quinta-feira, 11 de julho de 2024

Porta e portais se abram ao Senhor

                                                   

Porta e portais se abram ao Senhor

“Eis que estou à porta, e bato;
se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta,
entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”. (Ap 3,20)

A Liturgia das Horas nos apresenta um Comentário sobre o Salmo 118, escrito pelo Bispo Santo Ambrósio, que nos recorda que somos templos divinos, e precisamos abrir as portas e portais ao Senhor, para que venha fazer morada.

“’Eu e o Pai viremos e faremos nele nossa morada’. Franqueia, então, a tua porta ao que vem, abre tua alma, alarga o íntimo de tua mente para veres as riquezas da simplicidade, os tesouros da paz, a doçura da graça.

Dilata o coração e corre ao encontro do sol, da eterna luz, ‘a que ilumina a todo homem’. Esta luz verdadeira brilha para todos. Mas, se alguém fecha as janelas, priva-se da eterna luz. Assim também Cristo é repelido se fechas a porta de teu espírito. Embora possa entrar, não quer ser importuno, não quer entrar à força. Recusa-Se a usar de coação!

Nascido da Virgem, Ele saiu do seio, irradiando luz sobre o mundo inteiro, refulgindo para todos. Os que desejam, acolhem a claridade inextinguível que noite alguma interrompe. Pois à do sol que vemos diariamente, sucede a noite escura; mas o sol da justiça jamais se põe, porque à sabedoria não sucede a maldade.

Feliz aquele a cuja porta Cristo bate. Nossa porta é a fé, que, quando sólida, defende a casa toda. Por esta porta Cristo entra. Daí dizer a Igreja no Cântico: ‘A voz de meu irmão bate à porta’. Escuta o que bate, escuta o que deseja entrar: ‘Abre para mim, minha irmã esposa, minha pomba, minha perfeita, porque tenho a cabeça coberta de orvalho e meus cabelos, das gotas da noite’.

Observa que o Deus Verbo bate à porta principalmente quando sua cabeça está coberta de orvalho noturno. Digna-Se visitar os atribulados e tentados, para que não sucumbam às amarguras. A cabeça cobre-se de orvalho e de gotas quando o corpo sofre. Importa, portanto, vigiar para não ficar excluído à chegada do Esposo. Se dormes e o teu coração não vigia, afasta-se antes de bater. Se o teu coração está vigilante, bate e pede ser-lhe aberta a porta.

Possuímos a porta de nossa alma, possuímos também portais sobre os quais se diz: ‘Levantai, príncipes, vossos portais, erguei-vos, portas eternas, e entrará o Rei da glória’. Se quiseres levantar os portais de tua fé, entrará em ti o Rei da glória, trazendo a vitória de Sua paixão. Tem também portas a justiça. Delas lemos o que disse o Senhor Jesus por meio de Seu profeta: ‘Abri-me as portas da justiça’.

Há quem tenha portas, há quem tenha portais. A essas portas Cristo bate, bate aos portais. Abre, então, para Ele; quer entrar, quer encontrar vigilante a Esposa”.

É preciso que abramos a porta e portais de nossa fé ao Senhor, para que nossa alma seja iluminada, e não nos percamos nos caminhos escuros que a vida nos apresenta.

Quando abrimos a caverna escura de nossa existência ao Senhor, e nos abrimos ao Seu Plano e Projeto de amor, há o encontro conosco mesmos, e ao mesmo tempo com Ele.

Da mesma forma, é preciso estar vigilantes para a chegada do Senhor, que baterá à nossa porta, para entrar e cear conosco, como nos falou o Autor do Livro do Apocalipse:

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”. (Ap 3,20).

Felizes seremos com a chegada do Senhor, que veio, vem e virá, e como não sabemos nem o dia e nem a hora, importa sempre vigiar.

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