segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Mensagem para o 51º Dia Mundial da Paz (Papa Francisco) (2018)

Mensagem para o 51º Dia Mundial da Paz

Apresento uma síntese da Mensagem do Papa Francisco para o 51º Dia Mundial da Paz, celebrado no dia 1° de Janeiro de 2018, com o título: - “Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de paz”

O Papa inicia a mensagem com votos de paz a todas as pessoas e a todas as nações da terra; a paz, que os anjos anunciam aos pastores na noite de Natal.

Logo no início, acena para a desafiadora realidade da migração: “... quero recordar de novo os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados”, e estes são  homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz.

Exorta o acolhimento de todos com misericórdia: “Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental”.

Acena para a responsabilidade de todos diante desta situação, bem como a de governantes que, praticando a virtude da prudência, saberão acolher, promover, proteger e integrar, estabelecendo medidas práticas, nos limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido, para lhes favorecer a integração.

Num segundo momento, analisa o porquê de tantos refugiados e migrantes, que São João Paulo II já mencionara, e hoje permanece decorrente dos conflitos armados, e as outras formas de violência organizada, que continuam a provocar deslocações de populações no interior das fronteiras nacionais e para além delas.

Aponta ainda outras razões, sendo a primeira delas o desejo de uma vida melhor, unido muitas vezes ao desejo de deixar para trás o “desespero” de um futuro impossível de construir; fuga da miséria agravada pela degradação ambiental.

Na terceira parte, exorta-nos o “olhar contemplativo”, fundamentado na sabedoria da fé que nutre este olhar, capaz de intuir que todos pertencemos “a uma só família, migrantes e populações locais que os recebem, e todos têm o mesmo direito de usufruir dos bens da terra, cujo destino é universal, como ensina a doutrina social da Igreja. Aqui encontram fundamento a solidariedade e a partilha”, como vemos nas passagens Bíblicas (Is 60; Ap 21).

Com este olhar, afirma o Papa, “descobre-se que os migrantes não chegam de mãos vazias, pois trazem uma bagagem feita de coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das suas culturas nativas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem”.

Este olhar é fundamental para guiar o discernimento dos responsáveis governamentais, de modo a impelir políticas de acolhimento até ao máximo dos “limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido”.

Na quarta parte, apresenta-nos e desenvolve quatro pedras miliárias para a ação diante dos requerentes de asilo, refugiados, migrantes e vítimas de tráfico humano: acolher, proteger, promover e integrar.

Na quinta parte, acena para a proposta de dois Pactos internacionais, no decurso de 2018: um para migrações seguras, ordenadas e regulares; outro, referido aos refugiados.

Menciona o trabalho da Seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que sugeriu 20 pontos de ação:

“Estas e outras contribuições pretendem expressar o interesse da Igreja Católica pelo processo que levará à adoção dos referidos pactos globais das Nações Unidas. Um tal interesse confirma uma vez mais a solicitude pastoral que nasceu com a Igreja e tem continuado em muitas das suas obras até aos nossos dias”.

Concluindo, fala-nos da importância de cuidar de nossa casa comum, inspirado nas palavras de São João Paulo II, o sonho de um mundo em paz, partilhado por tantas pessoas, valorizando a contribuição dos migrantes e dos refugiados.

Deste modo, afirma o Papa Francisco, a humanidade pode tornar-se sempre mais família de todos, e a nossa terra, uma real “casa comum”.

Lembra-nos o centenário do nascimento para o Céu, neste ano de 2017 da Santa Francisca Xavier Cabrini, cuja Memória é celebrada no  dia 13 de novembro:

Esta pequena grande mulher, que consagrou a sua vida ao serviço dos migrantes tornando-se depois a sua Padroeira celeste, ensinou-nos como podemos acolher, proteger, promover e integrar estes nossos irmãos e irmãs”

Finaliza orando ao Senhor, para que todos façamos a experiência de que “o fruto da justiça é semeado em paz por aqueles que praticam a paz”.

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