A misericórdia divina e a conversão necessária
Do deserto à montanha, da montanha à planície...
Em todos os dias a conversão,
Mistério de Paixão e Morte: Transfiguração!
Gloriosa e desejada Ressurreição...
Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 13,1-9), é um convite a repensarmos a nossa existência, para que sejamos homens novos e livres, com exigente mudança de mentalidade e atitudes.
Jesus nos revela a face misericordiosa de Deus, que deseja de todos os modos a salvação da humanidade, e ao mesmo tempo requer de todos nós a conversão à novidade do Reino de Deus por Ele inaugurado:
“Por maior que seja uma catástrofe que atinja os homens nos seus bens e até na sua sobrevivência terrena, muito mais grave é a catástrofe a que vai ao encontro quem não se abre à ação de Deus e não lhe responde.
Isto não significa que o Senhor seja um juiz vingativo e que o mal seja uma represália Sua. Pelo contrário, Ele é um Pai misericordioso, pronto a fazer mais festa por um só pecador que se tenha salvado do que por noventa e nove justos que O louvam (cf. Lucas 15)” (1)
De fato, a fé em Jesus requer a nossa sincera conversão que consiste numa reorientação geral da própria vida, como resposta à ação misericordiosa de Deus por meio d’Ele, o Filho Amado, Jesus.
A onipotência divina pode ser contemplada em sua ação misericordiosa, sendo livre para perdoar e criando o bem mesmo onde ele não existe.
Da mesma forma sua transcendência ultrapassa a distância entre o céu e a terra como reza o Salmista (Sl 102,11).
Lamentavelmente, pode se confundir a paciência de Deus contemplada no Evangelho com a indiferença para com nossos pecados, e permissividade para a continuidade marcada por uma vida descomprometida e desordenada.
Jamais nos é permitido confundir misericórdia divina como cumplicidade e permissividade. Ao contrário, ela é uma força de Amor que rompe a dureza de nosso coração, incendeia com o fogo do Espírito a frieza do pecado.
Ela provoca que abramos a mente e o coração para um sincero e contínuo compromisso de conversão (Rm 2,4) de tal modo que nos tornemos misericordiosos como o Pai, e na solicitude para com os empobrecidos procuremos ter os mesmos pensamentos e sentimentos de Cristo Jesus.
Reflitamos:
- Onde e quando Deus nos oferece oportunidades para conversão?
- O que entendemos como conversão da mente e coração?
- Quais são os frutos que expressam nossos esforços de conversão?
- De que modo correspondemos à bondade e paciência de Deus, sem abuso da mesma?
- Como o tempo é breve, temos nos empenhado em busca sincera de conversão?
Jamais nos esqueçamos ou nos descuidemos, e que ressoe em nosso coração o forte apelo de conversão da mente e coração (metanoia), para que produzamos os frutos esperados por Deus.
A contemplação e correspondência ao Amor divino são verdadeiras quando nos fazem melhores, mais humanos, mais sinceros, mais fraternos.
Contemplemos a misericórdia, compaixão, bondade divinas, sem jamais abusar da paciência de Deus.
Do deserto para a montanha, da montanha para a planície, pois é nela que os apelos de conversão se multiplicam.
(1) Lecionário Comentado - P. 148
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