Em tempo de carnaval, vendo tantas máscaras...
Contemplo algumas que são mais que máscaras,
Porque impregnadas nos desumanizam.
Verborrágicos extintos serão mais que dispensáveis,
Porque de palavras vazias e inúteis nos entulharam.
O que mais se precisa é palavra dita e firmada,
Palavras que a alma deleitam, enfeitam: mais nada!
Que eu não seja, que não sejamos verborrágicos!
Frenéticos, agitados, inquietos, se assim o for,
Que seja para um novo mundo sonhar e propor.
Onde não mais morte, escândalos, roubos, infidelidades
Onde não mais violência, barbáries e atrocidades!
Que eu não seja, que não sejamos frenéticos!
Acríticos serão dispensáveis na aurora próxima,
Porque sem criticidade e discernimento, fatalmente
Seremos ludibriados, manipulados e entorpecidos.
Urge mentes que pensem o novo ou algo parecido!
Que eu não seja, que não sejamos acríticos!
Despóticos cederão para quem o poder souber usar,
Sem tiranias insanas, ditaduras tacanhas, medonhas.
Poder serviço, promoção inadiável do bem comum,
Sem resquícios de autoritarismo, em lugar algum!
Que eu não seja, que não sejamos despóticos!
Rústicos pensamentos e atitudes serão refinados.
O sonho e a poesia não serão privilégios de poucos,
Porque a leveza e fineza dos pensamentos humanos
Aprimorados, revigorados, menos erros e enganos!
Que eu não seja, que não sejamos rústicos!
Verborrágicos extintos!
Frenéticos reorientados!
Acríticos libertados!
Despóticos destronados!
Rústicos refinados!
Mundo novo, sonhado, desejado, querido...
Mundo novo é mais do que crível!
Não saudades estéreis de um perdido paraíso:
Redescobri-lo e reconstruí-lo é possível.
Fé que nos impulsiona e motiva.
Esperança que nos dinamiza e move.
Caridade que nos inflama e direciona.
Trindade que jamais nos decepciona!
Senhor, em tuas mãos me ponho,
E a Vós suplico:
Que caiam as nossas máscaras,
e nosso rosto reflita a imagem divina!
PS: Escrito em 2011
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