O Senhor é a nossa luz! Não há porque temer
A Liturgia da Palavra da quarta-feira da 4ª Semana da Páscoa nos apresenta as seguintes Leituras: At 12,24-13,5a; Sl 66,2-3.5-8 e Jo 12,44-50.
Na passagem do Evangelho, Jesus Se apresenta como a luz do mundo, enviado pelo Pai. É esta luz que Barnabé e Saulo (primeira Leitura) foram escolhidos e enviados para anunciar.
Oportuna esta afirmação para aprofundarmos nossa reflexão:
“É nos pedido que acreditemos que Jesus está do nosso lado: Não vim condenar o mundo, mas para salvar o mundo” (Jo 12,47). Rejeitando esta âncora de Salvação, não podemos deixar de nos condenarmos a uma existência insatisfeita, autoexcluindo-nos da alegria.
Pode acontecer que a espessura das trevas (rancores, inimizades, falhanços, frustrações) torne mais pesada a nossa vida a ponto de nos tornar incapazes de pronunciar mesmo só a palavra ‘acredito’: acredito em Vós, Jesus.
Nestas circunstâncias conforta-nos a certeza de que o Amor de Deus é de tal modo tenaz que consegue projetar um forte feixe de luz através de uma pequena fresta.
Jesus apoiou sem dúvida a sincera confissão de um pai: ‘Senhor, eu creio, mas ajuda a minha falta de fé’ (Mc 9, 24).” (1)
O Tempo Pascal é marcado pelo intenso e profundo transbordamento da alegria, como rezamos nas Orações e, de modo especial, no Prefácio da Santa Missa.
A alegria transborda no coração daquele que crê e não ruma mais em direção ao túmulo, mas para a Mesa da Páscoa, para a Mesa do Banquete da Eucaristia e da Palavra, no desejo de um dia contemplar a Face de Deus no Banquete Eterno e Celestial (1Jo 3,2b).
Sentimos a presença de Jesus ao nosso lado, como quando estava com os discípulos de Emaús. Estamos moldando a nossa vida pelo Mistério da Palavra proclamada. A cada Missa acolhendo e afirmando nossa fé na “ancora da Salvação”, o Cristo Ressuscitado, na escuta e testemunho de Sua Palavra.
A Páscoa traz sempre novo gosto pela vida. Nossas forças são renovadas, nossa existência ganha em beleza, plenitude de graça e luz, é nos cumulada no coração, para que em pequenos ou grandes sinais possamos comunicar e transbordar esta alegria que ninguém pode nos roubar.
A “espessura das trevas”, ou seja, a somatória dos sofrimentos, desafios, dificuldades pelas quais possamos passar, não serão mais fortes que a força que nos vem do Cristo Glorioso, Vitorioso, Ressuscitado.
Cremos que o Amor de Deus é sempre surpreendente. Quando já não parece mais haver esperança, Deus a faz renascer.
Quando a chama do amor parece se apagar, é reacesa e inflamada com a Chama Eterna do Fogo do Espírito. Quando a fé parece esmorecer e diluir pelo Mistério de Paixão e Morte, ressuscita, renova, fortalece, substancia-se, enormemente, no mais profundo de nossa alma e coração.
Acolhamos no mais profundo de nós o Amor de Deus tão tenaz (persistente, inextinguível e vigoroso...).
Na menor fresta que Deus possa encontrar na janela de nossa alma, que Ele invada com a luz do Seu Espírito, para que vivamos a vida nova daqueles que no Ressuscitado creem.
Firmemos nossos passos acolhendo a “âncora de nossa Salvação”, Jesus. O céu é possível para quem n’Ele viver e crer.
Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé...
Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé...
(1) Lecionário Comentado – Editora Paulus – Lisboa - pág. 506-509.
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