
Quaresma:
O amor de Deus presente em nosso discipulado
Na
quarta-feira da 4ª semana do Tempo da Quaresma, ouvimos a passagem do Livro do
Profeta Isaías (Is 49,8-15).
A
passagem proclamada encontra-se nos capítulos 40-55, o chamado “Livro da
Consolação”, e o Profeta Isaías nos ensina que Deus nunca nos abandona, e nos trata com
verdadeiro amor de mãe, um amor instintivo, avassalador, eterno, gratuito e
incondicional e infinito.
O
profeta usa imagens poéticas para falar do Amor de Deus: Ele nos ama como uma
Mãe carinhosa e um Pai providente:
“Pode uma mulher
esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas?
E mesmo que ela o esquecesse, Eu não te esqueceria nunca.”
Exorta
o Povo de Deus, no difícil e desolador período final do exílio, a manter a
confiança e a esperança em Deus, reconhecendo Sua solicitude e Seu Amor,
irrevogável e irrenunciável, pelo Seu Povo.
O
Profeta consola um povo cansado, desiludido, e sua mensagem é para que venham a
confiar no Amor de Deus, e todos se coloquem a caminho, para reconstrução e
restauração de Jerusalém.
Cabe ao povo descobrir a presença de Deus na aparente ausência, e a experiência
dramática em que o Povo se encontra torna-se ocasião de confessar a confiança
em Deus e n’Ele colocar a esperança, experimentando a ternura, a
misericórdia, a compaixão e a fidelidade de Deus, que é desde sempre e para
sempre.
Deus
é incapaz de esquecer Seu Povo e Sua Cidade; amando-os ainda mais do que uma
mãe ama seu filho, assim o Profeta compara o Amor de Deus.
Relacionar-se
e corresponder a este Deus, somente assim o futuro tornar-se-á promissor.
Com
a Palavra Divina em seus lábios, faz reacender a chama que não fumega no
coração daquele que crê. Sempre precisamos de Profetas assim.
Quando
tudo parece mais nada, há alguém que nos aponta o Todo Poderoso, o Onipotente,
Aquele que para o qual nada é impossível: “Tudo podemos n’Aquele que nos fortalece” (Fl 4,13).
Quanto
maior for nossa confiança em Deus, tanto mais crescerá nossa responsabilidade.
Também poderemos dizer que a responsabilidade é diretamente proporcional à
confiança que temos em Deus.
Santo
Inácio de Loyola diz de forma límpida e contundente: “devemos confiar como se tudo dependesse de Deus e nos empenhar como se
tudo dependesse de nós.”.
Deste
modo deve ser hoje o Discípulo Missionário do Senhor: alguém que encontrou
Jesus, uma Pessoa que mudou a sua vida, que somente terá sentido e conteúdo,
quando em relacionamento contínuo e íntimo, renovado no Banquete da Eucaristia.
Reflitamos:
-
Como redescobrir, sobretudo nos momentos mais difíceis que possamos passar, o
Amor materno de Deus?
-
Como amar como Deus ama: um amor gratuito e eterno?
-
Apesar de rebelde, Deus continuou a amar Seu Povo. Como corresponder melhor ao
Amor de Deus?
É
preciso trilhar o itinerário quaresmal, fazendo progressos na santidade
desejada, empenhados na construção do Reino, com total confiança em Deus e em
Sua força, com disponibilidade, fidelidade, alegria e com muito amor a fim de
que correspondamos ao Amor Divino que jamais nos falta.
Somente assim, comunicaremos a luz da Fonte de Luz, nas mais
diversas situações obscuras, nas "cavernas sombrias e escuras" de
nossa existência, confiantes de que Deus nos ama e jamais nos abandona
Oremos:
“Fazei ó
Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e Vossa
Igreja Vos possa servir, alegre e tranquila. Por N.S.J.C. na unidade do
Espírito Santo. Amém.”
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