sábado, 2 de novembro de 2024

Um olhar que transcende a morte

Um olhar que transcende a morte

A fé nos concede um olhar
que transcende até a própria morte!

Quem tem fé torna-se possuidor de novos olhares, e mais que novos, preciosíssimos olhares da fé, da esperança e da caridade.

O olhar da fé contempla a linha do horizonte da morte e a transcende, alavancado pela esperança da imortalidade daqueles que no tempo presente viveram a caridade.

A morte ganha com isto uma densidade de epílogo do presente, antecipando o que será o futuro, o desfecho final: a continuidade do que se vive no presente, mas com maior intensidade, porque é entrada e mergulho na plenitude do amor de Deus: Céu!

A tragicidade da morte nos é confortada com a certeza de que ela não se encerra em si mesma. Não é ponto final, mas um recomeço em novas páginas, num outro Livro, para quem não teve medo de escrever neste livro provisório páginas memoráveis.

Aqueles que moveram sua vida pela caridade, asseguram o transpassar da provisoriedade existencial, que pode ter durado dias, semanas, alguns anos ou um pouco mais. Souberam com a tinta do Espírito, que é a tinta do amor escrever seu livro, sua história e nos deixa uma rica memória. Um livro a ser relido e relembrado para sempre.

Para alguns, quem parte foi pai, para outros, irmão e para muitos uma segurança, sendo possuidor da palavra certa na hora certa, como um porto seguro nas águas agitadas do mar da vida, como possam parecer alguns momentos de nossa vida.

Reacenda em nós a chama da fé na imortalidade, alcançada por aqueles que por Cristo viveram, por Ele morreram e d’Ele se nutriram no Pão da Eucaristia. Quem d’Ele se alimentou não morre para sempre!

Ressoem em nosso coração as palavras do Apóstolo Paulo:

“Ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos, se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto, para ser o Senhor dos mortos e dos vivos” (Rm 14,7-9).

De Deus viemos,
n’Ele nos movemos e somos e para
Ele voltamos, porque a Ele pertencemos.

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