete Lagoas;

- tem uma superfície de 15.047 km2 e, conforme o censo de 1996, tinha uma população de 269.931 habitantes, distribuídos em 30 cidades de seu território. 

Fazendo memória de todos aqueles e aquelas que por aqui passaram e deixaram a sua preciosa semente de evangelização, destacamos o primeiro Bispo Dom Antônio Felippe da Cunha (in memoriam); Pe. Saint Clair Ferreira Filho (in memoriam), Administrador Diocesano; Dom José Heleno (Administrador Apostólico); Dom Emanuel Messias de Oliveira, o segundo Bispo; o então Pe. Marcello Romano, Administrador Diocesano; Dom Jeremias Antônio de Jesus, Bispo Emérito, o terceiro; Dom Darci José Nicioli, Administrador Apostólico; e tantos outros padres, cristãos leigos e leigas, que ajudaram a construir a história desta Diocese. 

Vivendo a graça do Ano da Oração, com o tema - "Peregrinos de esperança", com vistas ao Jubileu da Misericórdia, a ser celebrado por toda a Igreja em 2025, bem como a participação na preparação do Sínodo dos Bispos que será realizado outurbro de 2024, em âmbito Diocesano, firmemos nossos passos na ação evangelizadora, a fim de que sejamos uma Igreja Sinodal, caminhando juntos, na comunhão, participação e missão, firmando os quatro pilares da ação evangelizadora: Pilar da Palavra, do Pão, da Caridade e da Ação Missionária.

Contemos com a intercessão de São José Operário, Patrono de todos os trabalhadores; de São Miguel Arcanjo, padroeiro de nossa Diocese, e da Imaculada Conceição de Aparecida, a Padroeira do Brasil.

Grande graça o Senhor nos concedeu: continuar a Sua missão

                                                     

Grande graça o Senhor nos concedeu: continuar a Sua missão


 “Foi elevado ao Céu e sentou-Se
à direita de Deus” Mc 16,19

No dia 25 de abril, celebramos a Festa do Evangelista São Marcos, e ouvimos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 16,15-20).

Como discípulos missionários, o fim último de todos nós é a  comunhão com Deus, o Céu.

A ida de Jesus para o Céu, não é a afirmação de Sua partida e ausência, mas é a garantia de Sua eterna presença conosco, até que Ele venha pela segunda vez, como afirmamos na Missa: “anunciamos Senhor a Vossa morte e proclamamos a Vossa Ressurreição, vinde Senhor Jesus”.

Antes, porém,  é preciso assumir com coragem, no tempo presente, a missão por Deus a nós confiada: anunciar o Evangelho a todos os povos, empenhados, decididamente, no Projeto de Salvação Divina.

É preciso sempre superar a passividade alienante: ir para o meio do mundo, como sal, luz e fermento; levar a humanidade a viver a comunhão querida por Deus, a fim de que todos sejamos um em Cristo Jesus.

À Igreja, portadora da plenitude de Cristo, nada falta para cumprir esta missão.

É o que contemplamos na passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos  (At 1,1-11) onde encontramos o retrato de uma comunidade que vive num contexto de crise, desilusão e frustração. O tempo vai passando e não vê realizar o Projeto Salvador. Quando será, enfim, realizado?

São Lucas, autor dos Atos dos Apóstolos, escreve em tons de catequese sólida, substancial, para que a comunidade não vacile na fé, não esmoreça na esperança e nem esfrie na caridade. A construção do Reino exige empenho contínuo e nisto consiste o papel da comunidade formada por aqueles que creem e se afirmam cristãos.

Lucas escreve a Teófilo (aqueles que são amados por Deus = amigos de Deus) apresentando o Protagonista maior da Evangelização, que é o Espírito Santo, e conta com a participação e ação dos Apóstolos.

O Apóstolo Paulo, escrevendo aos Efésios (Ef 1,17-23), fala da comunidade como um corpo. Cristo é a cabeça e a Igreja é o corpo. Nisto consiste o “pleroma”, ou seja, na Igreja reside a plenitude, a totalidade de Cristo.          

A Igreja é a habitação onde Cristo Se torna presente no mundo.     Estando Cristo presente neste Corpo, Ele enche o mundo e atrai a Si o universo inteiro, até que Ele “seja tudo em todos” (Ef 1, 23).

A Ressurreição/Ascensão/Glorificação de Jesus é a garantia da nossa própria ressurreição/glorificação, por isto é preciso avançar no caminho superando as dificuldades.

Voltando ao Evangelho, que se trata de uma conclusão, possivelmente um acréscimo posterior à redação, escrito com o intuito de afastar todo medo da comunidade, para ajudá-la a superar a sua acomodação, instalação, afastando também toda perspectiva de recuo, desistência na árdua e maravilhosa missão do anúncio da Boa-Nova.

Jesus voltando para o Pai, e ficando para sempre no meio dos Seus discípulos, confia a eles a continuidade da missão. Deste modo, com a Ascensão, podemos afirmar que Jesus cumpriu plenamente a Sua missão e reentrou na comunhão do Pai, e assim dá início à nossa missão.

Ele sentou-Se à direita do Pai para reinar sobre tudo e todos, através da missão dos discípulos.

É sempre tempo de tomarmos consciência do quanto Deus em nós confia.

Reflitamos:

- Tenho consciência da universalidade da missão?
- Como discípulo, procuro aprender, assimilar e viver os ensinamentos de Jesus para que a missão tenha crédito e seja uma luz para o mundo?

- A vida dos discípulos não está livre da desilusão, sofrimento, frustração... Mas também está presente uma certeza que alimenta a coragem do que cremos: “Eu estarei convosco até o fim dos tempos”. Tenho viva esta certeza em meu coração?

- No seguimento de Jesus, não podemos nos instalar. Ser cristão é ser pessoa do tempo, sem medo de novidades. Estou instalado, acomodado, de braços cruzados, ou fascinado por Cristo e pela missão confiada?

- Procuro a sabedoria e força do Espírito para corresponder à altura?
- Ser cristão é ser alguém que deixou se levar pelo grande sopro do Espírito; é saber que pode contar com Ele na missão.

- Quais são os medos que temos a enfrentar no desempenhar na missão evangelizadora?
- Sentimos a presença do Ressuscitado em nossa missão?

- Temos sentimentos de gratidão pela confiança de Deus em nós depositada para levar adiante a missão?

Como pessoas que creem, deixemos de olhar para o céu, não façamos do cristianismo uma “agência de serviços sociais”, não meçamos esforços para encontrar Cristo, tanto na Palavra como na Eucaristia e nos demais Sacramentos, para que então renovados, revigorados, nos empenhemos apaixonadamente por Cristo na construção do Reino de Deus.

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