domingo, 17 de novembro de 2024

Exigência do discipulado: servir com alegria e amor (XXXIIIDTCA)

                                                  

Exigência do discipulado: servir com alegria e amor

A Liturgia do 33º Domingo do Tempo Comum (ano A) nos exorta para a alegria e o serviço, inseparavelmente, pois são elementos presentes na vida do discípulo missionário do Senhor, sobretudo quando, na Missa, a Palavra é proclamada, ouvida e acolhida, para no quotidiano ser proclamada e testemunhada.

O discípulo missionário precisa se despertar para o apelo de servir o Senhor, na alegria, pois o Senhor e Rei da glória, cuja Solenidade vamos celebrar no próximo Domingo, não quer que d’Ele tenhamos medo, e tão pouco tristeza de nós mesmos, por causa da fragilidade e limitações que possuímos; Ele quer tão apenas que O sirvamos com alegria e generosidade.

Não podemos permitir que a preguiça nos acomode e nos acovarde na multiplicação dos talentos que Deus nos confia, e nisto consiste o apelo que o Senhor nos faz:

Este apelo desmente as novas e velhas recriminações feitas aos cristãos de que são gente triste, resignada, demissionária. Ao mesmo tempo, põe-nos de sobreaviso quanto a um dos vícios capitais e dos pecados mais graves contra a esperança: a preguiça, que a teologia interpreta como ‘tristeza da graça’ (tristitia gratiae)”.(1)

Esta atitude, encontramos no terceiro homem da Parábola que o Senhor nos apresenta na passagem do Evangelho (Mt 25,14-30): “o aborrecimento e o desgosto do dom recebido; a recusa em deixar-se amar; a incredulidade de quem duvida com obstinação de que o Senhor lhe dê confiança e o torne companheiro em dar forma e rosto ao Reino do Pai” (2).

Deste modo, precisamos passar do temor servil ao amor filial no discipulado e relacionamento com o Senhor, pois Ele manifesta a verdade e a fecundidade do dinamismo do amor com estas palavras:

“A todo aquele que tem, dar-se-á mais e terá em abundância, mas, àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado” (Mt 25,29).

Na relação de amor filial para com Deus, e na fidelidade ao Senhor, “quem ama torna-se cada vez mais capaz de amar; quem é fiel e responsável nas tarefas que lhe foram confiadas, sejam elas grandes ou pequenas, cresce na fidelidade e na liberdade dos filhos de Deus” (2).

No caminho do discipulado acontece, portanto, o amadurecimento da interioridade pessoal e fecundidade do testemunho, e assim, encontra-se a verdadeira felicidade desejada, e que Ele nos apresentou no Sermão da Montanha, e podemos afirmar: – “nem toda a alegria entrará na felicidade, mas toda a felicidade entrará na alegria” (3)

Oremos:

“Pai Santo, que confiais nas mãos do homem todos os bens da Criação e da graça, fazei que a nossa boa vontade multiplique os frutos da Vossa Providência; tornai-nos sempre operosos e vigilantes na expectativa do Vosso regresso, na esperança de nos ouvirmos chamar de servos bons e fiéis, e assim entrarmos na alegria do Vosso Reino” (4)



(1) (2) (3) (4) Lecionário Comentado – Editora Paulus – Lisboa – 2011 – pp.795-796

PS: Passagem paralela do Evangelho de Lucas (Lc 19,11-28)

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