segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Salmo: Oração do Povo de Deus

                                    

Salmo: Oração do Povo de Deus

 

Reflitamos sobre os Salmos à luz dos escritos do Bispo Santo Ambrósio (séc. IV).

 

“Embora toda a Divina Escritura exale a graça de Deus, o mais suave é o Livro dos Salmos... A história instrui, a lei ensina, a Profecia anuncia, a correção castiga, a moral persuade.

 

Ora, no Livro dos Salmos há proveito para todos e remédio para a salvação do homem. Quem o lê, tem remédio especial para as chagas das paixões.

 

Quem quiser luta como em ginásio de almas e estádio de virtudes, onde estão preparados diversos gêneros de luta, escolha para si aquele que julgar adequado para mais facilmente alcançar a coroa.

 

Se alguém quiser recordar e imitar os feitos gloriosos dos antepassados, encontrará compendiada num Salmo toda a história de nossos pais, podendo assim enriquecer o tesouro da memória numa breve leitura.

 

Se alguém perscruta a força da lei que está toda no vínculo da caridade (quem ama o próximo, cumpriu a lei), leia então, nos Salmos, com quanto amor um só se expôs aos mais graves perigos para repelir o opróbrio de todo o povo.

 

Donde se reconhece não ser a glória da caridade menor do que o triunfo da virtude. Que direi sobre o dom da profecia? Aquilo que outros anunciaram por enigmas, só a este, aparece clara e abertamente a promessa de que

 

O Senhor Jesus nasceria de sua linhagem, conforme lhe falou. Porei sobre teu trono o fruto de tuas entranhas. Por conseguinte, nos salmos não apenas nasce Jesus para nós, mas ainda aceita a salvífica Paixão de Seu corpo, adormece, ressurge, sobe aos céus, assenta-Se à direita do Pai.

 

O que homem algum ousaria dizer, só este Profeta anunciou e depois o próprio Senhor o manifestou no Seu Evangelho”. (1)

 

Santo Ambrósio se referiu a este Livro, como o mais suave Livro da Divina Escritura.

 

Os Salmos expressam nossa pequenez diante dos mistérios divinos, e se bem rezados e saboreados, trazem à alma do orante alívio e força, graça e luz...

 

Deste modo, refazem sonhos, fortalecem passos, reorientam caminhos, iluminam olhares, e a esperança renasce teimosamente; a confiança se solidifica; a temperança é, no mais profundo de nós, restabelecida.


Enfim, nosso coração fica purificado e cristalino como o coração de uma criança.

 

O Livro dos Salmos é por excelência o Livro da Oração do Povo de Deus, seja rezado, seja cantando; euando não puder ser cantado, com as devidas notas musicais, coloquemos neles as notas musicais e as infinitas melodias que a vida nos apresenta:
 

- O que importa é o Salmo se tornar presente em nossas orações, quer rezado, quer cantado.

- Quando a garganta não produzir as notas, a alma e a vida as produzirão!

- Quem aprendeu a rezar com os Salmos, sem dúvida, reza as mais belas Orações.

 

Os Salmos expressam alegria, gratidão, confiança, súplica, louvores, angústia, sentimento de perda e ausência divina ou Sua sublime presença.

 

Eles fazem parte da vida do Povo de Deus: Salmo 23, 91... Mas há muito mais...


Reflitamos:

 

- Quais os Livros que tenho usado para minha oração?

- Já descobri o Livro dos Salmos como o Livro de Oração dos pobres?

- Quais os Salmos que mais gosto?

- De que modo posso valorizar o Livro dos Salmos?

- Valorizo os Salmos quando rezados ou cantados na Missa?

- Já tive alguma experiência forte rezando algum Salmo da Bíblia?

- O que posso fazer para ajudar as pessoas a descobrirem a beleza e a riqueza dos Salmos?

 

Abramos a Bíblia! 

Saboreemos a suavidade dos Salmos.

Deleitemo-nos com sua beleza e esplendor!

  

(1) Liturgia das Horas - Vol. III - pág. 306-307.

Nenhum comentário:

Postar um comentário