domingo, 20 de julho de 2025

Urgente ou necessário? (XVIDTCC)

                                                         

Urgente ou necessário?

 

“Ela (Maria) escolheu a melhor parte”

 

Passagem do Evangelho da visita que Jesus faz à casa de Marta e Maria, irmãs de Lázaro: Lc 10, 38-42

 

As Palavras de Jesus: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolhe a melhor parte, que não lhe será tirada”

 

Duas constatações:

 

- “Nós sacrificamos continuamente, sem perceber, aquilo que é importante para correr atrás do que é simplesmente urgente, mas não importante.” (1) 

 

- “Nossa vida é uma corrida desenfreada atrás de mil coisas: sonhos, projetos, negócios, ocupações; somos Martas atarefadas que pensam fazer as coisas mais importantes do mundo e ao invés perdemos o tempo, fazemos coisas inúteis, nos agitamos por coisas que são urgentes e não importantes, por coisas que muitas vezes não acontecerão nunca” (2).

 

Um pensamento de Santo Agostinho:

 

Minha alma está inquieta, sempre estará, enquanto não encontrar seu repouso em Ti, ó Senhor”.

 

Uma reflexão sobre a necessidade de discernir entre o urgente e o necessário:

 

Viver é navegar, com o discernimento necessário,

Entre o que é importante e o que é urgente,

Com sábias escolhas para não naufragarmos

No mar vasto e complexo de múltiplas possibilidades.

 

Vivemos premidos pelo tempo que se esvai,

Muitas vezes, sem que o percebamos, velozmente,

Consumidos pelo muito a fazer, porque inadiável,

Sem saber exatamente por onde começar.

 

O que é de fato importante e o que é urgente?

O que não nos é permitido prorrogar, porque imperioso?

O que de fato deve nos consumir,

Com zelo, ardor e fervor, numa expressão de amor?

 

Não há tempo a perder! As horas são contadas.

Que densidade damos a cada hora que passa?

A cada hora que passa, que história foi escrita,

Para que não percamos a beleza de um desejável epílogo?

 

Viver é consagrar o que somos e o que temos,

Nem tanto pelo que é urgente, e sim importante

Para o consumar do que nos realiza como pessoas,

Sem estresse, desgastes inúteis, devorados por inquietações.

 

É tempo de revermos o caminho e escolhas feitas:

A Missa, a Oração, o silêncio serão para nós importantes

Ou, em nome de urgências incontáveis,

Imediatamente sacrificamos, adiamos, nos esvaziamos?

 

Não será o vazio, por muitos sentido,

Fruto desta escolha não bem feita,

O perder-se no emaranhado da escolha

Entre o importante e o urgente?

 

Encontrando-me com Ele, saberei discernir, com sabedoria,

O que de fato é importante, não necessariamente urgente,

Que me faz mais humano, menos estéril da Divina Semente,

Que abundantemente o Senhor lança em nossos corações.

 

Não concluo lúcido e propositalmente,

Porque agora tenho algo importante para fazer:

Recolher-me no mais profundo de mim mesmo

E encontrar-me com Ele, no silêncio...

 

 

(1)         O Verbo se faz carne – Reflexão sobre a Palavra de Deus – Anos A, B, C – Pe. Raniero Cantalamessa - OFM - Ed. Ave Maria - 2013 - p. 724.

(2)        Idem p.681 

Nenhum comentário:

Postar um comentário