“Perdoai-nos as nossas ofensas”
Ao rezarmos a Oração do "Pai-Nosso”, comumente, dizemos: – “... Perdoai as nossas ofensas...”.
No entanto, na fórmula que traz o Missal (Dominical e Cotidiano), temos: – “... Perdoai-nos as nossas ofensas...”.
Sobre isto, a Professora Jamilia Elias Piera, afirma que ambas as formas estão corretas, uma vez que o verbo “perdoar” contempla três argumentos: o sujeito (quem perdoa), o complemento direto (o que se perdoa) e complemento indireto (a quem se perdoa).
Deste modo, quando se diz a segunda forma, “perdoai-nos as nossas ofensas” — ambos os complementos do verbo estão presentes; tanto o complemento direto — “as nossas ofensas” como também o indireto — “nos”.
Na primeira frase — "perdoai as nossas ofensas" — a omissão do complemento indireto é legitimada pela presença do possessivo “nossas”, que nos dá essa informação (“perdoai as nossas ofensas” = “perdoai as ofensas a nós”).
O fundamental é que não rezemos apenas repetindo as palavras, sem a devida atenção e conteúdo.
Quando pedirmos perdão, que seja de coração sincero, para que o perdão, a Deus pedido e alcançado, frutifique, em nosso coração e em nossa vida, sinais de amor, alegria, partilha, comunhão, solidariedade.
Vale ressaltar, porém, que devemos optar pela forma que o Missal nos apresenta, por tratar-se de uma ação litúrgica: – “... Perdoai-nos as nossas ofensas...”.
Conferir: https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a sintaxe-do-verbo-perdoar/23746
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