segunda-feira, 17 de junho de 2024

A mais bela Oração o Senhor nos ensinou

                                                            

A mais bela Oração o Senhor nos ensinou

Refletir o Tratado sobre a Oração do Senhor, do Bispo e Mártir São Cipriano (Séc. III), muito nos enriquece, para que melhor rezemos e vivamos a Oração que o Senhor nos ensinou, o "Pai-Nosso".

“Antes do mais, o Doutor da paz e Mestre da unidade não quis que cada um orasse sozinho e em particular, como rezando para si só. De fato, não dizemos: Meu Pai que estais no céu; nem: Meu pão dai-me hoje.

Do mesmo modo, não se pede só para si o perdão da dívida de cada um ou que não caia em tentação e seja livre do mal, rogando cada um para si.

Nossa Oração é pública e universal e quando oramos não o fazemos para um só, mas para o povo todo, já que todo o povo forma uma só coisa.

O Deus da paz e Mestre da concórdia, que ensinou a unidade, quis que assim orássemos um por todos, como Ele em Si mesmo carregou a todos.

Os três jovens, lançados na fornalha ardente, observaram esta lei da Oração, harmoniosos na prece e concordes pela união dos espíritos.

A firmeza da Sagrada Escritura o declara e, narrando de que maneira eles oravam, apresenta-os como exemplo a ser imitado em nossas preces, a fim de nos tornarmos semelhantes a eles.

Então, diz ela, os três jovens, como por uma só boca, cantavam um hino e bendiziam a Deus. Falavam como se tivessem uma só boca e Cristo ainda não lhes havia ensinado a orar.

Por isto a Palavra foi favorável e eficaz para os orantes. De fato, a Oração pacífica, simples e espiritual, mereceu a graça do Senhor.

Do mesmo modo vemos orar os Apóstolos e os discípulos, depois da Ascensão do Senhor. Eram perseverantes, todos unânimes na Oração com as mulheres e Maria, a mãe de Jesus, e Seus irmãos.

Perseveravam unânimes na Oração, manifestando tanto pela persistência como pela concórdia de sua Oração, que Deus que os faz habitar unânimes na casa, só admite na eterna e divina casa aqueles cuja Oração é unânime.

De alcance prodigioso, irmãos diletíssimos, são os Mistérios da Oração dominical! Mistérios numerosos, profundos, enfeixados em poucas palavras, porém, ricas em força espiritual, encerrando tudo o que nos importa alcançar!

Rezai assim, diz Ele: Pai nosso, que estais nos céus. O homem novo, renascido e, por graça, restituído a seu Deus, diz, em primeiro lugar, Pai!, porque já começou a ser filho. Veio ao que era Seu e os Seus não O receberam.

A todos aqueles que O receberam, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, aqueles que creem em Seu nome. Quem, portanto, crê em Seu nome e se fez filho de Deus, deve começar por aqui, isto é, por dar graças e por confessar-se filho de Deus ao declarar ser Deus o seu Pai nos céus.”

O “Pai-Nosso”, a Oração que o Senhor nos ensinou, e que em todas as Missas rezamos. E como são belas as opções de motivações proferidas pelo Sacerdote antes de rezá-lo:

- “Rezemos, com amor e confiança, a Oração que o Senhor Jesus nos ensinou: Pai nosso...”

- "Somos chamados filhos de Deus e realmente o somos, por isso, podemos rezar confiantesPai nosso..."

- “O Senhor nos comunicou o Seu Espírito. Com a confiança e a liberdade de filhos e filhas, digamos juntos: Pai nosso...”

- O banquete da Eucaristia é sinal de reconciliação e vínculo de união fraterna. Unidos como irmãos e irmãs, rezamos, juntos, como o Senhor nos ensinou: Pai nosso..."

- “Guiados pelo Espírito de Jesus e iluminados pela Sabedoria do Evangelho, ousamos dizer: Pai nosso...”

- "Guiados pelo Espírito Santo, que ora em nós e por nós, elevemos as mãos ao Pai e rezemos juntos a oração que o próprio Jesus nos ensinou: Pai nosso..."

“Obedientes à Palavra do Salvador e formados por Seu divino ensinamento, ousamos dizer: Pai nosso...”

Como vemos, a Oração do "Pai-Nosso" é pública e universal, de modo que, ao rezá-la, aprofundamos nossa relação de comunhão com Deus e com o próximo.

Sendo assim, seja a nossa Oração a Deus elevada pacífica, simples e espiritual, bem como sejamos perseverantes na Oração como eram os Apóstolos(At 2,42-47).

Todas as motivações nos levam a rezar com a alma, com o coração, com a vida, em plena comunhão com o Espírito, na fidelidade ao que o Senhor Jesus nos ensinou, para a vontade do Pai, na terra e nos céus, realizar, em tudo e acima de tudo. Amém. 

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