Mulheres revestidas de força e dignidade comprometidas com um mundo novo
Urge que sejamos fortalecidos(as), para que consigamos avançar e fortalecer as lutas de todas as mulheres em busca de uma sociedade mais justa e fraterna, promovendo a superação a precarização da realidade do mundo do trabalho; empenhados contra toda a fome e forma de violência, como nos propõe o Tema desta Cartilha, tendo como inspiração bíblica a passagem do Livro dos Provérbios – “Vista-se de força e dignidade (Pr 31,25).
Fundamental que seja reconhecida a dignidade e a participação da mulher na família e na vida da Igreja e na sociedade, como nos propõe a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe – Aparecida – 2007 (parágrafos 451-458).
A antropologia cristã ressalta a igual identidade entre homem e mulher, em razão de terem sido criados à imagem e semelhança de Deus, e o Mistério da Trindade nos convida a viver uma comunidade de iguais na diferença.
Neste sentido, é significativa a prática de Jesus, em que ressalta a dignidade da mulher e o seu indiscutível valor. Uma prática fundamental para nosso contexto, marcado pelo machismo que ainda prepondera.
- Jesus falou com elas (cf. Jo 4,27);
- teve singular misericórdia com as pecadoras (cf. Lc 7,36- 50; Jo 8,11);
- foram curadas por Jesus (cf. Mc 5,25-34);
- reivindicou a dignidade delas (cf. Jo 8,1-11);
- as escolheu como primeiras testemunhas de Sua Ressurreição (cf. Mt 28,9-10);
- foram incorporadas ao grupo de pessoas que lhe eram mais próximas (cf. Lc 8,1-3).
Ressalta-se, de modo muito especial, a figura de Maria, discípula por excelência entre discípulos, fundamental na recuperação da identidade da mulher e de seu valor na Igreja, que através do Canto do Magnificat, revelou-se como mulher capaz de se comprometer com sua realidade, e diante dela ter voz profética, testemunha das virtudes divinas da fé, esperança e caridade, bem como movidas pelas virtudes cardeais (prudência, justiça, fortaleza e temperança.
Tendo Maria e tantas outras mulheres da Sagrada Escritura como exemplo de fidelidade e compromisso com o Projeto de Deus, é preciso escutar o clamor, muitas vezes silenciado, de mulheres que são submetidas a muitas formas de exclusão e de violência em todas as etapas de suas vidas: as mulheres pobres, indígenas e afro-americanas têm sofrido dupla marginalização.
Fundamental que fortaleçamos a participação plena das mulheres na vida eclesial, familiar, cultural, social e econômica, criando espaços e estruturas que favoreçam maior inclusão; sem deixar de reconhecer o seu insubstituível papel no lar, na educação dos filhos e na transmissão da fé.
Unamo-nos, à Mulheres verdadeiramente Pascais, testemunhas corajosas do Ressuscitado, que sejam a expressão das palavras do Bispo e Doutor Santo Agostinho (séc. V):
“Viver bem é amar a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todo o proceder [...], de tal modo que se lhe dedica um amor incorrupto e íntegro (pela temperança), que mal algum poderá abalar (fortaleza), que a ninguém mais serve (justiça), que cuida de discernir todas as coisas para não se deixar surpreender pela astúcia e pela mentira (prudência)” .
Deste modo, veremos um novo amanhecer com marcas de dignidade e vida plena para todos e todas, prefigurando a realidade do Reino de Deus entre nós.
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