A
necessária conversão na fidelidade a Jesus Cristo
Reflexão
à luz do Comentário do Evangelho de São João, escrito por São Cirilo de
Alexandria (séc. V).
“Cristo
intercede por nós como homem de Deus, como reconciliador e mediador dos homens.
Ele é realmente nosso soberano e santíssimo pontífice que, oferecendo-Se por
nós, abranda com Suas súplicas o coração de Seu Progenitor. Ele é,
verdadeiramente, vítima e sacerdote, Ele é o mediador e o sacrifício imaculado,
o verdadeiro cordeiro que tira o pecado do mundo.
Certo
tipo e sombra da mediação de Cristo manifestada nos últimos tempos foi aquela
antiga mediação de Moisés; o pontífice da Lei prefigurou o pontífice que estava
acima da Lei. Os preceitos legais são realmente sombras da verdade. Por isso,
Moisés, o homem de Deus, e com ele o venerável Aarão, foram os eternos
mediadores entre Deus e a assembleia do povo, algumas vezes fazendo votos,
abençoando e oferecendo os sacrifícios legais e as oferendas pelo pecado
conforme estabelece a Lei; e, por fim, também apresentando ações de graças
pelos benefícios recebidos de Deus.
Cristo,
que nos últimos tempos brilhou como pontífice e mediador superando tipos e
imagens, roga certamente por nós como homem, porém derrama Sua bondade sobre
nós juntamente com Deus Pai enquanto Deus, distribuindo Seus dons aos que são
dignos. Isto é o que explicitamente nos ensina Paulo ao dizer: Eu vos desejo a graça e a paz de Deus nosso
Pai e do Senhor Jesus Cristo.
Portanto,
quem roga como homem é o mesmo que distribui dons como Deus. Sendo como é
pontífice santo, inocente e imaculado, oferece-Se a Si mesmo não por Sua
própria fragilidade - como ordena a lei dos sacerdotes -, mas pela salvação de
nossas almas. Tendo realizado isto uma só
vez por nossos pecados, advoga por nós diante do Pai. Ele é vítima de
propiciação por nossos pecados, não só pelos nossos, mas também pelos do mundo
inteiro, ou seja, por todos os que, mediante a Lei, seriam chamados
procedentes de toda nação e raça, à justiça e à santificação.” (1)
Adoremos
a Cristo, pontífice e mediador da Nova e Eterna Aliança, e firmemos nossos
passos no itinerário Quaresmal, em atitude penitencial.
Urge
que nos empenhemos viver o caminho de uma sincera e frutuosa conversão,
colocando em prática os exercícios quaresmais da oração, jejum e esmola (Mt
6,1-18).
Deste modo, oportuno que reconheçamos nossos pecados e nos
abeiremos do Sacramento da Penitência, para uma confissão e firmes propósitos
de viver uma religião autêntica e agradável a Deus, na fidelidade a Jesus
Cristo, como discípulos missionários Seus, conduzindo e orientando a nossa vida
pelo Espírito Santo. Amém.
(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - 2013 - pp. 316-317.
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