Não nos deixeis cair nas tentações do Maligno (IDTQC)

Não nos deixeis cair nas tentações do Maligno
Com vistas ao aprofundamento da
passagem do Evangelho de Lucas (Mt 4,1-11; Mc 1,12-13; Lc 4,1-13), retomemos
três respostas que muito nos iluminam, sobretudo quando inquietos, por vezes
nos perguntamos - “Por que Deus não
impede que as tentações sejam lançadas sobre nós?”
1º - Orígenes (séc. III), um escritor cristão de grande erudição:
“Deus
não quer impor o bem, quer seres livres [...]. Para alguma coisa serve a
tentação. Ninguém, senão Deus, sabe o que a nossa alma recebeu de Deus, nem nós
próprios.
Mas
a tentação manifesta-o para nos ensinar a conhecermo-nos e desse modo descobrir
a nossa miséria e obrigar-nos a dar graças pelos bens que a tentação nos
manifestou”. (1)
2º - Bispo e Doutor da Igreja, São João Crisóstomo (séc. V):
1º Para que vejamos que Deus nos fez muito
mais fortes;
2º Para que não nos
estimemos excessivamente, com ensoberbecimento pela grandeza do dom que nos foi
conferido, visto que as tentações nos mantêm em humildade;
3º Para que o demônio maligno, duvidando se é
verdade que renunciamos a ele, pela experiência das tentações se confirme que
de tudo nos afastamos;
4º Para que sejamos forjados pela dureza e mais
forte que o ferro;
5º Para que com isto tenhamos a demonstração do
grande tesouro que nos foi confiado.
3º - Bispo e Doutor,
Santo Agostinho (séc. V):
“Como
vencer se não combater, como combater se não formos tentados. Se n’Ele somos
tentados, com Ele também venceremos”. E ainda: "O
Senhor poderia impedir o demônio de aproximar - se dele; mas, se não fosse
tentado, não te daria o exemplo de como vencer na tentação".
Importante
que tenhamos na mente e no coração estas palavras, sobretudo quando ao rezarmos
a Oração Dominical, o “Pai-Nosso”, e suplicarmos: “... e não nos deixeis cair em tentação, mas
livrai-nos do mal”.
Sempre
oportuno lembrar as tentações vencidas por Jesus no deserto: do ter, poder e
ser (acúmulo, dominação e prestígio – respectivamente).
Jesus
venceu o Maligno não somente no deserto, mas em toda a Sua Missão na fidelidade
ao Pai, conduzido e cheio do Espírito Santo, com uma vida marcada, ao contrário
do proposto por Satanás (partilha, serviço e humildade).
Com Ele, também nós devemos resistir ao Maligno, e assistidos pelo
Espírito Santo, também venceremos, em total fidelidade à onipotência do amor do
Pai.
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