Os degraus que nos levam ao cume da virtude (VIIDTCA)

Os degraus
que nos levam ao cume da virtude
Na passagem do Evangelho do 7º Domingo do Tempo Comum (ano A), Jesus
nos exorta amar os inimigos (Mt 5,38-48).
Sejamos enriquecidos pelo Sermão do Doutor São João Crisóstomo (séc. V),
retomando parte deste:
“'Ouvistes o que foi dito: amarás a teu próximo e
odiarás o teu inimigo. Porém eu vos digo: amai aos vossos inimigos e orai pelos
que vos perseguem, para que sejais filhos de vosso Pai que está nos céus, que
faz se levantar o sol sobre bons e maus e faz chover sobre os justos e
injustos’ (Cf Mt 5,43-45).
Observa como colocou a conclusão de todos os bens. Por isso ensinou a
ter paciência com aqueles que nos esbofeteiam e até mesmo a apresentar-lhes a
outra face; e não apenas juntar o manto à túnica, mas a caminhar por duas
milhas mais com quem nos requisitou para uma, para que em seguida aceitasses
com maior facilidade o que era superior a estes preceitos; ou seja, que quem
cumprir tudo isso não tenha inimigos. Pois bem: existe algo ainda mais
perfeito, porque Ele não diz: Não odeies, mas ama. Não disse: não prejudique,
mas sim favoreça. Se alguém examina cuidadosamente, encontrará um acréscimo
muito maior que este. Porque agora não só manda amá-los, mas a também rogar por
eles.
Observas a que degraus subiu e como nos elevou até o próprio cume da
virtude? Quero que o medites, enumerando-os desde o princípio: o primeiro grau
é não injuriar; o segundo, quando injuriados, não nos vingarmos; o terceiro,
não aplicar sobre o autor o mesmo castigo com o qual nos fere, mas sim ter
mansidão; o quarto, oferecer-se voluntariamente a sofrer injúrias; o quinto,
oferecer ao injuriador muito mais do que ele nos exige; o sexto, não odiar a
quem nos faz semelhante injustiça; o sétimo, inclusive amá-lo; o oitavo, ainda
favorecê-lo. Finalmente, o nono: rogar a Deus por ele. [...]” (1).
Ele nos fala dos degraus que Jesus subiu e
como nos elevou até o próprio cume da virtude:
1º - Não injuriar;
2º - Quando injuriados, não nos vingarmos;
3º - Não aplicar sobre o autor o mesmo
castigo com o qual nos fere, mas sim ter mansidão;
4º - Oferecer-se voluntariamente a sofrer
injúrias;
5º - Oferecer ao injuriador muito mais do
que ele nos exige;
6º - Não odiar a quem nos faz semelhante
injustiça;
7º - inclusive é preciso amá-lo;
8º - Ainda mais: favorecê-lo;
9º - Rogar a Deus por ele.
Assim vivamos na
planície do cotidiano, marcado, por vezes, pelas complexas relações com o
próximo.
Deste modo, viveremos
as Bem-Aventuranças, que Nosso Senhor Jesus Cristo nos apresentou, no alto da
Montanha (Mt 5,1-12), e tão somente assim, luz do mundo e sal da terra seremos
(Mt 5,13-16).
Subamos estes degraus para chegarmos ao cume
da virtude, a fim de que vivamos o Mandamento Novo do Amor que nos deu nosso
Senhor (Jo 13,34), e que viveu plenamente: um amor com dimensão
universal, sem limites, e que nos permite chegar ao cume da virtude.
(1) Lecionário Dominical Patrístico - Editora Vozes
– 2013 - pp. 140-141
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