domingo, 22 de setembro de 2024

A misericórdia divina não exclui ninguém (XXVDTCA)

                                             


A misericórdia divina não exclui ninguém

Sejamos enriquecidos pelos escritos de Santo Efrém, diácono e Doutor da Igreja (séc. IV)

“Estes homens queriam trabalhar, porém ‘ninguém os contratou’; eram trabalhadores, mas ociosos por falta de trabalho e de Senhor. Em seguida uma voz lhes contratou, uma palavra os colocou no caminho e, em seu zelo, não combinaram o preço de seu trabalho como fizeram os primeiros. O Senhor avaliou seu trabalho com prudência e lhes pagou tanto como aos demais.

Nosso Senhor pronunciou esta parábola para que ninguém diga: ‘Visto que não fui chamado quando era jovem, não posso ser recebido’. Ensinou que, seja qual for o momento de sua conversão, todo homem é acolhido...

Saiu ao amanhecer, ao meio da manhã, ao meio-dia, no meio da tarde e ao final da tarde: com o que dá a entender desde o início de sua pregação, depois ao longo de sua vida até a cruz porque é ‘à hora undécima’ que o ladrão entrou no paraíso. Para que ninguém reclame do ladrão, nosso Senhor afirma Sua boa vontade; se lhe tivessem contratado antes, teria trabalhado: Ninguém nos contratou.

Aquilo que damos a Deus é muito pouco digno d’Ele, e o que Ele nos dá é muito superior a nós. Somos contratados para um trabalho proporcionado às nossas forças, porém nos propõe um salário muito acima do que o nosso trabalho merece...

Trata-se da mesma aos primeiros e aos últimos; receberam um denário cada um com a imagem do rei. Tudo isso significa o Pão da vida que é o mesmo para todos; é único o remédio de vida para aqueles que o comem.

No trabalho da vinha não se pode reprovar ao Senhor Sua bondade, e nada tem a se dizer de Sua retidão. Segundo Sua retidão dava como achava justo, e, segundo Sua bondade, mostra a Sua misericórdia como quer. É para dar-nos este ensinamento que nosso Senhor disse esta parábola, e a resumiu com estas palavras: Eu não tenho liberdade para fazer o que quiser em meus assuntos?”

Como vemos, seja qual for o momento da conversão, toda pessoa pode ser acolhida pela bondade e misericórdia divinas.

Deus nos chama a todos/as para trabalhar em Sua vinha, no anúncio e testemunho da Boa Nova do Reino.

Como Igreja sinodal que somos, renovemos a alegria de caminharmos juntos, com o coração ardente e os pés a caminho, iluminados pela Sagrada Palavra e fortalecidos pelo Pão da Eucaristia. Amém.

 

 

Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, Editora Vozes - p.221.

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