sexta-feira, 29 de março de 2024

A devoção da Via-Sacra

                                            


A devoção da Via-Sacra

A Igreja tem momentos de devoção riquíssimos, e um deles é a Via-Sacra, cuja origem nos remete ao tempo das Cruzadas, no século X, quando os fiéis que peregrinavam à Terra Santa e visitavam os lugares sagrados da Paixão de Jesus, e continuaram recordando os passos da Via Dolorosa de Jerusalém em suas pátrias, unindo essa devoção à Paixão.

São quatorze estações que nos ajudam nesta contemplação, e após o seu anúncio há a jaculatória – “Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos! Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!”:

primeira estação: Jesus é condenado à morte; segunda estação: Jesus recebe a cruz aos ombros; terceira estação: Jesus cai pela primeira vez; quarta estação: Jesus encontra Sua Mãe; quinta estação: Simão de Cirene leva a Cruz de Jesus; sexta estação: A Verônica enxuga a rosto de Jesus;  sétima estação: Jesus cai pela segunda vez;  oitava estação: Jesus encontra e consola as piedosas mulheres de Jerusalém; nona estação: Jesus cai pela terceira vez;  décima estação: Jesus é despojado de suas vestes e lhe dão a beber vinagre e fel;  décima primeira estação: Jesus é pregado na Cruz; décima segunda estação: Jesus morre na cruz; décima terceira estação: Jesus é descido da cruz e é entregue à Sua Mãe;  décima quarta estação: O corpo de Jesus é sepultado no sepulcro. 

Em nossas comunidades, com cantos e reflexões, podemos acompanhar piedosamente o Senhor Jesus em Seus sofrimentos (conhecidos como a Paixão de Nosso Senhor), desde o Tribunal de Pilatos até o Monte Calvário, sendo rezado em cada estação um Pai Nosso, uma Ave Maria e a Glorificação da Santíssima Trindade.

Concluo com as palavras do Papa São João Paulo II, por ocasião da realização da Via-Sacra no Coliseu em 21 de abril de 2000: “Encontramo-nos aqui animados pela convicção de que a Via-Sacra do Filho de Deus não foi um simples caminhar para o lugar do suplício. Acreditamos que cada passo do Condenado, cada gesto e palavra d'Ele, e tudo o mais que foi vivido e realizado por quantos tomaram parte deste drama, continua incessantemente a falar-nos. Cristo, mesmo no Seu sofrimento e na Sua morte, desvenda-nos a verdade acerca de Deus e do homem.”

Rogamos a Deus para que ao realizarmos nossas Vias-Sacras, na Igreja ou pelas ruas, sejam renovados nosso amor e compromisso com Jesus Cristo, como tão bem expressou o Apóstolo Paulo: - “Agora regozijo-me nos meus sofrimentos por Vós, e completo o que falta às tribulações de Cristo em minha carne pelo Seu Corpo, que é a Igreja” (cf. Cl 1,24), tendo d’Ele mesmos sentimentos (cf. Fl 2,1-11).

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