A
preciosa oferta da viúva
Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Marcos
(Mc 12,38-44), sobre a oferta da pobre viúva no templo.
Reflitamos
sobre o culto verdadeiro e agradável a Deus, tão diferente dos cultos marcados pelas
aparências dos rituais: Deus não tem interesse por grandes manifestações
religiosas ou ritos externos suntuosos.
Da mesma forma, não mede nossas ações e gestos com algarismos, ao contrário, mede com o amor; avalia de acordo com os valores interiores da pessoa porque Ele vê além das aparências, vai até o coração.
O
culto autêntico deve ser marcado na atitude de vida: doação, confiança e
entrega total em favor do próximo, esvaziando-se de si mesmo e colocando-se
plenamente nas mãos de Deus.
Esta
passagem é situada em Jerusalém, nos dias que antecedem à prisão, julgamento e
morte de Jesus.
Jesus
faz uma crítica aos ritos vazios, desmascarando a hipocrisia, a incoerência dos
cultos e ritos realizados no templo pelos doutores da lei, e nos ensina como deve
ser um culto agradável a Deus. De fato Deus vê além das aparências.
Os
doutores da lei têm comportamentos hipócritas, uma devoção de fachada,
revelando que os ritos externos que realizam, os gestos teatrais, o cumprimento
das regras, ainda que religiosamente corretas, não aproximam as pessoas de
Deus, e nem as conduzem à santidade de Deus.
Os
discípulos de Jesus deverão ter outra atitude diante de Deus e do próximo: dom
total, despojamento pleno, entrega radical e sem medida. Viver a fé cristã não é
uma representação teatral.
De
fato, o verdadeiro crente é aquele que nada guarda para si, mas no dia a dia,
no silêncio e nos gestos mais simples, sai do seu egoísmo e da sua
autossuficiência, colocando toda sua existência nas mãos de Deus.
Há
momentos em que tudo escurece, falta-nos apoio, nossa vida parece tremer. É
nesta hora que damos o autêntico testemunho da solidez de nossa fé, e
verdadeiramente, podemos dizer: “Senhor, eu creio, mas vem em auxílio
de minha pouca fé, e minha fraqueza. Pai, entrego-me em Tuas mãos”.
Urge
que nos coloquemos totalmente nas mãos de Deus, oferecendo a Ele toda a nossa
vida, vivendo na gratuidade, e não na troca de favores, sem procurar fama e
privilégios.
Também
precisamos nos despojar de nossos projetos pessoais e preconceitos, a fim de
nos entregarmos com total confiança nas mãos de Deus, com completa doação,
dando um salto em total abandono no Senhor, sem nenhuma dúvida ou
hesitação.
Assim
viveremos uma fé amadurecida, na doação total inclusive nas situações mais
adversas, no testemunho da pobreza evangélica, acompanhada da humildade e
fecundidade, num amor sem limites e incondicional.
Tão
somente assim teremos uma verdadeira motivação de nosso engajamento pastoral,
em total expressão de gratuidade, sem procura de honrarias, valorização,
promoção ou elogios.
Oremos:
"Que
Deus, afastando de nós todos os obstáculos, nos acompanhe para que inteiramente
disponíveis nos coloquemos a serviço do Reino, na fidelidade a Jesus Cristo,
com a força do Santo Espírito. Amém”.
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