domingo, 4 de fevereiro de 2024

Sobre a enfermidade e a cura... (continuação) (VDTCB)

Sobre a enfermidade e a cura...

Acolhamos estas palavras da Igreja que trazem luz para não pararmos no meio do caminho. 

“A enfermidade e o sofrimento que acompanham nossa vida geram um estado de temerosa insegurança. Encarnam a fraqueza e a fragilidade humana, sujeitas à eventualidade do inesperado e do imprevisível.

Esta condição humana contrasta com o desejo de absoluto, de estabilidade e de segurança que pervade todo homem, e torna a existência do homem pouco desejável...”

Sofrer não é pagar uma pena
“... A enfermidade não está necessariamente ligada a um pecado pessoal; pode ser também uma provação providencial enviada por Deus para consolidar a fidelidade de seus amigos.

“A reflexão messiânica fará eco a esta concepção; o Messias, que inaugurará os últimos tempos, terá o aspecto do Servo sofredor que toma sobre si nossas enfermidades e as cura por suas feridas. Quando chegarem os últimos tempos, e o Espírito de vida houver renovado a terra, a doença desaparecerá definitivamente...”

A cura é um sinal
“Por isso, a libertação dos endemoninhados e a cura dos doentes, operadas por Cristo, são sinal de que chegaram os últimos tempos e de que o Reino de Deus está no meio de nós.

A cura não é o ato de um taumaturgo, mas o ato do salvador dos homens; é, de certo modo, a antecipação da vitória decisiva, da qual já participa aquele que crê; a vitória do homem novo que, sob a ação do Espírito Santo, faz com que todas as coisas voltem à Sua verdade, conforme o desígnio do Pai."

Um novo modo de pedir a Deus
“A experiência de uma enfermidade ou de uma situação de perigo pertence à bagagem de todo homem. Numa sociedade secularizada não existe o dilema entre dirigir-se ao médico ou recorrer à Oração e acender uma vela. Isto não quer dizer que tenha desaparecido a religiosidade ou que seja sintoma de ateísmo. Talvez se tenha simplesmente mudado o modo de encontrar-se com Deus.

O mundo foi confiado ao homem para que o transforme, construindo uma realidade sempre mais humana através da ciência e da organização social, que constituem o instrumento e as modalidades de transformação.

Esta tarefa se insere no quadro da relação Deus-homem e a ciência se torna seu lugar de encontro. E o é porque o homem, enquanto artífice no meio das realidades terrestres, se torna colaborador de Deus, e a ciência é a nova síntese baseando-se nos elementos do 'criado-por-Deus'."

A ciência nos aproxima mais de Deus: 
"A ciência, pois, longe de afastar de Deus, aproxima mais profundamente d'Ele, pelo respeito ao homem.

No quadro da fé, Cristo é libertador-vencedor da morte por Sua Ressurreição. Sua vitória é radical, mas em estado potencial. Cabe ao homem 'novo' tornar consistente esta vitória de Cristo. Vencer a doença pela pesquisa científica significa 'viver a Ressurreição de Cristo'.

A libertação da moléstia, que a ciência realiza, assume uma significação particular no contexto do símbolo da libertação radical. Debelar uma enfermidade, eliminar uma praga social, é símbolo-sacramento da libertação para a qual o Pai conduz a humanidade.”

PS: Citações extraídas do Missal Dominical – Editora Paulus – pp.892-893

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