domingo, 28 de julho de 2024

O Reino de Deus é a nossa maior riqueza (XVIIDTCA)

O Reino de Deus é a nossa maior riqueza

Com a Liturgia da Palavra do 17º Domingo do Tempo Comum (ano A) refletimos à luz das Parábolas da pérola, do tesouro escondido e da rede lançada ao mar, sobre o Reino de Deus, questionando nossas prioridades diante de Jesus.

É preciso que o Reino seja para nós o valor supremo e que, a exemplo de Salomão, peçamos a sabedoria para fazer as devidas escolhas, sem nos prendermos aos valores efêmeros, passageiros, mas aos valores eternos.

A súplica de Salomão na passagem da primeira leitura (1 Rs 3,5.7-12), questiona nossas súplicas: ele pediu um coração sábio para governar com justiça.

A Salomão, Deus acrescentou riqueza, glória, longa vida. Deus nunca deixará faltar nada, mas bem sabemos que Salomão foi seduzido pelos valores passageiros, e é para nós, em todos os tempos, um sinal de advertência para que não incorramos no mesmo erro.

Enquanto oração foi perfeita, mas não a sua conduta, e com isto podemos refletir sobre o que pedimos e recebemos de Deus e o que fazemos com o que recebemos.

Vivemos numa constante decisão entre o ilusório ou real, passageiro ou eterno, sendo assim podemos nos questionar sobre o que, de fato, fundamenta nossa felicidade.

Na passagem da segunda Leitura (Rm 8,28-30), o Apóstolo Paulo nos fala sobre o Projeto de Salvação que Deus tem para nos oferecer na acolhida do Espírito Santo, lembrando que tudo Ele faz para aqueles que ama.

Portanto, é preciso viver na fidelidade à graça divina, tendo a plena convicção de que o Espírito intercede por nós junto do Pai e nos concede a graça para realizar Seu Projeto de Salvação.

Não estamos à deriva na história: Deus nos conhece, predestina, chama, justifica, glorifica, de modo que a Salvação destina-se a todos.

Num contexto de indiferença, e até mesmo negação da existência de Deus, a Carta de Paulo leva-nos a refletir sobre um Deus que nos ama e incansavelmente vem ao nosso encontro. 

Como discípulos missionários cabe-nos concretizar este Projeto de Salvação, e assim o faremos se, de fato, nos identificarmos com Jesus, fazendo d’Ele nosso mais belo e precioso tesouro.

Na passagem do Evangelho de Mateus (Mt 13,44-52), ouvimos as parábolas exclusivas de Mateus que tinha diante de si uma comunidade imersa na monotonia, na falta de empenho, numa vivência morna da fé, logo, pouco exigente e comprometida.

Como perseverar diante das perseguições e hostilidades, dificuldades que vão se apresentando na caminhada da comunidade?

Aqui está a beleza das Parábolas: revigoram o ânimo, reavivam o entusiasmo, ajudam no discernimento e fortalecem no seguimento.

A comunidade deve ver no Reino a grande pérola ou tesouro pelo qual todo sacrifício deve ser feito e toda renúncia não será em vão.

É preciso rever a escala de valores que pautam nossa vida, o que nos seduz, o que consome nossas forças, nosso tempo; bem como refletir sobre a alegria que devemos ter por sermos instrumentos, colaboradores na realização do Reino.

Quanto a Parábola da rede e dos peixes leva a comunidade a refletir mais uma vez sobre a necessidade da paciência para ver o Reino de Deus acontecer (parábola do joio e trigo).

Deus não tem pressa de condenar e destruir. Ele não quer a morte do pecador, por isso dá ao homem o tempo necessário e suficiente para amadurecer as suas opções e fazer suas escolhas.

Novamente refletimos sobre a Misericórdia de Deus que se manifesta na tolerância, paciência, sempre desejoso de que em nós aconteça a conversão e o amadurecimento.

Na conclusão do Evangelho os discípulos são chamados a compreender, acolher o novo ensinamento proposto, num renovado compromisso e empenho.

Renúncias, relativizações, discernimentos são para nós pedidos, para que não nos percamos no que é efêmero, passageiro, ilusório,  e busquemos o que é eterno.

A busca da sabedoria para acolher e compreender e se comprometer com o Reino.

Devemos renunciar de modo absoluto ao pecado, como assim prometemos no dia de nosso Batismo, e para melhor servir ao Reino renunciar àquilo que não é mal em si (riquezas, prestígio, poder). 

Temos um valor maior, sermos instrumentos do Reino vale muito mais do que tudo isto.

Reflitamos:

O que pedimos quando dizemos: “Venha a nós o Vosso Reino”?
Qual tem sido o conteúdo de nossas súplicas?


Temos consciência de nosso papel na realização do Reino? 
-  Como Igreja, estamos a serviço do Reino?

- Sentimos alegria contagiante ao trabalhar para que o Reino de Deus aconteça?

Concluindo a mensagem central deste domingo: O Reino de Deus é o nosso maior tesouro. Participemos de sua realização como herdeiros da graça em Cristo Jesus pelo Espírito Santo no amor do Pai.

O melhor Ele já nos deu: O Espírito Santo e os sete Dons: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus.

Empenhemo-nos alegremente na construção do Reino, o Espírito nos assiste, a Sabedoria nos é comunicada incessantemente. 

Saibamos fazer as renúncias necessárias pelo mais Belo Tesouro - Jesus.


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