terça-feira, 4 de março de 2025

Contemplemos a imensa misericórdia divina

                                                             

Contemplemos a imensa misericórdia divina

Iniciaremos, com a Quarta-feira de Cinzas, o Tempo Quaresmal, vivendo mais intensamente momentos de oração, um dos três exercícios quaresmais, rezemos a partir do “Hino De Ecclesia”, Escrito pelo Diácono e Doutor da Igreja, Santo Efrém (séc. IV).

Contemplemos a imensa é a misericórdia de Deus para conosco, como também devemos ser misericordiosos para com nosso próximo, não “feras sem misericórdia”, como Santo Efrém assim expressou.

“Quem será bastante paciente
como para narrar
Tua paciência,
que tem que suportar nossas culpas?
Quando pecamos, estamos cheios
de iniquidade;
e quando realizamos o bem, cheios
de orgulho.

Somos uns para com os outros
feras sem misericórdia:
Quando alguém prosperou, lhe
temos inveja,
e quando alguém caiu, nos alegramos.
Ainda que nossa vida seja muito curta,
nossas culpas são longas.

Tu reduziste as medidas de nossa vida:
setenta anos quando muito.
Nós, apesar disso, pecamos
muito mais do que setenta vezes sete.
Por Tua misericórdia é curta a
Nossa vida,
para que não se aumentem nossas culpas.

Maravilho-me de Tua misericórdia,
que reduziu ao silêncio a Tua justiça.
Pois, ainda que um homem seja
impuro, sente aversão
pelo impuro que a ele se parece.
Tu, porém, mesmo que seja Santo,
não volta atrás ante nossas culpas.

Maravilha-me também que
Tua justiça
não leve a juízo
a Tua bondade,
sendo ela a demandante,
sobre como é que Teu sol amanhece
também sobre aquele que
provoca Tua cólera.
Tu nos deste plenitude, sem limite;
nós colocamos faltas, sem medida.
Tu nos ensinaste as boas ações,
o contrário nós temos feito.
Estamos revestidos tão só dos
nomes divinos,
porém estamos desnudos das obras.

Nós forçamos a Tua justiça
a perseguir-nos;
e logo, quando tínhamos que pagar,
pedíamos que não reclamasse a
dívida.
Porém, se alguém a nós nos ofendia,
pedíamos a gritos que a justiça se lhe
tivesse em conta.

Contudo, quando um homem
corre até Tua justiça
para apresentar uma demanda contra
seu devedor,
ela exige em troca, como prenda,
que primeiro alguém pague suas
dívidas,
e depois reivindique as de outro.

Porém, se alguém corre até essa
mesma justiça
para suplicar perdão,
então ela se apressa a atar-lhe
junto com seu devedor,
e quando ele lhe remiu sua dívida,
também ele será desobrigado
por ela da sua.

Nossa astúcia vence,
e também é vencida por Tua Justiça:
é vencedora, quando pede
perdão para suas dívidas;
e é vencida, quando vem
a reivindicar, e ela é a reivindicada”. (1)

“Pai Nosso que estais nos céus...”

(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - pp. 559-560.

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