Por que o Verbo Se fez Carne?
Natal!
Celebramos o maravilhoso acontecimento que mudou o rumo da história da humanidade para sempre: o Nascimento do Salvador.
No Prólogo do Evangelho de João, Ele nos fala deste Mistério: “E o Verbo Se fez Carne e habitou entre nós” (Jo 1,14)
Acolhamos um trecho do Sermão do Bispo e Doutor Santo Agostinho sobre o nascimento do Salvador.
“Aquele que fez o homem Se fez homem, de forma que Se amamenta do peito Aquele que governa os astros; sente fome o Pão; sede a Fonte; dorme a Luz; o Caminho se fadiga na marca; a Verdade é acusada por falsas testemunhas; o Juiz dos vivos e mortos é julgado por um juiz mortal; a Justiça, condenada por gente injusta; a Disciplina, castigada por açoites; o Racemo, coroado de espinhos; o Apoio, suspenso de um madeiro; a Fortaleza, debilitada; a Saúde chagada; a Vida morre.
Ainda que Ele, que por nós sofreu tantos males, merecíamos bem nenhum, para livrar-nos, apesar de sermos indignos, aceitou sofrer todas aquelas indignidades e outras semelhantes.
Assim se cumpriu o que tinha predito o Salmo: ‘A verdade brotou da terra. Maria foi virgem antes de conceber e depois de dar à luz. Longe de nós o pensar que desapareceu a integridade daquela terra, ou seja, daquela carne de onde brotou a verdade”
Reflitamos:
- Por que Deus Se fez carne e habitou entre nós?
- Por que fez Sua morada em nós e entre nós?
- Por que Se submeteu a percorrer este caminho do despojamento, aniquilamento, paixão e morte, até que viesse a ser glorificado e exaltado à direita do Pai, onde Se encontra, como professamos em nossa fé?
O Verbo Se fez Carne e habitou entre nós; assumiu nossas dores e alegrias, derrotas e vitórias, nossas festas e solidões, para nos ensinar a carregar o fardo uns dos outros, lavando os pés uns dos outros, como Ele fez naquela memorável Ceia, porque somos todos filhos de Deus e irmãos, sem quaisquer resquícios xenofóbicos e de preconceitos.
Fazendo-Se Carne, a Palavra de Deus, se tornou visível, e Ele pode, de modo especial, nos amar e nos ensinar a amar, e assim nos reconhecêssemos como irmãos e irmãs.
Ele nos amando, amou-nos até o fim, morrendo pela nossa salvação, e nos dando a certeza de que o mal e a morte podem ser vencidos, porque não possuem a última palavra; e com Sua Gloriosa Ressurreição, alcançou-nos o caminho da imortalidade, a vida eterna.
Ele Se fez Carne e morada em nós e, para perpetuar esta presença, deixou a Eucaristia, como Sua real e divina presença, para revigorar a fragilidade própria da condição humana, e assim jamais nos sentirmos sozinhos nesta travessia do deserto, em que consiste o viver, até a outra margem, em que nos sentaremos para o Banquete Eterno para os justos preparado.
Silenciemo-nos neste dia diante da singeleza de um Presépio, para que possamos nos sentir envolvidos pela ternura e amor indizível de Deus por todos nós.
Tendo Ele vindo ao nosso encontro, acorramos sempre ao Seu Encontro, de modo especial na Celebração da Eucaristia; e, como alegres mensageiros do Verbo, como discípulos missionários ponhamo-nos decididamente a caminho e, como Igreja, sejamos sinal de Sua Divina presença.
Feliz Natal do Senhor!
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