No sábado da 20ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho (Mt 23,1-12), em que refletimos sobre algumas exigências do ser cristão: seriedade, verdade, coerência e o irrenunciável compromisso com o Reino.
É sempre necessário nos questionarmos sobre possíveis posturas farisaicas que possam estar presentes em nossa conduta: domínio e monopólio da verdade, incoerência, exibicionismo e insensibilidade ao amor e à misericórdia.
No confronto de Jesus com o farisaísmo, Ele reconhece que são sérios e bem intencionados, mas são fundamentalistas no cumprimento da Lei, acompanhado do desprezo do próximo.
Esqueciam o essencial, o amor e a misericórdia. Os fariseus detinham em suas mãos a interpretação e a aplicação da Lei, mas pelo viver transparecia a sua incoerência. A escravidão à Lei os desqualifica diante dos pequenos, acrescido do exibicionismo próprio dos fariseus lhes manchava a imagem e a honra.
Afastando-se do essencial, afastam-se da verdadeira fraternidade, não vivem o amor e o serviço que devem consistir todo o existir daquele que a Deus teme, pois passam a tratar o outro com diferenças e esvaziam uma verdade tão bela: somos todos iguais em dignidade diante d’Aquele que nos criou.
Reflitamos:
- Os fariseus falavam muito bem e nada faziam. Quais são os erros farisaicos presentes em nossas comunidades?
- Como eliminar o espírito farisaico que pode se fazer presente em nossas relações comunitárias e até mesmo sociais?
- O que fazer para recuperar a alegria e a serenidade no testemunho de nossa fé cristã?
- Impomos ou somos uma carga pesada sobre o outro com quem nos relacionamos e convivemos, a exemplo dos fariseus no Evangelho mencionado?
Voltemos ao “Primeiro Amor”, Jesus, numa fecunda prática religiosa:
“Os profissionais do sagrado estão sempre expostos a uma tentação: ter na Igreja uma competência doutrinal; tratar continuamente das coisas de Deus, mas chegar tarde ao encontro com o próprio Senhor; enfeitar a moldura e não olhar para o Seu rosto...
O obstáculo a superar é uma certa familiaridade com a fé e com os Sacramentos, que não é aquela de quem adora ama e encontra o Senhor no terreno fértil da humildade e do assombro perante o Seu Mistério infinito, mas é a familiaridade alterada pela superficialidade, pelo desinteresse, quando se trata de testemunhar, pela indiferença perante o tesouro escondido num campo e a pérola de grande valor, que não nos surpreendem já como antes (Mt 13,44-46).” (1)
Voltemo-nos ao “Primeiro Amor”!
(1) Lecionário Comentado - Tempo Comum – Vol. II - Giuseppe Casarin - Paulus
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