terça-feira, 19 de agosto de 2025

O Dogma da Assunção de Maria ao céu (parte II)

                                                        

O Dogma da Assunção de Maria ao céu
 

                                                          Quem melhor do que Maria?

 
Sejamos iluminados pela Homilia escrita pelo do Abade São Bernardo (Séc. XII) sobre Nossa Senhora, aquela que foi preparada pelo Altíssimo e prometida pelos Patriarcas.
“A Deus competia nascer de uma virgem unicamente; e era claro que do parto da Virgem somente viesse Deus à luz.
 
Por esse motivo, o Criador dos homens, para Se fazer homem nascido de ser humano, devia dentre todas escolher, ou melhor, criar para Si a mãe tal, como sabia convir a Si e ser-Lhe agradável em tudo.
 
Quis então que fosse uma virgem. Da imaculada nascendo o Imaculado, Aquele que purificaria as máculas de todos.
Ele a quis também humilde, donde proviesse o manso e humilde de coração, que iria mostrar a todos o necessário e salubérrimo exemplo destas virtudes.
 
Concedeu, pois, à Virgem a fecundidade, a ela a quem já antes inspirara o voto da virgindade e lhe antecipara o mérito da humildade.
 
A não ser assim, como poderia o anjo dizê-la cheia de graça, se algo, por mínimo que fosse, faltasse à graça?
 
Assim, aquela que iria conceber e dar à luz o Santo dos Santos, recebeu o dom da virgindade para que fosse santa no corpo, e, para ser santa no espírito, recebeu o dom da humildade.
 
Esta Virgem régia, ornada com as joias das virtudes, refulgente pela dupla majestade da alma e do corpo, por sua beleza e formosura conhecida nos céus, atraiu sobre si o olhar dos anjos. Até atraiu sobre si a atenção do Rei, que a desejou e arrebatou das alturas até si o mensageiro celeste.
 
O anjo foi enviado à Virgem (Lc 1,26-27). Virgem na alma, virgem na carne, virgem pelo propósito, virgem enfim tal como a descreve o Apóstolo, santa de espírito e de corpo.
 
Não pouco antes, nem por acaso encontrada, mas eleita desde o princípio dos séculos, conhecida pelo Altíssimo e preparada para Ele, guardada pelos Anjos, prefigurada pelos Patriarcas, prometida pelos Profetas”.

 
Contemplemos a mais bela de todas as mulheres, aquela que de corpo e alma foi assunta aos céus; aquela que foi preparada pelo Altíssimo, prefigurada pelos Patriarcas e prometida pelos Profetas, e coroada como Rainha, “ornada com as joias das virtudes pela dupla majestade da alma e do corpo, por sua beleza e formosura conhecida nos céus...”

Virgem, imaculada, pura, inteiramente para Deus, inteiramente para acolher no ventre o próprio Deus. Por isto, a Igreja a reconhece como o primeiro Sacrário vivo da Eucaristia.
 
Contemplemos suas qualidades, e reconheçamos a beleza de sua participação na obra da nossa redenção.
 
É preciso que também desta redenção participemos, tendo ela como modelo na fidelidade ao Filho. Incansável no combate contra o mal, a morte, o pecado, a destruição da vida etc.
 
Como disse Santo Inácio, nos exercícios espirituais é preciso que tomemos cuidado com os degraus que nos fragilizam e permitem a vitória do mal, prefigurado em Satanás, que tenta nos conduzir para longe de Deus.
 
O primeiro é exatamente a riqueza; o segundo, consequência da posse do dinheiro, é a vanglória; o terceiro é a soberba daquele que, por ter muitos bens, julga que não necessita de Deus para viver, e vive muito bem.
 
 
Maria é quem melhor pode nos ensinar a rezar, em Deus confiar e da luta jamais desistir.
 
Quem melhor do que Maria 
para nos ensinar a rezar, 
em Deus confiar e da luta jamais desistir?
 
Quem melhor do que Maria cantou, sonhou 
e participou do Mundo Novo que há de vir?

Concluindo, Renovemos nossa devoção à Maria; contando com sua companhia, inspirando-nos sempre nela no bom combate da fé, em incondicional fidelidade ao seu Filho.
 
Maria é modelo de virtudes para os discípulos missionários do Senhor. E nisso consiste a verdadeira devoção à Maria, e a todos os santos: aprender e imitar suas virtudes, para não incorrer em estéril devocionismo.
 
Salve Rainha, Mãe de Misericórdia…

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