domingo, 29 de setembro de 2024

Ninguém pode reter a ação do Espírito de Deus (26/02)

 


Ninguém pode reter a ação do Espírito de Deus
 
“Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome
 para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor” (Mc 9, 39-40).
 
Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Marcos (Mc 9,38-40, sobre a ação divina que não pode ser controlada por ninguém: o Espírito de Deus sopra onde e quando quiser.  
 
Urge superar toda forma de arrogância, ciúmes em relação à ação de Deus e ainda, arrancar, de dentro de nós, tudo o que não constrói o Reino de Deus.
 
É preciso cortar todo egoísmo, autossuficiência que destroem a vida, porque o fim dos injustos é a “geena”, o inferno, a ausência do Amor de Deus, a condenação de viver sem o amor que foi rejeitado:
 
“O Espírito é capaz de soprar e de fazer palpitar os corações também noutros locais, como nas mesquitas, nas sinagogas, nos areópagos, no templo que nós chamamos e nos parece pagão. Deveríamos, por isso, pedir ao Senhor, a graça de aprender a alegrarmo-nos pelo bem, onde quer que ele se concretize, de nos alegrarmos por todo o bem, sem nos importarmos com quem o pratica: seja pequeno ou crescido; seja jovem ou ancião; seja leigo ou consagrado; seja infeliz ou afortunado; seja doente ou saudável; seja alguém que se abre para a vida ou alguém que está para prestar contas com Aquele que generosamente lha concedeu”. (1)
 
Vemos que não é próprio dos discípulos do Senhor atitudes que revelem arrogância, sectarismos, intransigência, intolerância, presunção, ciúmes, mesquinhez, pretensão de monopolização do próprio Jesus e Sua Boa Nova:
“João e os outros discípulos não conseguiram ainda pensar segundo a lógica de Jesus, Seu Mestre, a qual é para Ele, na perspectiva da Cruz, lógica de serviço e de humilde diaconia. Preferem nesse momento a lógica espalhada e exclusiva do sectarismo e da separação, ou seja, pretendem ter o exclusivo e o monopólio da Salvação” (2).
Reflitamos:
- O que precisamos cortar para superar qualquer sombra de dominação e monopólio do Espírito e melhor nos colocarmos a serviço dos últimos?
- Quais são as verdadeiras motivações no trabalho que realizamos em nossa Pastoral, em nossa Comunidade? 
 
- Onde e quando percebemos a ação de Deus além dos limites de nossa comunidade?
- Quais pessoas que professam uma crença diferente da nossa e nas quais contemplamos também a ação de Deus?
 
- Percebemos a manifestação e ação do Espírito onde, quando e em quem Ele bem quer?
 
Renovemos nossa alegria de viver como instrumentos nas mãos de Deus, para maior fidelidade ao Projeto que Jesus inaugurou, a Boa-Nova do Reino, com a força e ação do Espírito, sem jamais termos a pretensão de exaurir Suas forças, detê-Lo, monopolizá-Lo.
 
Alegremo-nos com a inesgotável ação e presença do Espírito, que move a História, dentro e fora da própria Igreja.
 
Oremos:
 
Ó Deus, dai-nos a graça, como discípulos missionários do Senhor, contemplar e nos alegrar com a ação do Vosso Espírito, que age em quem, quando e onde quiser promovendo a vida, fazendo suscitar brotos de esperança onde nada mais parece possível; ainda que não professando a mesma fé que professamos, mas vivendo a caridade que não conhece fronteiras. Amém.
 
(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - pág. 443.
(2) Idem pág. 441.
 

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