segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Repouso em Teu peito, Senhor!

                                                     

Repouso em Teu peito, Senhor!

“As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos,
mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc 9,58).

O Reino de Deus precisa ser anunciado,
Não há mais tempo a perder
Há um mundo clamando, eu escuto...

Não podemos ficar parados,
Ele nos chama e qual nossa resposta?
Não fiquemos indiferentes, insensíveis.

Há doentes sem carinho, na fila esperando,
Crianças, pelas ruas e praças, suplicantes,
Jovens sem sentido, drogados, perdidos.

Famílias em situação de enfermidade crônica,
Ausência de perdão, de diálogo, de alegria, de compreensão;
Carentes de formação, doutrina, princípios, luz...

A criação geme em dores de parto,
Esperando também a reconciliação,
Paulo assim compreendeu e nos proclamou.

Há um caminho a ser percorrido,
Há uma meta a ser alcançada,
Coragem, firmeza, mansidão vivenciadas. 

Não fincar âncoras no passado consumado,
Inaugurar o futuro, germinando sementes,
Que no presente são, no coração, fecundadas.

Ele nos chama e nos pede confiança,
Despojamento, discernimento, prontidão...
Não há nada mais belo e sagrado a fazer, 

Ao seu chamado prontamente responder,
Carregar a cruz, renúncias são necessárias,
Amadurecimento, crescimento, alcançados.

Mas como seguir alguém que nem tem
Onde a cabeça reclinar, apesar do mundo
Por Ele ter sido feito e d’Ele ser Senhor?

De fato, não teve onde reclinar a cabeça,
Se não o duro Madeiro da Cruz.
Inclinando a cabeça disse: “tudo está consumado”.

Não tinha almofada, travesseiro, aconchego...
Despido, despojado, insultado, crucificado,
O abismo da maldade humana quis derrotá-Lo.

Quem não tinha onde reclinar a cabeça,
Porque assim livremente o quis,
Pobre Se fez para nos enriquecer. 

Descendo ao mais profundo da mansão dos mortos,
Resgatou a vida, para renascer, ressuscitar
Cheio de beleza, vigor, enfim Glorificado.

Hoje não mais reclina a cabeça sobre o Madeiro,
Está de pé, ao lado do Amado Pai, nosso Criador,
Em comunhão plena, Divino Cordeiro.

Vitorioso, glorioso, à direita do Pai Reinando,
Sua cabeça majestosamente coroada
Pelos Anjos e Santos, mártires e por tantos adorado.

Ele que nunca teve onde reclinar a cabeça
Quer tão apenas um lugar para ser acolhido:
O mais profundo do coração humano.

Ele bate, se abrirmos Ele entrará, 
E com Ele faremos a deliciosa Refeição
No Banquete Eucarístico, sinal do Banquete de Eternidade.

Ele não tinha travesseiro...
Tão pobre, tão despojado, tão simples,
Sobre o Seu ombro, quem apoio não encontrou?

Repousemos em Seu Coração!
Sacratíssimo Coração!
Amantíssimo Coração!

Aquele que não tinha onde reclinar a cabeça
Fez-Se apoio, sustento de toda a humanidade.
Deitado em Seu peito, refaço-me, sigo em frente...

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