“Amo porque fui amado,
amo para poder amar cada vez mais...”
No sábado da 1ª Semana da Quaresma, ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 5,43-48), na qual Jesus nos diz: "Vós ouvistes o que foi dito: 'Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!' Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem" .
No Antigo Testamento não aparece explicitamente a ordem de amor aos inimigos, no entanto, ordenado ou não, o ódio aos inimigos é algo muito espontâneo e bem testemunhado também na história de Israel.
Mas, Jesus, com Sua Boa-Nova, ordena aos discípulos uma atitude exatamente oposta: amar os inimigos e orar pelos que perseguem, oferecendo o bem em troca do mal que se recebeu.
Vivendo deste modo, o discípulo estabelecerá uma semelhança entre este modo de agir e o de Deus, que por sua vez manda o sol e a chuva sobre bons e maus, sem distinção alguma: “Ele já nos deu o que tinha de mais precioso, o Seu Filho Único, indistintamente, por ti e por São Francisco, pelo terrorista e por Madre Teresa de Calcutá, pela vítima e pelo carrasco” (1).
Somos destinados a agir assim, como cristãos: agir como age o Pai de todos nós, e isto não nos permite cair na tentação de nos empenharmos no cultivo do “nosso jardinzinho”, para viver o amor pelos irmãos.
Deus nos arranca destes limites estreitos, através da Boa Nova e testemunho de Seu Filho, não apenas indicando mas vivendo o amor pelos inimigos e pelos perseguidores.
É preciso dilatar a medida do próprio coração, superar o que é somente sensato e conveniente, e viver um novo tipo de amor, e tão somente vivendo como filhos do Pai que está nos Céus isto se tornará possível.
Deste modo, compreendemos o amor de Deus, que é a causa e a meta de nosso empenho em amar:
“Amo porque fui amado, amo para poder amar cada vez mais. E este é o amor que, sem demasiados clamores, sem proclamações oficiais, mas na quotidiana e porventura banal da vida diária, revoluciona o mundo e pode restituir o sorriso ao homem, tão triste e desanimado do nosso tempo” (2).
Fonte de inspiração:
(1) (2) Lecionário Comentado – Volume Quaresma Páscoa – Editora Paulus – Lisboa - pp. 88-90
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