Síntese da mensagem do Santo Padre Francisco para o
LXI Dia Mundial de Oração pelas Vocações
O
LXI Dia Mundial de Oração pelas Vocações 2024, celebrado no quarto domingo de
Páscoa, tem como o tema “Chamados a semear a esperança e a construir a paz”, com
as marcas da sinodalidade: há muitos carismas e somos chamados a nos escutar
reciprocamente e caminhar juntos para descobrir discernindo aquilo a que nos
chama o Espírito para o bem de todos -
“...no momento histórico presente, o caminho comum conduz-nos para o Ano
Jubilar de 2025.
Caminhamos como peregrinos de
esperança rumo ao Ano Santo, para, na descoberta da própria vocação e pondo em
relação os diversos dons do Espírito, podermos ser no mundo portadores e
testemunhas do sonho de Jesus: formar uma só família, unida no amor de Deus e
interligada pelo vínculo da caridade, da partilha e da fraternidade.”
Em
sua mensagem, o Papa Francisco nos convida a considerar o precioso dom da
chamada que o Senhor dirige a cada um de nós, Seu povo fiel a caminho, pois
dá-nos a possibilidade de tomar parte no Seu projeto de amor e encarnar a
beleza do Evangelho nos diferentes estados de vida.
Dia
favorável para recordar, com gratidão, diante do Senhor o compromisso fiel, cotidiano
e muitas vezes escondido daqueles que abraçaram uma vocação que envolve toda a
sua vida:
-
mães e pais que não olham primeiro para si mesmos, nem seguem a tendência de um
estilo superficial, mas organizam a sua existência cuidando das relações com
amor e gratuidade, abrindo-se ao dom da vida e pondo-se ao serviço dos filhos e
seu crescimento;
-
aqueles que realizam, dedicadamente e em espírito de colaboração, o seu
trabalho;
-
aqueles que, em diferentes campos e de vários modos, se empenham por construir
um mundo mais justo, uma economia mais solidária, uma política mais equitativa,
uma sociedade mais humana, isto é, em todos os homens e mulheres de boa vontade
que se dedicam ao bem comum;
-
pessoas consagradas, que oferecem a sua existência ao Senhor quer no silêncio
da oração quer na atividade apostólica, às vezes na linha de vanguarda e sem
poupar energias, servindo com criatividade o seu carisma e colocando-o à
disposição de quantos encontram;
-
aqueles que acolheram a chamada ao sacerdócio ordenado, se dedicam ao anúncio
do Evangelho, repartem a sua vida – juntamente com o Pão Eucarístico – pelos
irmãos, semeiam esperança e mostram a todos a beleza do Reino de Deus;
-
aos jovens, especialmente a quantos se sentem distantes ou olham a Igreja com
desconfiança, exorta para que se deixem fascinar por Jesus Cristo.
Dia
especial para elevar orações implorando ao Pai o dom de santas vocações para a
edificação do Seu Reino: «Rogai ao dono
da messe que mande trabalhadores para a Sua messe» (Lc 10, 2).
Pôr-se
a caminho como peregrinos da esperança, cientes de que “...o nosso caminho sobre esta
terra nunca se reduz a uma labuta sem objetivo nem a um vaguear sem meta; pelo
contrário, cada dia, respondendo à nossa chamada, procuramos realizar os passos
possíveis rumo a um mundo novo, onde se viva em paz, na justiça e no amor.
Somos peregrinos de esperança, porque tendemos para um futuro melhor e
empenhamo-nos na sua construção ao longo do caminho.
Esta
é a finalidade de cada vocação: “tornar-se
homens e mulheres de esperança. Como indivíduos e como comunidade, na variedade
dos carismas e ministérios, todos somos chamados a «dar corpo e coração» à
esperança do Evangelho neste mundo marcado por desafios epocais: o avanço
ameaçador duma terceira guerra mundial aos pedaços, as multidões de migrantes
que fogem da sua terra à procura dum futuro melhor, o aumento constante dos
pobres, o perigo de comprometer irreversivelmente a saúde do nosso planeta...”
Por
isso, é decisivo “para nós cristãos,
cultivar um olhar cheio de esperança no nosso tempo, para podermos trabalhar
frutuosamente respondendo à vocação que nos foi dada ao serviço do Reino de
Deus, Reino do amor, de justiça e de paz. Esta esperança – assegura-nos São
Paulo – «não engana» (Rm 5, 5)
Como
peregrinos da esperança e construtores de paz, fundar a própria existência
sobre a rocha da ressurreição de Cristo, sabendo que todos os nossos
compromissos, na vocação que abraçamos e levamos por diante, não caiem no vazio,
com a necessária coragem de se envolver, despertados do sono e saindo da
indiferença.
Concluo com as palavras do Papa Francisco - “Levantemo-nos, pois, e ponhamo-nos a caminho como peregrinos de
esperança, para que também nós, como fez Maria com Santa Isabel, possamos
comunicar boas-novas de alegria, gerar vida nova e ser artesãos de fraternidade
e de paz.”
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