Temos fome e sede de Deus
Com a Liturgia do 18º Domingo do Tempo Comum (ano B), refletimos sobre o Jesus, o Pão da Vida, e, de modo especial, a ação de Deus que nos dá a vida eterna e definitiva.
Na passagem da primeira Leitura (Ex 16,2-4.12-15), o Povo de Deus caminha pelo deserto, convidado à superação da mentalidade estreita e egoísta, com a abertura para uma nova mentalidade e novos valores.
É preciso dizer não à resignação, ao comodismo, à instalação, à mediocridade, rumo à liberdade e à vida nova.
De nada adiantam murmurações infundadas, que são expressão de endurecimento do coração, acompanhadas da ingratidão que não reconhece a intervenção divina em favor de vida e da liberdade.
O Povo precisa abrir-se para reconhecer a solicitude, o cuidado e Amor de Deus, para que seja um povo, adulto, consciente, confiante, responsável e mais santo.
Há uma mensagem a ser acolhida: Deus caminha conosco pelo deserto da vida, conhece nossos limites e necessidades e nos conduz à terra da liberdade e da vida verdadeira.
É preciso que confiemos em Deus, a rocha segura, (no Novo Testamento é o próprio Cristo – Mt 7), que comamos pão de cada dia que Ele nos oferece, numa entrega confiante e serena, certos de Sua presença em nossas crises e dramas, e somente n’Ele encontraremos segurança e respostas.
A passagem da segunda Leitura é um texto parenético (pregação), que o Apóstolo Paulo nos apresenta na Carta aos Efésios (Ef 4,17.20-24).
O Apóstolo nos assegura que o encontro com Cristo leva a uma mudança radical diante de Deus, de si mesmo, do próximo e do mundo.
Fazer morrer o homem velho (debilidade, mediocridade, futilidade) e viver como homem novo (verdade, justiça, misericórdia, bondade, humildade, alegria, simplicidade e santidade), de modo que, homem novo é um processo inacabado, a cada minuto tudo começa novamente...
Evidentemente que não se trata de uma adesão intelectual, mas vivencial:
“Só se dá uma mudança verdadeira quando esta é fruto de um encontro decisivo, capaz de questionar a maneira de ser de uma pessoa, levando a uma reflexão e a uma análise de todos os seus valores de referência. A fé cristã consiste substancialmente num encontro assim, ou seja, na descoberta d’Aquele que tomou opções radicais e as levou a termo à custa do próprio Sangue”. (1)
E ainda podemos citar estas iluminadoras palavras sobre o verdadeiro cristianismo:
“O Cristianismo não propõe um conjunto de verdades que devem ser aceitas, nem uma moral mais exigente que se deve praticar sem discutir. Pelo contrário, é um convite à solidariedade com Aquele que soube amar com uma força tal que envolve muitos outros na Sua caminhada”. (2)
Com a passagem do Evangelho (Jo 6,24-35), vemos que acolher Jesus e Sua Pessoa, comer do Pão da Vida que Ele mesmo é e nos oferece, é a adesão incondicional à Sua pessoa e propostas, no mais profundo de nosso coração, certos de que somente Deus pode saciar nossa fome de transcendência, de amor, de felicidade, de justiça, de esperança, e tudo mais que for bom e necessário para a existência humana.
Para o discípulo missionário é uma lição de amor a ser aprendida: viver a vida como dom na partilha, na doação.
Acolher a proposta de Jesus leva inevitavelmente à multiplicação de gestos simples em favor da vida.
Adesão à Sua pessoa e proposta, acreditar na mesma acolhendo Sua Palavra, e vivê-la com todo empenho e ardor.
Acolher a proposta de Jesus leva inevitavelmente à multiplicação de gestos simples em favor da vida.
Adesão à Sua pessoa e proposta, acreditar na mesma acolhendo Sua Palavra, e vivê-la com todo empenho e ardor.
Não podemos seguir o Senhor “iludidos”, mas com profunda e frutuosa convicção, superando quaisquer equívocos, do contrário não se persevera e não se vive o que Ele nos propõe e tão pouco alcançamos a felicidade, e ainda nos distanciamos do fim último que ansiamos: a eternidade.
Reflitamos:
- Deus vem ao nosso encontro todos os dias. Nós acolhemos este encontro?
- Corremos avidamente e decididamente para este encontro?
- Sentimos a presença de Deus que sempre caminha com seu Povo?
- Qual a verdade da nossa adesão a Jesus, Sua Pessoa, Sua Palavra e Seu Projeto?
- Vivemos como Homens Novos assumindo tudo aquilo que lhe é próprio?
- Temos procurado na Mesa da Palavra e na Mesa da Eucaristia o Pão necessário para nossa vida?
- Alimentados por Cristo, Pão da Vida, Pão de eternidade, quais são os nossos compromissos com aqueles que são privados do pão do cotidiano?
A adesão incondicional ao Senhor nos faz
Homens Novos, com nova mentalidade e atitudes.
Nisto consiste a exigência da Vida Nova em Cristo
desde o dia de nosso Batismo.
(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - pág. 35.
(2) Idem - pág. 37
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