quarta-feira, 13 de novembro de 2024

A vigilância cristã (XXXIIIDTCB)

                                                


A vigilância cristã

Na quinta-feira da 21ª semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 24,42-51), e refletimos o tema da vigilância necessária, como discípulos missionários do Senhor.

Assim lemos no Comentário do Missal Cotidiano:

“O tempo do cristão é o tempo da espera: espera de Deus e de Seu evento, vivido na disponibilidade interior da confiança e da esperança.

Faltando vigilância, falta uma importante dimensão da fé: a capacidade constante de passar de um estado de transitoriedade a outro.

Ainda hoje Jesus vem a nós, como o ladrão da noite. Sabemos quanto é difícil discernir seu apelo e sua presença nos acontecimentos do ‘hoje’ de Deus.

Dificilmente reconhecemos Jesus e O recebemos, se não nos preparamos de contínuo e não estamos prontos a cada instante.

Uma coisa sabemos pela fé: Deus está de tal modo ligado ao homem que onde quer que estivermos, lá está Ele, presente, ainda que não o saibamos.

É preciso romper as barreiras, saltar os muros, ser infatigáveis na busca da comunhão com todos. Então a espera será premiada”. (1)

A atitude de vigilância na espera do Senhor que vem, é elemento constitutivo de nossa fé, na esperança de um novo céu e uma nova terra, na prática concreta da caridade, pois tão somente a caridade nos impele para sagrados compromissos com o Reino (2 Cor 5,14) – “Pois a caridade de Cristo nos compele, quando consideramos que um só morreu por todos e que, por conseguinte, todos morreram”.

Vigilância em todo o tempo, lugar e âmbitos, que nos interpela para o testemunho da fé, ainda que situações adversas.

Vigilância nas palavras, pensamentos, ações bem como nas indesejáveis omissões na prática da caridade, que deve ser expressa pelo “...esforço interior de nos mantermos sempre na presença de Deus, a fim de que os nossos pensamentos, afetos, intenções e obras possam ser purificados por Aquele que é Santo por excelência, e que é capaz de tornar os Seus filhos fiéis ao bem recebido, em condições de trabalhar e de amar na espera d’Aquele que é o único que merece ser esperado”. (2)

Portanto, estarmos vigilantes e acordados não é uma atitude opcional para os cristãos, pois somos chamados a rezar, a trabalhar, a fazer o bem, mantendo viva a tensão para o Senhor que vem – “Se, todavia, esperar alguém na nossa experiência, em geral provoca sempre agitação e frustração, a vigilância cristã é estável e frutuosa. O cristão sabe que a sua identidade de filho amado não depende só de si próprio, mas está em relação direta com a atuação de Deus que age sempre em nosso favor.” (3)

Deste modo, é preciso que vivamos a vigilância:

- no cultivo da espiritualidade, com a assiduidade na participação da Santa Missa, bem como nos momentos de oração pessoal ou comunitária;

- na vivência dos demais Sacramentos;

- no cuidado da família: pais, filhos, irmãos...;

- na atividade pastoral e/ou ministério;

- na prática dos Mandamentos divinos, sem jamais separar o amor a Deus do amor ao próximo;

- no cuidado de nossa Casa Comum.

 

(1)         Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.1207

(2)        Lecionário Comentado – Volume Tempo Comum I – p. 218

(3)        Idem – p.217


PS: Oportuno para o XXXIIIDTCB

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