Na terra e no céu, façamos a vontade de
Deus
Assim rezamos na oração
do “Pai Nosso”,
a oração que o Senhor Jesus nos ensinou: - «Seja feita a vossa vontade assim na
terra como no céu».
Vejamos o que nos
diz o Catecismo da Igreja Católica (parágrafos nn. 2822-2827).
A vontade do
nosso Pai é «que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da
verdade» (1 Tm 2, 3-4), e por isto, «usa
de paciência [...], não querendo que ninguém se perca» (2
Pd 3, 9; Mt 18,14), a fim de que nos amemos uns aos outros como Jesus nos amou,
que é por sua vez, o resumo de todos os mandamentos (Cf. Jo 13,
34; 1 Jo 3; 4; Lc 10, 25-37).
Deste modo, foi em
Cristo, e pela sua vontade humana, que a vontade do Pai se cumpriu
perfeitamente e de uma vez para sempre; sendo que ao entrar neste mundo, Jesus
disse: «Eu venho, [...]
ó Deus, para fazer a tua vontade» (Hb 10, 7; Sl
40,8-9).
Somente Jesus
pode dizer: «Faço sempre o que é do Seu agrado» (Jo 8, 29). Na oração da Sua
agonia, Ele conforma-Se totalmente com esta vontade: «Não se faça a minha
vontade, mas a Tua» (Lc 22, 42; Jo 4, 34; 5, 30; 6, 38).
Jesus, «apesar de ser Filho, aprendeu, por aquilo que
sofreu, o que é obedecer» (Hb 5,8); e assim, unidos
a Jesus e com o poder do Seu Espírito Santo, podemos lhe entregar a nossa vontade,
empenhados em fazer o que for do agrado do Pai (Jo 8,29).
Assim expressaram
Orígenes e São João Crisóstomo, respectivamente:
- «Aderindo a Cristo, podemos tornar-nos um só
espírito com Ele e assim cumprir a Sua vontade; desse modo, ela será feita na terra
como no céu»;
- «Considerai como Jesus Cristo nos ensina a ser
humildes, fazendo-nos ver que a nossa virtude não depende só do nosso trabalho,
mas da graça de Deus. Aqui, Ele ordena a todo o fiel que ora a fazê-lo de modo
universal, por toda a terra. Porque não diz "seja feita a vossa
vontade" em mim ou em vós, mas "em toda a terra": para que dela
seja banido o erro e nela reine a verdade, o vício seja destruído e a virtude
refloresça, e para que a terra deixe de ser diferente do céu».
Concluindo, pela oração,
podemos discernir qual é a vontade de Deus (Rm 12,
2; Ef 5, 17) e obter perseverança
para cumpri-la (Hb 10,36).
No entanto, é
preciso honrar a Deus e cumprir a Sua vontade e Ele nos atenderá (Jo 9, 31; 1 Jo 5, 14.).
O Catecismo nos
apresenta o poder da oração da Igreja feita em nome do seu Senhor, sobretudo na
Eucaristia; ela é comunhão de intercessão com a santíssima Mãe de Deus (Lc
1,38.49) e com todos os santos que foram «agradáveis» ao Senhor por não terem
querido senão a Sua vontade.
Conclui com as
palavras do bispo e doutor Santo Agostinho:
- «Podemos ainda, sem trair a verdade, traduzir estas
palavras: "seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu" por
estas outras: na Igreja como em nosso Senhor Jesus Cristo; na esposa que lhe foi
desposada, como no esposo que cumpriu a vontade do Pai».
Com
Jesus, aprendemos que se entra no Reino dos céus, não por palavras, mas «fazendo a
vontade do meu Pai que está nos céus»
(Mt 7, 21).
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