domingo, 29 de setembro de 2024

O Senhor nos chama, qual a nossa resposta? (XXVIDTCA)

O Senhor nos chama, qual a nossa resposta?

Na passagem do Evangelho de Mateus (Mt 21,28-32), encontramos a Parábola dos dois filhos, mais uma vez leva-nos a refletir sobre a alegria e graça de trabalhar na Vinha do Senhor.

Para além da aparente singeleza da Parábola, há um conflito muito forte que deve ser percebido. 

Jesus está em Jerusalém, onde culminará Sua missão, cenário de Sua Paixão e Morte. Mais precisamente está no Templo, que é o centro do poder político, econômico e ideológico daquela época e Se dirige ao chefe dos sacerdotes (poder religioso ideológico) e aos anciãos do povo (poder econômico), ou seja, os líderes religiosos judaicos que se constituirão nos opositores e principais sujeitos de Sua morte.

A Parábola fala de um filho que disse sim ao pai e não foi para a vinha (que são os próprios acima descritos). De outro lado o filho que disse não e foi para a vinha são os pecadores, as prostitutas, os marginalizados, os publicanos que se abriram à Boa-Nova de Jesus.  Trata-se de Parábolas de confronto e de conflito entre o Mestre da Justiça e os promotores da sociedade injusta.

Mais tarde, Mateus aplicará a Parábola na recusa dos Judeus e no acolhimento por parte dos pagãos à Boa Nova de Jesus.

Com a Parábola, Jesus nos ensina que todos somos chamados para trabalhar na Vinha. Não há lugar para o imobilismo, a preguiça, o comodismo, a autossuficiência, o egoísmo.

Não basta assentar-se nos bancos das Igrejas e pregar em seus púlpitos. É preciso testemunhar a Palavra que se anuncia, que se proclama. Testemunhá-la com toda nossa fragilidade, imperfeição, dando o melhor de nós onde quer que estejamos.  

É preciso por em prática a Fé, a Esperança e a Caridade que temos. Dar, incansavelmente, provas concretas de nosso amor. Como uma mãe que diz ao filho: “Pára de me dizer que gosta de mim. Prova-me!” . Fácil é dizer, é preciso viver, dar o melhor de nós, simplesmente por amor.

Abramo-nos ao questionamento de Nosso Senhor, para que nosso “sim” a Deu seja um “sim” vivo e verdadeiro, denso de conteúdo e compromissos. 

Tenhamos Jesus como modelo de vida, tenhamos a coragem de imitá-Lo, pois Ele chegou à glória, passando pela Cruz; desceu ao poço mais profundo da miséria e solidão humana para ser exaltado, glorificado e “diante d’Ele todo joelho se dobre e toda língua proclame que Ele é o Senhor” (Fl 2,11).

Embora sem méritos, o Senhor nos chamou para trabalhar em Sua vinha.

Reflitamos:

- Qual é a nossa resposta ao chamado do Senhor para trabalhar em sua vinha?
- Quais as conversões que devemos realizar em nossa vida, para melhor corresponder aos desígnios de Deus e caminhar rumo aos horizontes de uma sociedade justa e fraterna?

- O que significa dizer “sim” a Deus? Somente a procura dos Sacramentos não basta.
- Como vivo os Sacramentos que celebro e qual o conteúdo vivencial da Palavra que escuto?

Procuremos a mais perfeita coerência entre o que cremos e o que vivemos, para que o mundo veja Cristo em nós, e como o Apóstolo Paulo, digamos: 

“E já não sou eu que vivo: é Cristo que vive em mim. E a vida que vivo agora na carne, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e Se entregou a Si mesmo por mim.” (Gl 2,20)

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