sábado, 2 de novembro de 2024

Uma flor amarela no barranco

Uma flor amarela no barranco

“Os dias do homem são como a relva,
Ele floresce como a flor do campo.
Roça-lhe o vento, e já não existe,
E ninguém mais reconhece o seu lugar.”
(Sl 103, 16-17)

Apenas uma flor amarela no barranco de um cemitério
O vento sopra suavemente e ela se move no sentido do vento,
Que, como num abraço,  a envolve por inteiro.

Com esta cena, refleti sobre o mistério de nossa vida e morte,
Que mais cedo ou mais tarde se abraçarão,
Para renascer numa vida que ocaso não mais conhecerá.

A flor pode passar despercebida em meio às folhas
Com sua singularidade, solitária, como também podemos ser;
Um tempo limitado e breve possui, como também o temos.

O vento e a flor, com suas raízes no chão, da seiva se nutrindo,
Como a erva no campo, assim também devemos ser.
Deus nos colocou em Seu jardim para florirmos e felizes sermos.

Ele dá a cada um de nós um tempo com seu limite,
Mas podemos eternizar esta existência,
Desde que vivamos com Ele uma mútua fidelidade:
D’Ele para conosco e nossa para com Ele.

Deus fiel e cativo de Seu amor, ama-nos como prediletas criaturas,
Criando-nos à Sua imagem e semelhança, dá-nos o sopro do Espírito
E para vivermos eternamente, templos Seus, nos fez.

A flor amarela tão solitária no barranco de um cemitério,
Levou-me a refletir sobre a beleza da vida e da existência,
Suas tramas e mistérios, que têm como horizonte querido,
A eternidade, o céu.

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