Tentações vencidas, alegria Pascal transbordante
Ouviremos, no 1º Domingo da Quaresma (ano B), a passagem do Evangelho em que Jesus enfrenta as tentações do deserto (Mc 1,12-15).
Retrata-se de forma catequética, e não jornalística, as tentações enfrentadas por Jesus no deserto (deserto como lugar da privação, dos desafios, da tentação): ter, poder e ser, que são as tentações fundamentais de toda pessoa.
Retrata-se de forma catequética, e não jornalística, as tentações enfrentadas por Jesus no deserto (deserto como lugar da privação, dos desafios, da tentação): ter, poder e ser, que são as tentações fundamentais de toda pessoa.
A primeira tentação é um não à riqueza/acúmulo, a segunda é um não ao poder/dominação e a terceira um não ao êxito fácil.
Jesus recusou terminantemente o caminho do materialismo: poder, domínio, êxito fácil, do contrário trairia o Plano de Deus, que se realiza pela partilha, serviço e doação da própria vida com simplicidade e amor.
Os discípulos missionários de Jesus devem fazer o mesmo caminho por Ele vivido e proposto: o egoísmo cede lugar para a partilha; o autoritarismo para o serviço; o espetáculo/sucesso para a vida plena.
No seguimento de Jesus e na realização de sua missão, terão que decidir entre a obediência ao Pai e o serviço ao próximo ou a sedução às tentações.
Lembremos as palavras do Bispo Santo Agostinho –“Como vencer se não combater, como combater se não formos tentados. Se n’Ele somos tentados, com Ele também venceremos” E ainda: "O Senhor poderia impedir o demônio de aproximar - se dele; mas, se não fosse tentado, não te daria o exemplo de como vencer na tentação"
Estamos apenas no início da Quaresma... Entramos com Jesus na travessia do deserto de nossa vida.
Acolhamos, pois, a Salvação como dom de Deus e demos nossa resposta com liberdade, responsabilidade e maturidade, pois nisto consiste a vida cristã: corresponder cada vez mais e melhor aos desígnios de Deus e ao Seu Projeto de Amor, dando a Deus o melhor que podemos e também dando o melhor em favor de nosso próximo.
É preciso revitalizar a fé quotidianamente para que não sucumbamos às tentações que nos afastem do Projeto Divino. É preciso viver uma fidelidade límpida, superando toda infidelidade à Palavra de Deus, rompendo com o pecado, como criaturas novas pela graça batismal.
Jesus venceu as tentações para nos ensinar também a vencê-las. Com Ele, e somente com Ele, faremos a travessia do deserto, alcançando a outra margem, no encontro definitivo.
Vivendo a cada dia a configuração ao Senhor, em Sua Vida, Paixão e Morte, com renúncias necessárias, desapego de si mesmo, tomando a cruz de cada dia, com Ele também Ressuscitaremos.
Ao rezar o “Pai Nosso”, façamos com mais ardor esta súplica: “... O Pão nosso de cada dia nos dai hoje...” “... e não nos deixeis cair em tentação”.
Alimentados pelo Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia, podemos vencer as tentações que impeçam o Reino de Deus acontecer, como também verdadeira santificação do nome de Deus, participando da construção do Projeto de Vida que Deus tem para nós.
Se alimentados por Deus, vencemos. Do contrário, sucumbiremos e perderemos a alegria e o sentido do próprio existir.
As tentações enfrentadas por Jesus não são uma página virada, mas um desafio a ser vivido e enfrentado por todo aquele que deseja segui-Lo, ontem, hoje e sempre.
Reflitamos:
- De que modo estas tentações se manifestam hoje nos espaços em que vivemos, dentro e fora da Igreja?
- Nesta Quaresma, como nos alimentarmos melhor da Palavra e da Eucaristia para vencermos as tentações de cada dia?
Oremos:
Ó Deus, “Dai-nos força para resistir à tentação,
paciência na tribulação, e sentimentos de
gratidão na prosperidade.
Amém!”
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