segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Santa Águeda, testemunho da bondade divina


Santa Águeda, testemunho da bondade divina

Completemos nossa reflexão, no dia em que celebramos a memória de Santa Águeda, com o Sermão do Bispo São Metódio da Sicília (Séc. IX), que nos fala deste luminar da fé que correspondeu ao dom que foi concedido por Deus, a verdadeira fonte da bondade.

Santa Águeda foi um autêntico testemunho de entrega, doação na expressão máxima do martírio, em corajosa e incondicional fidelidade a Deus.

“A comemoração do aniversário de Santa Águeda nos reúne a todos neste lugar, como se fôssemos um só. Bem conheceis, meus ouvintes, o combate glorioso desta mártir, uma das mais antigas e ao mesmo tempo tão recente que parece estar agora mesmo lutando e vencendo, através dos divinos milagres com os quais diariamente é coroada e ornada.

A virgem Águeda nasceu do Verbo de Deus imortal e Seu único Filho, que também padeceu a morte por nós. Com efeito, João, o teólogo, assim se exprime: ‘A todos aqueles que O receberam, deu-lhes a capacidade de se tornarem filhos de Deus (Jo 1,12)’.

É uma virgem esta mulher que nos convidou para o Sagrado Banquete; é a mulher desposada com um único esposo, Cristo, para usar as mesmas expressões do Apóstolo Paulo, ao falar da união conjugal. É uma virgem que pintava e enfeitava os olhos e os lábios com a luz da consciência e a cor do Sangue do verdadeiro e divino Cordeiro; e que, pela meditação contínua, trazia sempre em seu íntimo a morte d’Aquele que tanto amava.

Deste modo, a mística veste de seu testemunho fala por si mesma a todas as gerações futuras, porque traz em si a marca indelével do Sangue de Cristo e o tesouro inesgotável da sua eloquência virginal.

Ela é uma imagem autêntica da bondade, porque, sendo de Deus, vem da parte de seu Esposo nos tornar participantes daqueles bens, dos quais seu nome traz o valor e o significado: Águeda (que quer dizer ‘boa’) é um dom que nos foi concedido por Deus, verdadeira fonte de bondade.

Qual a causa suprema de toda a bondade, senão aquela que é o Sumo Bem? Por isso, quem encontrará algo mais que mereça, como Águeda, os nossos elogios e louvores?

Águeda, cuja bondade corresponde tão bem ao nome e à realidade! Águeda, que pelos feitos notáveis traz consigo um nome glorioso, e no próprio nome demonstra as ilustres ações que realizou!

Águeda, que nos atrai com o nome, para que todos venham ao seu encontro, e com o exemplo nos ensina a corrermos sem demora para o verdadeiro bem, que é Deus somente!”

Com Águeda, através de sua fragilidade que manifesta a onipotência de Deus, aprendemos a expressar no mundo a bondade divina através de palavras e muito mais através dos gestos.

Com ela aprendemos a correr sem demora para o verdadeiro bem, Deus, pois somente Deus e sua graça nos basta.

Águeda, a “virgem que pintava e enfeitava os olhos e os lábios com a luz da consciência e a cor do Sangue do verdadeiro e divino Cordeiro; e que, pela meditação contínua, trazia sempre em seu íntimo a morte d’Aquele que tanto amava” também nos ensina a também a ver o mundo com os olhos de Deus, e com os lábios proclamar ao mundo o seu projeto, já experimentado e vivenciado na meditação contínua, na mais perfeita configuração à Jesus Cristo, que por amor em nosso favor morreu e Ressuscitou.

Que Deus nos conceda cada vez mais sermos sinal de Jesus Cristo no mundo, na pureza de alma e coração, que somente é possível quando participamos ativa, piedosa e frutuosamente da Mesa da Eucaristia, prolongando-A no quotidiano, a fim de que não haja a separação empobrecedora do culto e a vida.

Águeda, virgem e mártir, seduzida pelo Amor de Deus, na fidelidade ao Senhor, com o coração inflamado de amor do Espírito, ajudai-nos também a viver mesma fidelidade, com coragem e mansidão, como soubeste viver.

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