sexta-feira, 31 de maio de 2024

Em poucas palavras...

 


Com Maria, caminhar com alegria

“Maria compreende e age. Sua adesão à vontade de Deus e sua obediência não traduzem preguiça e dificuldade, e sim alegria e decisão.

Quem segue a Deus e está cheio de seu espírito, caminha de coração alegre, de ânimo aberto, mesmo por estradas fatigantes.”(1)

 

 

(1)              Comentário do Missal Cotidiano - passagem do Evangelho de Lucas (Lc 1,39-45) - pág. 91

Com Maria, sempre podemos contar

                                                       

Com Maria, sempre podemos contar

Sejamos enriquecidos por uma das Homilias escritas pelo Venerável Presbítero São Beda (séc. VIII), sobre a visita de Maria a sua prima Isabel (Lc 1,39-56), na qual Isabel contempla Maria, aquela que engrandece o Senhor que nela agiu por meio do Espírito Santo.

Os dons que foram por Deus concedidos a Maria, e os benefícios universais com os quais Deus favorece a humanidade:

Minha alma engrandece o Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador (Lc 1,46). Com estas palavras, Maria reconhece, em primeiro lugar, os dons que lhe foram especialmente concedidos; em seguida, enumera os benefícios universais com que Deus favorece continuamente o gênero humano”.

Como engrandecer o Senhor, ou seja, como glorificá-Lo:

“Engrandece o Senhor a alma daquele que consagra todos os sentimentos da sua vida interior ao louvor e ao serviço de Deus; e, pela observância dos mandamentos, revela pensar sempre no poder da majestade divina”.

Maria, modelo de  perfeito amor espiritual a Deus:

“Exulta em Deus, seu Salvador, o espírito daquele que se alegra apenas na lembrança de seu Criador, de quem espera a salvação eterna. Embora estas palavras se apliquem a todas as almas santas, adquirem contudo a mais plena ressonância ao serem proferidas pela santa Mãe de Deus. Ela, por singular privilégio, amava com perfeito amor espiritual Aquele cuja concepção corporal em seu seio era a causa de sua alegria”.

Maria exulta em Jesus, O Autor da Salvação nascido em sua carne:

“Com toda razão pôde ela exultar em Jesus, seu Salvador, com júbilo singular, mais do que todos os outros santos, porque sabia que o autor da salvação eterna havia de nascer de sua carne por um nascimento temporal; e sendo uma só e mesma pessoa, havia de ser ao mesmo tempo seu Filho e seu Senhor”.

A confiança de Maria em Deus que age em nós nos transformando:

“O Poderoso fez em mim maravilhas, e santo é o seu nome! (Lc 1,49). Maria nada atribui a seus méritos, mas reconhece toda a sua grandeza como dom d’Aquele que, sendo por essência poderoso e grande, costuma transformar os seus fiéis, pequenos e fracos, em fortes e grandes”.

Com Maria aprendemos a participar da santidade divina e da verdadeira Salvação:

"Logo acrescentou: E santo é o seu nome! Exorta assim os que a ouviam, ou melhor, ensinava a todos os que viessem a conhecer suas palavras, que pela fé em Deus e pela invocação do seu nome também eles poderiam participar da santidade divina e da verdadeira salvação. É o que diz o Profeta: Então, todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo (Jl 3,5). É precisamente este o nome a que Maria se refere ao dizer: Exulta meu espírito em Deus, meu Salvador."

Porque cantamos o Magnificat nas Vésperas todos os dias:

"Por isso, se introduziu na Liturgia da santa Igreja o costume belo e salutar, de cantarem todos, diariamente, este hino na salmodia vespertina. Assim, que o espírito dos fiéis, recordando frequentemente o Mistério da Encarnação do Senhor, se entregue com generosidade ao serviço divino e, lembrando-se constantemente dos exemplos da Mãe de Deus, se confirme na verdadeira santidade. E pareceu muito oportuno que isto se fizesse na hora das Vésperas, para que nossa mente fatigada e distraída ao longo do dia por pensamentos diversos, encontre o recolhimento e a paz de espírito ao aproximar-se o tempo do repouso”.

Vivemos agora o tempo do combate, do testemunho, da vivência de nossa fé, e podemos aprender e contar com Maria sempre presente conosco.

Se por vezes nos sentirmos fatigados e distraídos ao longo do dia por problemas e desafios a serem superados, encontremos no "Magnificat" a força necessária para mantermos viva a nossa fidelidade ao Senhor e ao Seu Projeto de vida plena para todos nós.

O véu da noite e os raios do sol

                                                             

O véu da noite e os raios do sol

Aquela noite não foi surpresa para ti,
Porque acompanhaste cada passo do teu Filho,
Antes mesmo d’Ele dar os primeiros passos.

Aquela noite foi mais um trespassar da espada,
Em tua sofrida e silenciosa alma, ferida de amor,
Na fidelidade a Deus, desde aquele teu silêncio e “Sim”.

Aquela noite foi a mais difícil de suportar,
O véu da noite caiu silenciosamente,
Como que te encobrindo e protegendo de dor e sofrimento.

Naquela noite, as lágrimas que em tua face vertiam,
Brilhavam pelo efeito das estrelas que o céu cobria.
Cada lágrima, uma luz acesa a iluminar a escuridão do mundo.

No dia seguinte, em silêncio, toda contida,
À espera da promessa da Ressurreição ao terceiro dia,
A cada minuto esta esperança crescia.

Silêncio sempre tomando conta do teu imaculado coração,
Coração de mãe, mulher em Deus confiante e cheia de esperança:
Não pode vencer para sempre o mal, nem a morte ter última palavra.

Naquele amanhecer do terceiro dia, os raios brilharam mais fortes.
E não surpresa foi para ti, pois sabes bem em quem confias.
Mais fortes, porém, foram os Raios do Sol Nascente, Ressuscitado.

Naquele amanhecer, teus olhos brilharam bem mais fortes,
Resplandecendo a alegria da gloriosa Ressurreição de teu Filho.
Teus lábios, que cantaram o Magnificat, não cantaram em vão.

Naquele amanhecer, a alegria transbordante em teu coração;
Com os discípulos do Senhor, para sempre haverá de caminhar,
Por isto és por todo o sempre, a Estrela da Evangelização.

Contigo, ó Maria, reaprendemos sempre novas e eternas lições:
Ao cair o véu da noite, nos ensinaste a coragem, confiança e serenidade.
Ao nascer do novo dia, com os raios do sol, a esperança, a alegria, a Ressurreição.

Fixemos nosso olhar no olhar de Maria (07/10)

 


Fixemos nosso olhar no olhar de Maria


Contemplemos Maria como a mulher da alegria, da dor e do esplendor e da glória.


Contemplamos os mistérios da anunciação, morte e ressurreição:  Mistérios gozosos, dolorosos, gloriosos.
 
No Evangelho de Lucas (1,26-38), Maria é nos apresentada como mulher simples do povo; nada de extraordinário aos olhos da humanidade, mas muito especial aos olhos de Deus. Preservada do pecado; escolhida para ser a Mãe do Redentor.
 
Mãe Daquele que pelo mistério da ação do Espírito Santo nela Se encarna.
 
No mistério da cruz, mistério do amor de Deus Se entrega e Se doa, em amor que ama até o fim.
 
Mistério da Ressurreição que acalenta e anima nossa caminhada que transcende o tempo presente e até mesmo a morte.
 
Aquele que em Maria Se encarnou e o sangue na cruz por nós derramou, regou a vinha do Senhor que somos, para frutos de paz, justiça e amor produzir…
 
Fixemos nosso olhar no olhar de todos os olhares que para Deus se voltaram.
 
Contemplemos o olhar de Maria que os mais diversos momentos vivenciou e jamais a Deus se fechou.
 
Contemplemos o olhar de Maria, diante do arcanjo Gabriel que lhe anuncia que será Mãe do Salvador. Olhar de dúvida, incompreensão e, por que não, de medo, mas de sinceridade e confiança e transparência, com certeza…
 
Indaga ao anjo como assim pode ser?
 
Olhar iluminado pelo Mistério revelado e compreendido e que lhe faz ressoar o SIM que mudou a história da humanidade: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim conforme a Vossa vontade” (Lc 1,38).
 
Como não contemplar o olhar dos olhares que o menino em seu ventre acolheu e acarinhou?
 
Olhar que na criança deitada na manjedoura o Verbo de Deus reconheceu, nos ofereceu e nos apresentou.
 
Olhar de Mãe Maria que o procurou quando no templo, aos doze anos se perdeu.
 
Olhar que procura o filho, olhar de tantas mães que procuram seus filhos.
 
Olhar que o viu crescer dia a dia em tamanho, graça e sabedoria diante de Deus.
 
Olhar de Maria silenciosamente contemplando a pregação de Seu Filho, na planície e na montanha.
 
Olhar que maravilhou-se, incontáveis vezes, por tudo que falava; por tudo que fazia.
 
Olhar de Maria que o procurou e encontrou mergulhado em noites de vigília e oração.
 
O Olhar da mãe de todas as mães, que não se fechou e não se amedrontou, nem se acovardou no mistério de Sua Paixão e Morte.
 
Olhar lacrimoso, dolorido, sentido, vendo seu Filho covardemente condenado, desprezado, humilhado, desfigurado, das roupas despojado, sangue e suor derramados…
 
Olhos abertos contemplando mistério de iniquidade, mas mistério maior de amor e fidelidade: O mal não pode ter a última palavra.
 
Também seus ouvidos acolhiam gritos e lamentos, que ecoaram da boca de Seu Filho e de todos os seus filhos em todos os tempos!
 
Olhar que o acompanhou e o testemunhou na cruz: Pelos pregos cravados, coração trespassado.
 
Água e vinho verteram: nascimento e alimento ao mundo também ricamente oferecidos e em cada Eucaristia celebrados.
 
Olhar de Maria que pelo mistério da fé contemplou Sua descida a mansão dos mortos, para romper as correntes do pecado, dominar também as forças diabólicas do inferno – diabo e morte vencidos.
 
O olhar de Maria que jamais perdera o brilho, reluziu na madrugada da Ressurreição. A vida venceu a morte.
 
Olhar de Maria, olhar de quem crê na Vida Nova do Filho, Ressuscitado pelo Pai, que por Amor, no Amor e pelo Amor (Espírito Santo) jamais o abandonou.
 
Contemplemos o olhar de Maria nas primeiras vezes em que o apóstolo dizia: “Tomai todos, isto é meu corpo… Tomai todos, isto é o meu sangue” (Atos 1).
 
Aquele mesmo corpo que acolheu em seu ventre, agora ali diante dos olhos, no mistério da matéria transubstanciada: Mistério de fé, Mistério da Ceia, Mistério da Eucaristia.
 
Ela contemplando as marcas dos pregos no corpo do Ressuscitado!!! Que alegria tomou o coração de Maria.
 
Depois, Maria contemplando Sua subida aos céus, para que depois, um pouco depois, ela também aos céus fosse assunta, por Deus coroada.
 
 
Olhar de ternura, alegria, confiança, simplicidade, esperança, bondade, fraternidade, humanidade, solidariedade, amor, bondade, fidelidade, perdão, compreensão, mansidão…
 
Olhar que transcende a realidade da morte, porque és portadora e crente da Boa Nova da Ressurreição!
 
É deste olhar que precisamos, por isto mais, do que nunca, é tempo de fixarmos nosso olhar no olhar de Maria…
 
Somente com um olhar assim é que o mundo haveremos de mudar, a começar de nós mesmos!
 
Nada veremos de novo se, em primeiro lugar, não convertermos nosso olhar.
 
Maria te suplicamos: 

Vem conosco caminhar para que tragas marcas, tantas e incontáveis, de teu olhar!
 
És Maria, mulher possuidora do olhar de todos os olhares.
 
És Rainha, és Senhora: “Volvei para nós estes vossos olhos misericordiosos…”
 
Salve Rainha, Mãe de Misericórdia...
 

Devoção a Maria, compromisso com a vida digna, plena e feliz

                                                         

Devoção a Maria, compromisso com a vida digna, plena e feliz

“Sua misericórdia se estende de geração em geração,
 a todos os que o temem” (Lc 1,50)

O mês de maio é especialmente dedicado à Maria, Mãe de Jesus, porque ela está sentada no mais alto cume das virtudes, repleta do oceano dos carismas divinos, do abismo das graças, como nos ensina a Igreja.

Voltemos o nosso olhar para Maria, e nos reportemos ao canto do “Magnificat” (Lc 1,39-56), que nos ajuda a reler os fatos e a história, comunicando os necessários raios de luz do Espírito Santo, sobretudo nos momentos difíceis por que passamos, em todos os âmbitos (político, econômico, social, cultural).

Maria, cheia do Espírito Santo, em visita à sua prima Isabel, foi a primeira comunicadora de palavras de fé e esperança: – “doravante todas as gerações me chamarão de bendita...”. É o cântico da esperança dos pobres e humildes. Em Maria, “a comunicação e a misericórdia fazem o verdadeiro e fecundo encontro”, tema que o Papa Francisco nos propôs em sua Mensagem para o 50º Dia Mundial das Comunicações (2016).

Maria proclama uma tríplice ação de Deus na história: a derrubada de situações humanas falsas, restaurando a humanidade na salvação. No campo religioso, a derrubada da autossuficiência humana, da soberba; no campo político, a derrubada dos poderosos e a exaltação dos humildes; no campo social, a despedida dos ricos e a promoção da verdadeira partilha, solidariedade, fraternidade.

Tudo isto é a expressão da “misericórdia divina que se estende de geração em geração”, como ela cantou, e deste modo, nos revela o caminho para a perfeita realização das virtudes teologais, e assim, sejamos misericordiosos como o Pai.

Envolvidos pela misericórdia divina, que é eterna, ela nos ensina a viver a féEis a serva do Senhor” – o segredo da fé sem falha, em perfeita conformidade à vontade divina; a dar a razão de nossa esperança: - “Nada é impossível a Deus” na incondicional confiança em Deus em tudo e em todos os momentos, favoráveis ou adversos; e assim seremos instrumentos da caridade – “Maria pôs-se a caminho apressadamente” – a caridade e a disponibilidade missionária para servir e comunicar o Amor e a presença de Deus.

Maria nos ensina, portanto, a nos deixar envolver pela misericórdia divina, e assim, não vacilaremos na fé, nem esmoreceremos na esperança e tão pouco esfriaremos na caridade (Papa Leão Magno - séc. V).

É com nosso olhar em Maria, e contando com o seu olhar de ternura, que acompanha nossos passos como discípulos missionários do Verbo que Se fez misericórdia e habitou entre nós, Jesus, que renovamos nossos sagrados compromissos com a Boa-Nova do Reino, procurando firmar os passos na ação evangelizadora.

Que a autenticidade de nossa devoção a Maria, sublime comunicadora da misericórdia divina, seja confirmada pelo alegre e corajoso anúncio e testemunho do Evangelho, comprometidos na construção de um novo céu e uma nova terra, procurando transformar sinais de tristeza em alegria, de desânimo em coragem, de morte em vida. 

A exemplo de Maria, sejamos conduzidos e assistidos pelo Espírito Santo, a nós enviado, desde aquele memorável dia de Pentecostes, com o nascimento da Igreja, continuando a missão do Ressuscitado, em incondicional fidelidade ao Pai, que nos criou por amor para sermos felizes, na medida em que nos comprometemos com a felicidade e vida digna do outro.

Quem melhor que tu, ó Maria?


Quem melhor que tu, ó Maria? 

 “Ó Maria, aurora de um mundo novo, vem
nos ensinar a acolher, a celebrar e a testemunhar!”

Contigo, ó Maria, o aprendizado é eterno, jamais se esgota, para quem se colocou na perspectiva de aprender e  reaprender…

Há sempre algo a ser reaprendido, uma vez que algumas coisas são passíveis de mudança, carregando em si o germe da superação, adaptação, atualização…

- Quais são as coisas que devemos aprender e reaprender?
- Com quem podemos aprender e reaprender?

A história tem seus mestres que não ousaram simultaneamente o discipulado. Em cada mestre há um discípulo, um eterno aprendiz…

Mas, quem melhor do que tu, ó Maria para nos ensinar?
Falaste o que praticaste, praticaste o que ensinaste!

- Quem melhor que tu, ó Maria, para nos ensinar e nos ajudar a aprender o que ainda não conhecemos?
- Quem melhor que tu, ó Maria, para nos ensinar aquilo que nos possibilita ser melhor?

- Quem melhor que tu, ó Maria, para nos ajudar a reaprender o que, eventualmente, possamos ter escondido, ou condenado à inatividade, ao esquecimento, às cavernas escuras que possuímos?

- Quem melhor do que tu, ó Maria, para nos ensinar algumas coisas que aprendemos e que nos acompanha por toda a vida e outras que só descobriremos na outra vida?

Contigo, aprendamos a contemplar os lírios do campo e os pássaros; aprendamos a vida frugal, simples e a confiança na providência divina, como aprendestes com o Mestre e Salvador, teu Filho.

Contigo, olhemos para as crianças e aprendamos a simplicidade, a pureza, a confiança, a sinceridade…

Reaprendamos a sonhar, a romper a barreira do que é aparentemente impossível, renovando a energia e a vitalidade, num incansável se consumir, na certeza de que em apenas algumas horas, tudo será possível repetir.

Como um coração de criança, as tantas preocupações não lhe roubam a possibilidade de melhor viver e se divertir.

Contigo renovamos nosso olhar para com os mais vividos e aprendemos a valorizar suas histórias vividas, sem imputar-lhes censuras, mas com a paciência necessária, ouvir e acolher aquilo que ainda faz sentido para repensar o nosso existir.

Aprendermos que cabelos brancos não vieram por acaso, devem no mínimo expressar a ousadia de ter vivido, a vida ter enfrentado, com a morte e o fim se defrontado incansavelmente. Aprender com suas histórias, aprender com seus erros e acertos, sem prejuízos…

Contigo, poetisa de Deus, aprendemos a sonhar, reencantar, nas entrelinhas das palavras, beleza diferente saborear.

Aprendemos com o teu olhar que a frieza e a dureza de uma pedra podem ser a consistência e a firmeza que tanto buscamos.

Ensinas os místicos que se elevam com a fumaça do incenso, saindo da mesmice do cotidiano, fazendo subida e mergulho no Mistério do Absoluto.

- Ó Maria, quem melhor que tu para nos ajudar a reaprender que a vida é muito mais que a materialidade vista?

- Quem melhor que tu para nos ajudar a reaprender sobre naturalidade da vida, em sadia espiritualidade, no encontro com o Absoluto – Deus?

- Quem melhor que tu para nos ajudar a reaprender os princípios vitais de toda  pessoa: amor, verdade, justiça e liberdade?

Contigo aprendemos a colocar acima de tudo a vontade divina, para que melhor saibamos crescer e dominar o universo, sem o imperdoável esgotamento de suas riquezas.
Reaprendemos que dominar o planeta, o universo não é sinônimo de prepotência, uso inconsequente das riquezas que em nossas mãos foram colocadas.

Contigo, Rainha da Paz, aprendemos que a humanidade deve por fim às guerras, para que não aconteça o inverso.

Quem melhor do que tu para nos ensinar a linguagem do Espírito, que é a linguagem do amor,  que une povos e nações?

Contigo, que sabes falar as línguas de todos os povos, mais que reaprender regras ortográficas anunciadas, podemos aprender a verdadeira e indispensável comunicação que é a relação pessoal, diálogo, conversas edificantes: com trema ou sem trema, com hífen ou sem hífen, com acento ou não…

Quem melhor que tu, cantora da esperança dos pobres, para nos ajudar a reaprender com os utópicos e militantes que não se curvam à ditadura, que outro mundo é possível?

Contigo temos que tomar consciência de que a inevitável globalização tem seus aspectos positivos, que não podem ser negados (comunicação, locomoção, maiores acessos em todos os sentidos, agilidade, mais informações, a informatização, a virtualidade etc.), mas que há ainda algo que contigo podemos aprender: globalizar as possibilidades, superar disparidades e desigualdades, numa palavra, globalizar a solidariedade.

Quem melhor que tu para nos ensinar a aprender com os recuos das ondas, que fazem de cada recuo um ponto para um novo avanço, uma nova etapa...?

Ó como é bom aprender contigo, Mãe e Mestra!

Com Maria, sejamos fieis discípulos missionários do Senhor

Com Maria, sejamos fiéis discípulos missionários do Senhor

Muitos são os desafios da ação evangelizadora em todo o tempo, e jamais podemos nos descuidar, para que, com amor zelo e alegria, firmemos nossos passos na fidelidade do anúncio e testemunho da Boa-Nova do Evangelho.

E para que tudo isto se concretize, voltemos nosso olhar para Maria, a Mãe de Jesus, a Estrela da Evangelização, iluminados pelo que dela nos falam os Evangelhos e a Tradição da Igreja, sobretudo na formulação e compreensão dos Dogmas Marianos.

Muitas lições temos a aprender com Maria, para que, de fato, sejamos discípulos missionários do Seu Filho, tendo d’Ele mesmos pensamentos e sentimentos, totalmente a Ele configurados e confiantes, assim como Ela nos disse no primeiro sinal das Bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser “ (Jo 2, 5).

A primeira lição é a abertura aos planos divinos, quando ela disse sim ao anjo Gabriel para ser a Mãe do Salvador. Também nós, quantas vezes inspirados em Maria, damos nosso sim para que a vontade de Deus prevaleça.

Com ela, aprendemos a prontidão e a disponibilidade para servir a quem precisa, como Ela o fez ao se dirigir apressadamente na região montanhosa, grávida, para servir sua prima Isabel, também grávida, em idade avançada. Sem desculpas e lentidão, o discípulo deve colocar-se sempre em atitude de amor, doação e serviço.

Nesta mesma visita, temos ainda outras lições: em tempos sombrios, em que a verdade duela com a mentira, o amor com o ódio, a vida com a morte, irradiarmos alegria e luz, como sinais e instrumentos da presença do Espírito Santo que nos assiste

E, com o Magnificat cantado por ela, aprendemos o canto da esperança dos pobres, que em Deus confiam e se comprometem com um mundo novo, marcado por novas relações políticas, econômicas, religiosas e sociais.

Com Maria, aprendemos a contemplar e a confiar na presença e ação misericordiosa de Deus, que não se distancia da história, mas nela Se encarna na Pessoa de Jesus, e nesta encarnação, nossa humanidade é resgatada, reconciliada, e voltamos à plena comunhão, que no Paraíso, por desobediência e desejo de onipotência, perdemos. O pecado, que entrara por um homem, por outro, Jesus, foi definitivamente destruído.

No Mistério da Paixão, também aprendemos com Maria, o amor incondicional ao Filho, de quem não se separou, permanecendo fiel, em dores, lágrimas vertidas e a alma em indescritível sofrimento. Ela permaneceu aos pés da cruz até o fim, e assim nos ensina também a mesma fidelidade viver: com renúncias necessárias quotidianamente, nossa cruz tomar, completando em nossa carne o que falta à Paixão de Cristo, por amor à Sua Igreja (Cl 1, 24).

No Mistério Pascal, Maria testemunha a fé no Cristo vivo, glorioso, Ressuscitado, quando se encontra com os discípulos para a Ceia (At 1,14); alimenta-se do Corpo e Sangue do Filho que fora gerado em seu ventre, agora dado em comida e bebida para os discípulos, Pão que alimenta, Bebida que inebria.

Na fidelidade ao Senhor, Maria sempre vivenciou o bom combate da fé, e hoje um dos sinais desta fidelidade se manifesta no fortalecimento de nossas Pastorais, sobretudo as pastorais Sociais.

Contemos com Maria, Mãe de Deus e nossa, que conosco caminha. Não tenhamos medo, como discípulos missionários, pois ela sempre está presente na vida e ação da Igreja, para que no empenho irrenunciável com o Reino de Deus pelo Seu Filho inaugurado, nos comprometamos para que todos tenhamos vida plena e feliz.

Sejamos assistidos pelo Espírito Santo, o verdadeiro protagonista da Ação Evangelizadora, e aprendizes das mais belas lições que Maria nos ensina.

Lições para uma Espiritualidade Mariana

                                                     

Lições para uma Espiritualidade Mariana

Mãe Discípula:

Aquela que ouve, escuta, acolhe a voz de Deus para realizar a Sua vontade; é Mãe e Mestra, porque antes foi discípula modelo, por excelência. Perfeita sintonia com Deus, é para nós modelo de escuta.

Mãe da Fidelidade:

Em toda e qualquer situação a fidelidade marcou sua existência – fiel porque acreditou nas Promessas de Deus, por isto é cheia de graça, feliz, bem-aventurada.

Mãe da Disponibilidade:

Vai apressadamente servir sua prima Isabel, sem medir esforços. Mesmo grávida, percorreu mais de cem quilômetros, em prontidão imediata, sem lamentos, sem queixas, sem prantos, sem adiamentos, constrangimentos. No amor não cabe nada disto! O amor suaviza a missão!

Mãe Servidora:

Vai a Isabel para servir e colocar seus amáveis dons em favor da vida, assim como nas mais diversas situações que vivenciou.

Mãe da Alegria:

No encontro com Isabel, tendo acolhido em si a Obra do Espírito Santo, leva consigo O Salvador, provocando um clima envolvente de alegria e louvores, cantos de ação de graças... No encontro de duas mulheres a manifestação de Deus num clima radiante de alegria!

Mãe da Esperança

Maria é cantora da esperança dos pobres! Sonha e canta um mundo novo que nasce da intervenção de Deus e da participação humana: uma nova sociedade em todos os níveis: religioso, político e social. O orgulho dará lugar à humildade, à obediência a Deus, à simplicidade de coração. A prepotência humana cederá à onipotência Divina, o poder será colocado em favor do bem comum. O mundo viverá novas relações de amor, partilha e comunhão, em que ninguém será privado da vida e do pão. A esperança não dispensa compromissos e responsabilidades.

Mãe da Humildade:

Maria sabe entrar e sair de cena – vai, serve, volta. A Glorificação se dá somente nos céus. Fazer o bem e sair de cena, com toda humildade. O bem feito com amor não precisa de publicidade e holofotes – Deus na hora certa e no tempo oportuno é quem nos coroará. Ela foi coroada como Mãe da Glória.

Mãe da Solidariedade:

Sensibilidade e solidariedade foram suas marcas nas bodas de Caná, na visita a Isabel, e em todos os momentos. Também presente na Paixão e Morte de Seu Filho, aos pés da Cruz, para ter a alma transpassada. Solidariedade nos primeiros encontros dos Apóstolos e em toda a história com suas aparições.

Mãe boa pastora:

Maria é na fidelidade a Deus, acolhendo ao bom Pastor, aquela que O carregou no colo, também Mãe de todas as ovelhas pelas quais Seu Filho entregou a própria vida. Como não se sentir protegido, amado e seguro no colo de Maria?

Mãe do amor pelos últimos:

A parábola do Evangelho nos fala do amor misericordioso de Deus pelos últimos (das 5 horas que não foram contratados), que recebem a moeda de prata (diária para um dia Mt 20,1-16). Deus ama os últimos, os excluídos, os pequeninos, aqueles que a sociedade privou da vida e do pão cotidiano, do essencial para viver com dignidade… Maria no Magnificat canta o amor de Deus pelos empobrecidos, quando diz que Deus despediu os ricos de mãos vazias e saciou de bens os famintos. Tal Mãe, tal Filho, tal Igreja. Maria está sempre junto do Filho assegurando-nos, a moeda de prata de cada dia, O Pão Nosso de cada dia, em cada Eucaristia que celebramos.

Mãe da paciência:

Maria é a Mãe da paciência por excelência: recordemos vários momentos em que ela revelou serenidade, confiança e, sobretudo paciência. A paciência para ver o trágico momento da morte se transformar numa alegre e inovadora Madrugada da Ressurreição. Paciência para ver passar a noite da escuridão que parecia eterna, em radiante luz da Ressurreição, aurora da alegria, do esplendor, da vitória…

Mãe Lutadora:

Nada temeu, nem as forças diabólicas que devoraram a vida de Seu Filho, mas que foi por Deus Ressuscitado. O mal tem aparente vitória – a vitória final pertence a Deus. Por isto ela é modelo de luta para todos que combatem em favor da vida. É modelo de luta para nossas comunidades.

Mãe da Glória:

Elevada em corpo e alma aos céus, acende em nós o mais precioso desejo: a eternidade. Ela já alcançou depois da Ressurreição de Seu Filho, como a primeira da fila. Maria puxa a fila dos que desejam entrar no céu. Entrada nos céus de corpo e alma é sinal da dignidade, da sacralidade da vida e da existência humana, onde Deus fez Sua morada.

Por isto podemos repetir o que disse Santo Amadeu (séc.XII):

Maria está assentada no mais alto cume das virtudes, repleta do oceano dos carismas divinos, do abismo das graças, ultrapassando a todos, derramava largas torrentes ao povo fiel e sedento”

Continuemos o aprendizado de maravilhosas lições para uma devoção a ela sincera e frutuosa.

Sabiamente a Igreja nos ensina e nos convoca a superar uma esterilidade devocional a Maria, na imitação de suas virtudes em nosso cotidiano.

Não há devoção mais agradável a Deus do que o amor e o serviço aos pobres, com os quais Ele quis Se identificar e Se fazer presença. Maria, neste sentido, mais do que ninguém, foi Mãe e Mestra!

Aprendamos estas dentre outras lições para uma Espiritualidade Mariana, que nos conduzirá à essência da Espiritualidade, que é viver segundo o Espírito, como discípulos missionários do senhor, em amor pleno e incondicional a Deus.

“Salve Rainha, Mãe de Misericórdia...”