Renovemos a Esperança
É sempre necessário o aprofundamento da virtude teologal da esperança, que nos leva ao desejo do Reino dos céus e da vida eterna, como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos no socorro da graça do Espírito Santo, e não apenas em nossas forças.
Retomemos, portanto, para este aprofundamento, alguns parágrafos do Catecismo da Igreja Católica.
Esta virtude corresponde ao desejo de felicidade que Deus colocou no coração de todo o homem; assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens, purifica-as e ordena-as para o Reino dos céus.
Ela também protege contra o desânimo; sustenta no abatimento; dilata o coração na expectativa da bem-aventurança eterna, de modo que o ânimo que a esperança dá, preserva do egoísmo e conduz à felicidade da caridade.
A esperança cristã, por sua vez, retorna e realiza a esperança do Povo eleito, que tem a sua origem e modelo na esperança de Abraão, o qual, em Isaac, foi cumulado das promessas de Deus e purificado pela provação do sacrifício: – “Contra toda a esperança humana, Abraão teve esperança e acreditou. Por isso, tornou-se pai de muitas nações” (Rm 4, 18).
As Bem-Aventuranças desde o princípio presente nas pregações de Jesus, elevam a nossa esperança para o céu, como nova terra prometida e aponta o caminho através das provações que aguardam os discípulos de Jesus.
O Apóstolo Paulo também nos faz compreender que, pelos méritos do mesmo Jesus Cristo e da Sua paixão, Deus nos guarda na “esperança que não engana” (Rm 5, 5), e assim escreveu a Tito: - “O Espírito Santo, que Ele derramou abundantemente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador, para que, justificados pela Sua graça, nos tornássemos, em esperança, herdeiros da vida eterna” (Tt 3, 6-7).
Ainda nos diz o Apóstolo, que ela é arma que nos protege no combate da Salvação: “Revistamo-nos com a couraça da fé e da caridade, com o capacete da esperança da salvação” (1 Ts 5, 8). Proporciona-nos alegria, mesmo no meio da provação: “alegres na esperança, pacientes na tribulação” (Rm 12, 12)
O autor da Epístola aos Hebreus, por sua vez, exorta: –“Conservemos firmemente a esperança que professamos, pois Aquele que fez a promessa é fiel” (Hb 10, 23), e esta é “a âncora da alma, inabalável e segura” que penetra [...] “onde entrou Jesus como nosso precursor” (Hb 6, 19-20).
Ela se exprime e se nutre na oração, particularmente na oração do Pai-Nosso que o Senhor nos ensinou, resumo de tudo o que a esperança nos faz desejar.
Podemos nutrir a esperança da glória do céu prometida por Deus àqueles que O amam e fazem a sua vontade.
Em todas as circunstâncias, ainda que marcada por adversidades, devemos esperar contando com a graça de Deus e permanecer fiel até o fim (Mt 10,22), e alcançar a alegria do céu, como eterna recompensa de Deus pelas boas obras realizadas.
Finalizemos com as palavras de Santa Teresa de Jesus:
“Espera, espera, que não sabes quando virá o dia nem a hora. Vela com cuidado, que tudo passa com brevidade, embora o teu desejo faça o certo duvidoso e longo o tempo breve. Olha que quanto mais pelejares, mais mostrarás o amor que tens a teu Deus, e mais te regozijarás com teu Amado em gozo e deleite que não pode ter fim”.
Fonte de pesquisa: Catecismo da Igreja Católica – n.1817-1821
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