Santa Maria Madalena:
Que amor, que amizade invejável!
Na terça-feira da oitava da Páscoa, ouvimos a passagem do Evangelho (Jo 20,11-18), e proclamado, também, dia 22 de julho, quando celebramos a Memória de Santa Maria Madalena.
Maria Madalena foi mencionada entre os discípulos de Cristo, esteve presente ao pé da Cruz e mereceu ser a primeira a ver o Redentor Ressuscitado, na madrugada da Ressurreição (Mc 16,9).
Através da Homilia do Papa São Gregório Magno (séc. VI), revemos como Maria Madalena sentia o desejo de encontrar a Cristo, que julgava ter sido roubado, e assim renovemos mesmo amor pelo Cristo Ressuscitado.
“Maria Madalena, tendo ido ao sepulcro, não encontrou o corpo do Senhor. Julgando que fora roubado, foi avisar aos discípulos. Estes vieram também ao sepulcro, viram e acreditaram no que a mulher lhes dissera.
Sobre eles está escrito logo em seguida: Os discípulos voltaram então para casa (Jo 20,10). E depois acrescenta-se: Entretanto, Maria estava do lado de fora do túmulo chorando (Jo 20,11).
Este fato leva-nos a considerar quão forte era o amor que inflamava o espírito dessa mulher, que não se afastava do túmulo do Senhor, mesmo depois de os discípulos terem ido embora.
Procurava a quem não encontrara, chorava enquanto buscava e, abrasada no fogo do seu amor, sentia ardente saudade d'Aquele que julgava ter sido roubado. Por isso, só ela O viu então, porque só ela O ficou procurando.
Na verdade, a eficácia das obras está na perseverança, como afirma também a voz da Verdade: Quem perseverar até o fim, esse será salvo (Mt 10,22).
Ela começou a procurar e não encontrou nada; continuou a procurar, e conseguiu encontrar.
Os desejos foram aumentando com a espera, e fizeram com que chegasse a encontrar. Pois os desejos santos crescem com a demora; mas se diminuem com o adiamento, não são desejos autênticos.
Quem experimentou este amor ardente, pode alcançar a verdade. Por isso afirmou Davi: Minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus? (Sl 41,3). Também a Igreja diz no Cântico dos Cânticos: Estou ferida de amor (Ct 5,8). E ainda: Minha alma desfalece (Ct 5,6).
Mulher, por que choras? A quem procuras? (Jo 20,15). É interrogada sobre o motivo de sua dor, para que aumente o seu desejo e, mencionando o nome de quem procurava, se inflame ainda mais o seu amor por Ele.
Então Jesus disse: Maria (Jo 20,16). Depois de tê-la tratado pelo nome comum de mulher sem que ela o tenha reconhecido abertamente: Reconhece Aquele por quem és reconhecida. Não é entre outros, de maneira geral, que te conheço, mas especialmente a ti.
Maria, chamada pelo próprio nome, reconhece quem lhe falou; e imediatamente exclama: Rabuni, que quer dizer Mestre (Jo 20,16).
Era Ele a quem Maria Madalena procurava exteriormente; entretanto, era Ele que a impelia interiormente a procurá-Lo.” (1)
Santa Maria Madalena: que amor, que amizade!
Imitemo-la!
Procuremo-Lo!
Que nosso amor e amizade pelo Senhor
seja de tamanha intensidade e profundidade,
que O testemunhemos Vivo e Ressuscitado,
com renúncias quotidianas necessárias,
na fidelidade plena no carregar de nossa cruz!
Eis o verdadeiro amor que haveremos de
testemunhar por Cristo Jesus!
Aleluia! Aleluia!
Aleluia! Aleluia!
(1) Liturgia das Horas – Vol. III - pág. 1435-1436.
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