quinta-feira, 1 de agosto de 2024

O indizível Amor de Deus

                                                      

O indizível Amor de Deus

Celebramos no dia primeiro de agosto, a Memória de Santo Afonso Maria de Ligório, Bispo (séc. XVII), e a Liturgia das Horas nos apresenta um texto de suas obras, que nos fala sobre o que há de mais fundamental na vida cristã: o amor a Jesus Cristo.

“Toda santidade e perfeição consiste no amor a Jesus Cristo, nosso Deus, nosso sumo bem e nosso redentor. É a caridade que une e conserva todas as virtudes que tornam o homem perfeito.

Será que Deus não merece todo o nosso amor? Ele nos amou desde toda a eternidade. ‘Lembra-te, ó homem, – assim nos fala – que fui Eu o primeiro a te amar. Tu ainda não estavas no mundo, o mundo nem mesmo existia, e Eu já te amava. Desde que sou Deus, Eu te amo’.

Deus, sabendo que o homem se deixa cativar com os benefícios, quis atraí-lo ao Seu Amor por meio de Seus dons. Eis por que disse:  'Quero atrair os homens ao meu Amor com os mesmos laços com que eles se deixam prender, isto é, com os laços do amor'.

Tais precisamente têm sido todos os dons feitos por Deus ao homem. Deu-lhe uma alma dotada, à Sua imagem, de memória, inteligência e vontade; deu-lhe um corpo provido de sentidos; para ele criou também o céu e a terra com toda a multidão de seres; por Amor do homem criou tudo isso, para que todas as criaturas servissem ao homem e o homem, em agradecimento por tantos benefícios, O amasse.

Mas Deus não Se contentou em dar-nos tão belas criaturas. Para conquistar todo o nosso amor, foi ao ponto de dar-Se a Si mesmo totalmente a nós. O Pai eterno chegou ao extremo de nos dar Seu único Filho. Vendo-nos a todos mortos pelo pecado e privados de Sua graça, que fez Ele?

Movido pelo imenso, ou melhor – como diz o Apóstolo – pelo seu demasiado Amor, enviou Seu amado Filho, para nos justificar e nos restituir a vida que havíamos perdido pelo pecado.

Ao dar-nos o Filho, a quem não poupou para nos poupar, deu-nos com Ele todos os bens: a graça, a caridade e o paraíso. E porque todos estes bens são certamente menores do que o Filho, Deus, que não poupou a Seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos daria tudo junto com Ele? (Rm 8,32)".

Somos remetidos à passagem do Evangelho de João:

"Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o
Seu Filho único, para que todo o que n’Ele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16).

Contemplemos e correspondamos com palavras e obras ao imensurável, indescritível e  indizível Amor de Deus. 
Amemo-Lo como Ele nos ama, o quanto mais possamos. Amém.

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