sábado, 2 de novembro de 2024

Pequeninas mãos de um anjo criança

Pequeninas mãos de um anjo criança

Há cenas fortes que passam pela nossa retina e entranham no mais profundo de nosso coração...

Sendo assim impressas indelevelmente em nossa alma e, para sempre, rememoradas deleitosamente.

Uma delas aconteceu numa Missa de sétimo dia de uma mãe e esposa, que fizera sua definitiva travessia.

Ao encontro do Deus eterno, que nos acolhe na outra margem, se n’Ele cremos e vivemos.

No primeiro banco, o pai e a filha, um anjo criança, de olhar tão puro
Notável pela sua bela cor negra e cabelos encaracolados, mãos tão inocentes.

Percebi ao longo da Missa que ela, de frente para o pai, cujos olhos estavam umectantes,
Tentava enxugar as lágrimas ardentes e amargas que lhe rociavam a face pela dor da ausência;

Lágrimas que expressavam a dor no peito pelo vazio experimentado, paradoxalmente,
Porque o amor, certamente, o coração havia preenchido, no frouxel do sagrado lar.

As pequeninas mãos do anjo criança não me passaram despercebidas naquela Missa.
Mãos pequeninas que não trouxeram a amada de volta, obviamente,
Mas puderam como que infundir, no coração do pai, o carinho, a ternura e a confiança.

Certamente as lágrimas do pai se somarão às da filha, muitas vezes,
Mas a dor da saudade será mutuamente amenizada, até o definitivo encontro.

Por ora, importa que, confortado pelas mãos do anjo criança,
Que o pai continue a sua missão.

Quantas pequeninas mãos de anjo criança hoje afagam o rosto de seus pais, enxugando-lhes as lágrimas...

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