Ninguém pode reter a ação do Espírito de Deus
“Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu
nome para depois falar mal de mim. Quem não é
contra nós é a nosso favor” (Mc 9, 39-40).
Reflexão à luz da
passagem do Evangelho de Marcos (Mc 9,38-40, sobre a ação divina que não pode
ser controlada por ninguém: o Espírito de Deus sopra onde e quando
quiser.
Urge superar toda forma
de arrogância, ciúmes em relação à ação de Deus e ainda, arrancar, de dentro de
nós, tudo o que não constrói o Reino de Deus.
É preciso cortar todo
egoísmo, autossuficiência que destroem a vida, porque o fim dos injustos é a “geena”, o inferno, a ausência do Amor de
Deus, a condenação de viver sem o amor que foi rejeitado:
“O Espírito é capaz de
soprar e de fazer palpitar os corações também noutros locais, como nas
mesquitas, nas sinagogas, nos areópagos, no templo que nós chamamos e nos
parece pagão. Deveríamos, por isso, pedir ao Senhor, a graça de aprender a
alegrarmo-nos pelo bem, onde quer que ele se concretize, de nos alegrarmos por
todo o bem, sem nos importarmos com quem o pratica: seja pequeno ou crescido;
seja jovem ou ancião; seja leigo ou consagrado; seja infeliz ou afortunado;
seja doente ou saudável; seja alguém que se abre para a vida ou alguém que está
para prestar contas com Aquele que generosamente lha concedeu”. (1)
Vemos que não é próprio
dos discípulos do Senhor atitudes que revelem arrogância, sectarismos,
intransigência, intolerância, presunção, ciúmes, mesquinhez, pretensão de
monopolização do próprio Jesus e Sua Boa Nova:
“João e os outros discípulos não
conseguiram ainda pensar segundo a lógica de Jesus, Seu Mestre, a qual é para
Ele, na perspectiva da Cruz, lógica de serviço e de humilde diaconia. Preferem
nesse momento a lógica espalhada e exclusiva do sectarismo e da separação, ou
seja, pretendem ter o exclusivo e o monopólio da Salvação” (2).
Reflitamos:
- O que precisamos cortar para superar qualquer sombra de dominação e monopólio
do Espírito e melhor nos colocarmos a serviço dos últimos?
- Quais são as
verdadeiras motivações no trabalho que realizamos em nossa Pastoral, em nossa
Comunidade?
- Onde e quando
percebemos a ação de Deus além dos limites de nossa comunidade?
- Quais pessoas
que professam uma crença diferente da nossa e nas quais contemplamos também a
ação de Deus?
- Percebemos a
manifestação e ação do Espírito onde, quando e em quem Ele bem quer?
Renovemos nossa alegria
de viver como instrumentos nas mãos de Deus, para maior fidelidade ao Projeto
que Jesus inaugurou, a Boa-Nova do Reino, com a força e ação do Espírito, sem
jamais termos a pretensão de exaurir Suas forças, detê-Lo, monopolizá-Lo.
Alegremo-nos com a inesgotável ação e
presença do Espírito, que move a História, dentro e fora da própria Igreja.
Oremos:
Ó Deus, dai-nos a graça, como discípulos missionários do Senhor,
contemplar e nos alegrar com a ação do Vosso Espírito, que age em quem, quando
e onde quiser promovendo a vida, fazendo suscitar brotos de esperança onde nada
mais parece possível; ainda que não professando a mesma fé que professamos, mas
vivendo a caridade que não conhece fronteiras. Amém.
(1) Lecionário
Comentado - Editora Paulus - Lisboa - pág. 443.
(2) Idem pág.
441.
“Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu
nome
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