quarta-feira, 27 de novembro de 2024

“Deus vive na cidade”

                                                          

“Deus vive na cidade”

“Eis a tenda de Deus com os homens. Ele habitará com eles;
eles serão o Seu povo, e Ele, Deus-com-eles, será o seu Deus”.
(Ap 21, 3)

Reflitamos sobre a vocação do discípulo missionário do Senhor, à luz do que nos disseram os Bispos na Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe, em Aparecida (2007):

“A fé nos ensina que Deus vive na cidade, em meio às suas alegrias, desejos e esperanças, como também em meio às suas dores e sofrimentos. As sombras que marcam o cotidiano das cidades, como exemplo violência, pobreza, individualismo e exclusão, não nos podem impedir que busquemos e contemplemos o Deus da vida também nos ambientes urbanos.

As cidades são lugares de liberdade e oportunidade. Nelas, as pessoas têm a possibilidade de conhecer mais pessoas, interagir e conviver com elas. Nas cidades é possível experimentar vínculos de fraternidade, solidariedade e universalidade. Nelas, o ser humano é constantemente chamado a caminhar sempre mais ao encontro do outro, conviver com o diferente, aceitá-lo e ser aceito por ele.” (DAP - n.514).

Deste modo, as sombras, a obscuridade do cotidiano (violência, pobreza, individualismo, exclusão...), não são suficientes para ocultar a presença divina, através daqueles que, impulsionados pela fé, esperança e caridade, comprometem-se com um mundo novo, com um novo céu e uma nova terra, a nova Jerusalém. O autor do Livro do Apocalipse nos diz:

“Eis a tenda de Deus com os homens. Ele habitará com eles; eles serão o Seu povo, e Ele, Deus-com-eles, será o seu Deus. Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram!” (Ap 21,3-4).

Urge que vivamos nossa vocação batismal, na fidelidade a Deus, que vive na cidade, com suas marcas, contrastantes (elites econômicas, sociais e políticas, a classe média em seus diferentes níveis, e a grande multidão dos pobres), que fazem multiplicar os clamores que sobem aos céus, incessantemente, e Ele espera de nós sagrados compromissos de superação para uma nova realidade.

Entretanto, nossa vocação somente será fecunda e sinal do Reino, se, com a luz do Espírito Santo, que nos dá sabedoria para vivermos coerentemente a Palavra e os Preceitos Divinos, colocando em prática o Projeto das Bem-Aventuranças, que Jesus nos comunicou, no monte Tabor, anunciando e testemunhando Sua presença entre nós.

E ainda que por si não resolva todos os problemas, a proximidade das eleições nos oferece o desafio de viver a vocação política na cidade, empenhados em que esta seja mais humana e fraterna, pois, afinal, Deus vive nela e conta conosco para transformá-la.

Se desafios não nos faltam, muitos também são os instrumentos que podem nos ajudar no revigoramento da nossa vocação, como resposta a Deus que nos ama, chama, acompanha e fortalece. Dentre eles, a vivência das obras de misericórdia corporais e espirituais.

Sigamos em frente, em estado permanente de missão, evangelizando a nossa cidade com amor, zelo e alegria, nutridos pela força que encontramos nas Mesas Sagradas da Palavra e da Eucaristia.

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