sábado, 9 de novembro de 2024

Que nosso coração seja puro e luminoso

                                                           

Que nosso coração seja puro e luminoso

“... Não manches tua alma
com as nódoas do pecado...”

Acolhamos o Sermão do Bispo São Cesário de Arles, quando da Celebração desta Festa da Basílica do Latrão (séc. IV), no dia 09 de novembro.

“Celebramos hoje, irmãos diletos, com exultação jubilosa e com a Bênção de Cristo, o natalício deste templo. Nós, porém, é que temos de ser o verdadeiro templo vivo de Deus. Todavia é com muita razão que os povos cristãos observam com fé a solenidade da Igreja-mãe, por quem reconhecem ter nascido espiritualmente. Pois pelo primeiro nascimento éramos vasos da ira de Deus; pelo segundo, foi-nos dado ser vasos da Sua misericórdia. O primeiro nascimento lançou-nos na morte; e o segundo, chamou-nos de novo à vida.

Todos nós, caríssimos, antes do Batismo fomos templos do demônio; depois do Batismo, obtivemos ser templos de Cristo. E se meditarmos com atenção sobre a salvação de nossa alma, reconheceremos que somos o verdadeiro templo vivo de Deus. Deus não habita somente em construções de mão de homem (At 17,24) nem em casa feita de pedras e madeira; mas principalmente na alma feita à imagem de Deus e edificada por mãos deste Artífice. Desse modo pôde São Paulo dizer: O templo de Deus, que sois vós, é santo (1Cor 3,17).

E já que Cristo, quando veio, expulsou o diabo de nossos corações para preparar um templo para Si, quanto pudermos, esforcemo-nos com Seu auxílio para que em nós não sofra injúria por nossas más obras. Pois quem proceder mal, faz injúria a Cristo. Como disse acima, antes que Cristo nos redimisse, éramos casa do diabo; depois foi-nos dado ser casa de Deus. Deus Se dignou fazer de nós Sua casa.

Por isso, diletos, se queremos celebrar na alegria o natalício do templo, não devemos destruir em nós, pelas obras más, os templos vivos de Deus. E falarei de modo que todos compreendam: cada vez que entramos na igreja, queremos encontrá-la tal como devemos dispor nossas almas.

Queres ver bem limpa a Basílica? Não manches tua alma com as nódoas do pecado. Se desejas que a Basílica seja luminosa, também Deus quer que tua alma não esteja em trevas, mas que em nós brilhe a luz das boas obras, como disse o Senhor, e seja glorificado Aquele que está nos céus. Do mesmo modo como tu entras nesta Igreja, assim quer Deus entrar em tua alma, conforme prometeu: E habitarei e andarei entre eles (cf. Lv 26,11.12)”.

Basílica do Latrão foi “... um dos primeiros templos que os cristãos puderam erguer depois da época das perseguições. Foi consagrada pelo Papa Silvestre no dia 9 de novembro de 324. 

A festa, que a princípio era celebrada apenas em Roma, passou a ser festa universal no rito romano, em honra dessa Igreja chamada 'Mãe e Cabeça de todas as Igrejas de Roma e de todo o mundo' (Urbis et orbis), como sinal de amor e de unidade para com a Cátedra de São Pedro. A história desta Basílica evoca a chegada à fé de milhares de pessoas que ali receberam o Batismo”.

Tomemos consciência de nossa condição pecadora e na acolhida da misericórdia e luz divinas que nos purificam e nos iluminam, e também para que nos tornemos menos impuros para acolhida de Deus em nós, uma vez que o Batismo nos torna templos de Deus.

Acompanhe-nos, todos os dias,  a Oração, a vigilância, a conversão e a penitência a para que sejamos pedras vivas na Igreja, tendo Cristo como a Pedra principal, e os Apóstolos como seus fundamentos.

Sejamos uma comunidade eclesial, onde favoreça o encontro pessoal com o Senhor, num processo de formação permanente, para que vivendo a dimensão missionária não nos omitamos no anúncio do Evangelho a todos os povos.

Purifiquemos nosso coração, pois como o próprio Senhor disse no Sermão da Montanha: “Bem -aventurados os puros de coração porque verão a Deus” (Mt 5,8).

Um canto para finalizar:

“Senhor, quem entrará no Santuário para te louvar?
Quem tem as mãos limpas e o coração puro...”

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