sábado, 27 de abril de 2024

Virtudes divinas vividas para vencer as turbulências


Virtudes divinas vividas para vencer as turbulências

Estamos numa barca, e os ventos são assustadores. Inquietos, recolhidos, revendo atitudes, valores, passos dados. Tempo de se rever como se vivia, para novos caminhos redescobrir.

São lições que estamos todos aprendendo, por um preço muito alto: vida de tantos e tantas, assim como a vida de nossa casa comum.

Tempo de revigorar a fé em nosso coração, de renovar o mais profundo de nós e plenificar o coração do absolutamente essencial: o amor, o amor que jamais passará.

Reflitamos sobre as virtudes divinas que nos ajudam nesta travessia em meio às turbulências a serem enfrentadas, conscientes de que estamos todos na mesma barca, e o Senhor conosco e nos diz – “Por que sois tão medrosos, ainda não tendes fé?” (Mc 4, 35-41).

Passagem do Evangelho -  Lc 17,5-6: sobre a virtude da fé:
“Os apóstolos disseram ao Senhor: ‘Aumenta a nossa fé!’ O Senhor respondeu: ‘Se tivésseis fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.

Todo o tempo e de modo especial neste tempo, temos que testemunhar nossa fé, confiantes na Palavra do Senhor, e crer na  onipotência do amor de Deus e de seu poder, que veio, vem e virá sempre ao nosso encontro, por meio do Seu Espírito.

Tempo de crer no melhor de Deus para todos nós, pois Deus é fiel à Sua Aliança de amor com a humanidade, e nunca nos abandonou e jamais nos abandonará.

Deus que tanto nos ama, espera que nos voltemos para Ele de coração puro e sincero, reconciliados com Ele e conosco, em novas relações mais humanas, justas, simples, fraterna; sem marcas de egoísmo, inveja, maldade, arrogância, prepotência, petulância que tão apenas nos afastam da vida e da felicidade querida por Ele para todos nós.

Passagem da Sagrada Escritura - (1 Pd 3,15): sobre a virtude da esperança:

“Antes, ‘santificai o Senhor Jesus Cristo’ em vossos corações e estais sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir”.

Esperança como virtude divina, jamais poderá ser compreendida com uma espera passiva, mas acompanhada de sagrados compromissos no testemunho da fé, em gestos multiplicados de amor, a virtude maior que nos conduz.

Esperança, portanto, é somar com o outro para o milagre do amor multiplicar; ousar na busca do inédito do melhor de Deus para todos nós; é não desistir jamais dos sonhos, das metas, das utopias, da alegria da contemplação do Reino já presente no meio de nós.

Passagem da Sagrada Escritura – 1 Cor 13, 1-13 – sobre a virtude divina do amor:

“Se eu falasse as línguas dos homens e a dos anjos, mas não tivesse amor; eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine...”

O Apóstolo nos apresenta o Hino ao amor-caridade, que a humanidade tem que reaprender e está reaprendendo, sobretudo neste momento tão obscuro, inquietante que a todos nos envolve.

É tempo de acolhermos e vivermos a essência da fé cristã, o novo Mandamento do Amor que Nosso Senhor nos ordenou:

“Eu vos dou um novo Mandamento: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisso conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns para com os outros”. (Jo 13, 34-35).

Sigamos em frente, iluminados e fortalecidos pelas palavras divinas fazendo nossa travessia, ora em mar agitado, ora deserto. Ambas as imagens representam bem o momento que todos estamos vivendo.

Se em mar agitado, ventos e tempestades não serão capazes de nos naufragar; urge que tenhamos fé na Palavra e Presença do Senhor, que dá sentido à nossa esperança e nos envolve com seu amor e sua presença por meio do Seu Espírito, enviado pelo Pai, em Seu nome.

Se no deserto, provação, aridez, privação se fizerem presentes,  tenhamos fé, supliquemos ao Senhor o colírio da fé, para ver o amanhecer com esperança, fazendo cada dia um tempo favorável e irrenunciável para amar, solidarizar e novas relações com o outro e com o planeta estabelecer. O Senhor sempre nos concederá um oásis, para saciarmos nossa sede de água viva de amor, vida e paz.

Mar ou deserto, Ele está conosco: coragem! Tenhamos fé, esperança e caridade.

Um refrão para concluir:

“Eu confio em Nosso Senhor, com fé, esperança e amor...”

PS: Escrito em abril de 2020

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